XXXIX

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O Japão é lindo! Eu estou completamente encantada com tudo, a cultura, a culinária, a educação das pessoas. Não pude deixar de lembrar de Hyun, ele me falou de alguns lugares legais quando dormiu comigo, eu pretendi ir em alguns, principalmente em um festival gastronômico e cultural que estava acontecendo. Enchi o saco de Castiel durante o voo inteiro pra que ele fosse comigo, até que ele se rendeu.

- Você vai me desculpar amiga, mas essa eu vou passar. - Diana sorriu quando eu a convidei para ir conosco.

- Então somos só nós dois. - Fiz beicinho pra Castiel depois que Joe e Natan também recusaram o convite.

- Que bom, não queria que ninguém viesse mesmo. - Ele deu de ombros e sorriu.

- Ai você é muito antisocial. - Fiz careta pra ele.

- Vamos, precisamos comprar uma daquelas roupas de banho estampadas. - Segurei sua mão e saí andando.

- São Kimonos, deixa de ser tonto.

- Ai me desculpa historiadora, esqueci que você era discípula do Faraize.

- Muito engraçadinho. - Dei língua pra ele.

- Quem da língua pede beijo. - Ele se inclinou e me roubou um selinho.

- E selinho é beijo? - Fiz pouco caso.

- Vem cá. - Ele me puxou com um pouco mais de força e fez meu corpo se chocar no dele.

- Ta fazendo o quê?

- Te dando o beijo que você pediu. - Ele segurou minha nuca e me deu um beijão no meio do saguão do hotel.

- Meu Deus. - Eu fiquei zonza. - Não tem medo dos paparazzi verem?

- Você se importa? - Ele voltou a segurar minha mão.

- Eu não. - E isso realmente não me importava nem um pouco.

- Bom, eu menos ainda. - Ele me deu um sorriso lindo. - Eu estou muito feliz e quero que todo mundo veja isso.

- Tem como ser mais fofo que isso? - Sorri de volta.

- É por quê você ainda não me viu com um daqueles roupões estampados.

- Kimonos meu bem, kimonos. - Revirei os olhos.

- Gosto quando você me chama de meu bem, da a entender que sou muito importante.

- Mas é. - Apertei sua mão. - Você sempre foi o bem mais precioso que tenho.

- Olha, não tem como eu me apaixonar mais por você, se é isso que está tentando fazer.

- Ah, poxa. - Fingi estar triste.

- Quem sabe se você ficar pelada.

- Castiel! - Belisquei seu braço.

- Ai amor. - Ele reclamou. - É que eu não resisto a você.

- Ta muito sem vergonha.

- Mas é só com você, gata. - Ele piscou pra mim e eu não consegui segurar o riso.

Últimamente tem sido assim, ando com riso frouxo, só de olhar para ele a felicidade já me invade e eu tenho vontade de sair por aí gritando o quanto o amo. Ele é tão tudo pra mim, chego a duvidar se mereço tudo isso. Posso dizer com certeza que nunca fui tão feliz na minha vida, nada que se compare com o que estou sentindo, com o que ele me faz sentir. Eu amei Nathaniel, com tudo que eu tinha, mas eu amo tanto o Castiel que sempre que olho pra ele tenho vontade de chorar, bate o medo exagerado de perder, um misto de sentimentos que sempre voltam para o mesmo ponto. Eu o amo. Mas ainda não sei se é o momento certo pra dizer algo tão importante.

Quando me dei conta, já estávamos na loja de kimonos, por que segundo Csstiel, a experiência precisava ser completa. Ele comprou nossas roupas e nos trocamos nos provadores da loja, enfiei nossas roupas na mochila que Castiel carregava e seguimos nosso caminho. Paramos em uma barraquinha de doces por quê ele surtou com uns doces bem bonitinhos e quis comprar todos eles. No fim das contas, os doces eram mais bonitos do que gostosos e ele ficou puto.

- Deveria ser crime uma coisa tão bonita ser recheada com feijão. - Ele resmungou quando jogou metade dos doces no lixo.

- Eu te falei pra não comprar tantos.

- Mas eram tão bonitos. - Ele parecia uma criança. Estava completamente lindo com seu kimono, eu só sabia babar. - Eu quero te mostrar uma coisa que eu fiquei sabendo que está por aqui.

- O quê? - Minha curiosidade foi de zero a mil em um segundo.

- Você vai ver, tenho certeza que vai gostar.

- Ai me fala, eu vou infartar.

- Ninguém mandou ser maria fifi. - Ele riu.

- Eu não sou fofoqueira, eu sou historiadora.

- Ária Langford, historiadora desde que se entende por gente. - Eu lhe dei um tapa, mas só fez ele rir mais.

- Olha que faço greve! - Ele me olhou com desdém.

- Eu não tenho nenhum problema em te fazer pedir. - A minha cara foi no chão e ficou por lá mesmo.

- Um dia você ainda me mata de vergonha.

- Sigo tentando. - Ele deu um risinho.

- Olha você ainda me p... ai! - Meu corpo bateu em alguém, eu estava tão concentrada ralhando com Castiel que esqueci que a rua estava cheia gente. - Ai moço me desculpa, eu estava distra... - Foi quando comecei a analisar bem a pessoa que estava na minha frente, o perfume me trouxe lembranças, mas foram os cabelos platinados e os olhos bicolores que quase me fizeram infartar. - LYSANDRE!

- Olá Hermes. - Lysandre passou a me chamar de Hermes, o mensageiro dos Deuses, por quê eu vivia correndo na escola.

- Ai meu Deus! - Meu coração acelerou. - Lysandre! - Pulei para lhe abraçar.

- Eu disse que você ia gostar. - Castiel me olhava e ria.

- Você ta brincando? ai eu vou chorar. - Fazia tantos anos que eu não o via, estava tão feliz.

- Então quer dizer que você finalmente deu o braço a torcer e assumiu que é apaixonado por ela? - Lysandre se dirigiu a Castiel e lhe deu um abraço.

- Não consegui esconder por muito tempo. - Castiel abraçou o amigo. Eles eram tão lindos juntos.

- Eu ainda não acredito que você ta aqui! - Abracei Lysandre de novo. - Afinal, o que você faz aqui?

- Sempre perspicaz. - Ele me olhou e sorriu.

- Eu usaria o termo fofoqueira. - Castiel provocou. - Acho mais digno.

- Eu vim para o festival com alguns amigos da faculdade. - Lysandre respondeu do seu jeito calmo. - Castiel descobriu que eu estaria por aqui e marcou esse encontro.

- Era essa a surpresa que você tinha pra mim? - Olhei para Castiel.

- Eu achei que você fosse gostar de vê-lo depois de tantos anos. - Ele deu de ombros como se não fosse algo importante, mas eu sabia que era.

- Você é incrível. - Lhe dei um beijo na bochecha e ele ficou todo tímido.

- Então, vamos conhecer o lugar? - Lysandre chamou nossa atenção.

- Sim! - Eu disse animada e nós saímos caminhando.

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