XL

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Lysandre andava pelas ruas nos explicando tudo que víamos, era incrível como ele combinava perfeitamente com o kimono que estava usando, por onde ele passava muitas meninas suspiravam. Isso sempre aconteceu. Eu mal podia acreditar que ele estava bem na minha frente, Lys era a pessoa que aguentava minhas crises quando eu ainda não era tão próxima do Castiel, ele sempre me encontrava no jardim, quando eu estava triste, me mostrava algum de seus poemas e me explicava sobre como o escreveu, quando eu estava feliz, ele apenas se sentava ao meu lado e escrevia. Costumávamos passar bastante tempo no jardim, era o nosso lugar, Lysandre era a calmaria no meio da tempestade que era a minha vida na escola, ele me ajudou a entender o Castiel e graças a ele nós ficamos amigos.

- Então Lys, como vai a faculdade? - Perguntei quando nos sentamos em uma praça.

- Estou no último período. - Ele suspirou aliviado. - Precisei parar um período quando meu pai faleceu.

- Sinto muito.

- Tudo bem, nós só temos as pessoas emprestadas.

- E a fazenda dos seus pais, o que aconteceu com ela? - Castiel intrometido.

- Por enquanto está sobre ls cuidados de um caseiro, mas eu pretendo voltar para a cidade assim que me formar.

- Sério? - Me animei. - Aposto que todos vão adorar ver você.

- Eu sinto falta da calmaria da cidade pequena, a França é muito agitada.

Um raio de sol passou por seus olhos e eu sorri. Eram tão familiares, aqueles olhos me consolaram tantas vezes. Lysandre estava tão bonito, não que ele nunca tenha sido bonito, ele sempre foi um dos garotos mais bonitos da escola, eu diria até da cidade. E seu ar místico e desligado sempre atraiu muito atenção, bem mais do que ele gostaria. Ele estava bem mais alto, mais alto que Castiel, seus cabelos platinados agora tinham um corte mais radical, um pouco assimétrico, e mais curto, parecia o corte de cabelo do Nathaniel, mais um pouco mais comprido na franja. Ele usava óculos agora, o que era de se esperar, afinal, vive escrevendo, não importa se está claro ou escuro.

- Então, quando foi que vocês dois finalmente descobriram que são feitos um para o outro? - Ele nos olhou sorrindo, o sorriso de quem já sabia, desde o ensino médio, que uma hora ou outra Castiel e eu iríamos acontecer.

- Alguns meses atrás. - Castiel sorriu um pouco tímido.

- Foi o Leigh que te contou? - Me lembrei da minha conversa com Rosa.

- Foi sim, ele tá aprendendo  com a Rosa. - Todos nós rimos.

- Como é saber que vai ser tio? - Vi ele abrir um sorriso genuíno.

- Estou nas nuvens. Um bebê é sempre presságio de alegria.

- É por isso que pretende voltar para a cidade depois da faculdade? - Castiel perguntou.

- Também. - Ele assentiu. - Leigh e eu crescemos naquela fazenda, quero que meu sobrinho ou sobrinha também tenha essa oportunidade.

- Então Leigh não vai precisar comprar uma fazenda, afinal.

- Na verdade, ele vai comprar as terras ao lado da nossa fazenda, vamos expandir.

- Uau. - Castiel sorriu. - Vai ser grande.

- Lysandre, o poeta fazendeiro. - Ele soltou uma risada.

- Senti falta de vocês. - Ele admitiu. - Principalmente de você, Ari. Não te vejo desde o fim do ensino médio.

- Sim. - Suspirei. - E com a vida corrida, quase não nos falamos por telefone.

- Verdade.

- De mim ninguém sente falta. - Castiel fingiu estar magoado.

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