You are the reason

XXVII

Quando pousamos em Londres estava frio e cinza, como era de se esperar. Não que eu não curta, eu sou fã de Harry Potter, mas existem tantos lugares ensolarados, com praias exuberantes e nós estamos aqui, pra ver ônibus vermelhos e dois andares e cabines de telefone, que também são vermelhas. O show seria a noite e logo depois já pegaríamos o avião para outro lugar.

- Aqui não é a Espanha, mas deve ter algo legal pra fazer. - Castiel brincou.

- Eu marquei com a Rosa de fazer uma chamada de vídeo agora a tarde, sabe como ela é, vai durar a tarde toda.

- Como ela está e o bebê?

- É o que eu vou saber. - Sorri.

- Eu vou dormir a tarde toda então.

- Seria bom, ta com olheiras. - Analisei seu rosto, olhos cansados.

- Não tenho dormido muito bem a noite. - Ele suspirou.

- Quer uma massagem?

- É sempre bem vinda.

- Depois que vocês tomar um banho, eu faço. - Fiz careta. - Você ta fedendo.

- O quê? - Ele arregalou os olhos. - Não to não, deve ter sido seu cheiro que me contaminou enquanto você dormir agarrada em mim.

- Você adoraria ter meu cheiro. - Ele me olhou de lado e sorriu.

Chegamos ao hotel e mais uma vez nós dividíramos o quarto e a cama. Se a intenção do Castiel era me fazer perder o controle, ele estava quase conseguindo, eu não sei quanto tempo conseguirei manter minha sanidade mental sem pular em cima desse homem. Ele parece estar cada dia mais atraente pra mim, seu cheiro, seu toque, até sua simples presença no mesmo lugar já me fazia imaginar coisas que só Deus sabe e só Deus me perdoa. Essa mania insana que ele tinha de ficar só de cueca dentro do quarto, como eu nunca notei que isso era tão excitante antes? Uma noite dessas eu quase babei observando cada pedacinho do corpo dele, era como ver a melhor coisa do mundo.

Castiel já entrou no quarto arrancando a camisa e as botas, entrou no banheiro ainda resmungando sobre eu ter dito que ele estava fedendo. Tentei dispersar a vontade de entrar naquele banheiro e terminar de arrancar a roupa dele, peguei meu celular e vi uma mensagem de Rosalya, me informando o horário que ela ligaria para mim. Eu precisava dar um jeito de conversar com ela sem Castiel escutar, por que tenho certeza que o tema da conversa será ele.

- Aquela massagem ainda ta de pé? - Castiel pôs a cabeça pra fora do banheiro.

- Sim. - Dei um leve sorriso.

- Você é demais. - Ele sorriu e entrou no banheiro brevemente, saiu com uma toalha enrolada na cintura e se deitou de bruços na cama. - Fique a vontade. 

Peguei meu óleo de amêndoas e pitanga na mala e caminhei lentamente até ele. Eu estava com medo de me aproximar demais, sabia que não era uma boa ideia diante da enorme vontade que ando tendo de arrancar qualquer peça de roupa que cubra o corpo dele.

- Vou esquentar o óleo. - Avisei enquanto abria o microondas do quarto.

- Esquentar?

- A sensação é melhor.

- Hum. - Ele não disse mais nada.

Quando o óleo aqueceu, subi na cama devagar e tentei ser o mais sutil possível. Me sentei em cima dele e derramei um pouco do óleo na extensão da sua coluna. Vi sua pele arrepiar.

- Isso é bom. - Ele disse quase em um sussurro.

- Vou cobrar. - Ele riu.

Cada vez que eu passava as mãos por suas costas, Castiel se arrepiava. Seus músculos estavam tensos demais, algumas vezes ele até gemia de dor quando eu apertava um pouco mais seus ombros.