XXXV

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A noite caiu rápido, mas a conversa com Diana estava tão boa que eu não me importei. Era um reconforto ter ela pra conversar sobre as coisas que eu só falo com a Rosa, minha amiga agora precisa se concentrar em seu bebê e sua família, temos nos falado muito pouco durante essa viagem e eu estou morrendo de saudades dela. Por isso, sempre que Diana me chama pra conversar, eu vou, ela pode não ter nada pra me contar e apenas querer me ouvir, mas sei que faz bem pra nós duas termos uma a outra.

- Espero que a mídia deixe vocês dois em paz. - Ela disse com um olhar triste.

- Acha que vai nos atrapalhar?

- Castiel não deixaria nada atrapalhar vocês dois. - Ela riu.

- Ainda assim, não estou acostumada a estar no centro dos holofotes.

- Bem, você está se relacionando com um cantor em ascensão, é provável que uma hora ou outra você apareça em alguma manchete.

- Deve ser difícil ter que se preocupar com isso. - Suspirei.

- É complicado, todos nós já tivemos um relacionamento estragado pela mídia. - Ela deu de ombros. - Mas o Castiel é capaz de quebrar a mídia mundial se isso for atrapalhar a relação de vocês.

- Eu posso me acostumar com isso, não vou deixar ele perceber que me afeta.

- É um bom começo. - Ela comentou enquanto pegava o celular, tinha recebido uma mensagem. - Os meninos estão em um bar perto daqui, vamos?

- Claro. - Nós levantamos e tiramos a areia de nossas roupas o máximo que pudemos.

Caminhamos por alguns metros até avistarmos um bar bem simples, muito parecido com o que fomos quando estávamos na Espanha, acredito que seja um padrão dos bares de praia. Menos é mais.  Eu conseguia ver Natan e Joe de longe, mas Castiel não estava perto deles, enquanto nos aproximávamos procurei por ele, mas não o vi.

- Eai. - Diana sorriu quando chegamos perto dos meninos e os cumprimentou.

- Oi meninas. - Ambos sorriram pra nós.

- Meninos, onde está o Castiel?

- Lá atrás. - Natan apontou para a lateral do bar. - Ele disse que estava com uma melodia na cabeça e precisava compor uma letra.

- Ah. - Esbocei um sorriso. - Vou deixar ele lá por um tempo, pra não atrapalhar.

- Duvido muito que ele ache que você vai atrapalhar. - Joe comentou.

- O processo criativo é delicado. - Me sentei ao lado deles e peguei um coco. - Depois eu vou lá.

- E então Ari, vocês estão namorando? - Natan perguntou um pouco receoso.

- Acho que ainda é cedo para rotular as coisas. - Suspirei. - Faz pouco tempo que saí de um namoro.

- Entendo. - Ele sorriu. - Mas, sabe, depois de todos os anos convivendo com Castiel, eu posso dizer que você não precisa ter medo de se envolver com ele.

- Ele é louco por você. - Joe comentou calmamente.

- E eu por ele. - Sorri igual uma idiota. - Mas, por enquanto não estamos dando nomes a nada.

- Deixem eles resolverem as coisas deles como eles querem. - Diana dispersou o assunto. - Vocês são um saco.

- Você depois que se juntou com a Ária ficou cheia de direitos. - Natan revirou os olhos.

- Minas antes dos manos. - Ela estendeu a mão para mim e eu entrelacei nossos dedos.

Após conversarmos animadamente por um bom tempo, meus pensamentos voltaram para Castiel. Achei que já havia dado tempo suficiente para ele compor, então me despedi do pessoal e fui atrás dele. Andei um pouco pela faixa de areia atrás do bar e logo o vi, estava sentado entre algumas almofadas e parecia muito concentrado em sua guitarra, tão lindo.

- Vai ficar parada aí me olhando por quanto tempo? - Ele disse ainda com os olhos nas cordas da guitarra.

- Como sabia que eu estava aqui? - Me aproximei devagar.

- Senti seu cheiro.

- Uau. - Parei de pé na frente dele.

- Não é todo mundo que cheira como a mulher da minha vida. - Eu fiquei surpresa, mas muito feliz com o que ele falou. - Pitanga com notas de hortelã.

- Você sabe disso só pelo meu cheiro? - Comecei a cheirar meus braços.

- Claro que não. - Ele riu. - Eu li o rótulo do frasco que você deixou em cima da cômoda do quarto.

- Por um instante pensei que você também fosse muito bom com notas de perfume.

- Senta aqui. - Ele me puxou pelo tornozelo e me fez cair sentada.

- Ai, grosso.

- Na cama você gostou. - Ele apertou minha coxa.

- Castiel! - O repreendi. - Pelo amor de Deus.

- Amo quando você fica vermelha.

- Você ta ficando bom em me deixar constrangida.

- É por quê agora eu já te vi de todos os jeitos. - Ele me deu um selinho. - Não em todas as posições, mas isso a gente resolve com o tempo.

- Eu gostei dessa ideia. - Lhe dei um selinho de volta e ele me deu outro, e assim iniciamos um beijo doce e calmo, de onde eu nunca mais queria sair.

- Por quê demorou tanto a vir pra perto de mim? - Ele perguntou quando paramos o beijo.

- Os meninos disseram que estava compondo, não quis te atrapalhar.

- Me atrapalhar? - Ele riu e olhou em meus olhos. - Ari, você é minha inspiração.

- Você é lindo. - Acariciei seu rosto e o abracei. - O que estava tocando?

- Algumas lembranças.

- Como assim? - Peguei o celular de sua mão e vi a cifra de Hakuna Matata. - Rei leão?

- Era meu filme favorito na infância. - Ele deu um sorrisinho.

- Me ensina a tocar?

- Como negar algo à esses olhinhos? - Ele segurou minha cabeça e beijou meus olhos.

- Pode me ensinar a tocar guitarra durante essa viagem.

- Tudo que você quiser. - Ele sorriu. - Vem cá. - Castiel me puxou para sentar na sua frente, posicionou a guitarra em minhas pernas e minhas mãos nos acordes.

- E agora, o que eu faço?

- Dessa primeira vez eu vou te guiar, depois você vai sozinha. - Ele disse bem próximo ao meu ouvido, sei que dessa vez foi sem pretensão alguma, mas sua voz rouca fez um arrepio percorrer minha espinha.

- Tudo bem. - Toda minha vontade de tocar guitarra tinha ido embora. Eu queria mesmo era deitar ele na areia e explorar seu corpo inteiro.

Passamos boa parte da noite assim, no final, Castiel não me deixou tocar nenhuma nota sozinha, seu corpo estava colado ao meu e isso era aconchegante. Pela primeira vez Castiel não parecia estar brincando sobre algo e isso me deixava segura de que eu não estava apenas servindo de diversão para ele.
Eu não sei qual nome daremos ao que temos, mas eu gosto muito e não quero que acabe.

 Eu não sei qual nome daremos ao que temos, mas eu gosto muito e não quero que acabe

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