Lysandre precisou voltar para perto de seus amigos da faculdade e eu quase chorei quando o vi indo embora. Havíamos passado meio dia juntos, eu não sabia o que faríamos durante a tarde, em minha opinião já tínhamos visto tudo que tinha pra ver, mas Castiel parecia ter se animado muito mais do que eu para conhecer a cultura japonesa.
- Achei que o Japão era só sushi e drift. - Ele comentou depois que saímos de uma pequena apresentação de dança.
- Você tem a grande tendência de ofender toda e qualquer cultura. - Ele riu.
- É por isso que eu ando com você. - Ele me abraçou. - Você é minha consciência, me impede de ofender as pessoas.
- Muito espertinho.
Caminhamos de mãos dadas pelas ruas cheias, eu imaginava quando rumores sobre nosso relacionamento apareceriam na mídia. Quero dizer, Castiel está crescendo no mundo da música, cada vez mais paparazzis esperavam em frente aos locais de seus shows. Tinha medo de que quando essa nossa relação se tornasse pública, as coisas desandassem. Não sei como é namorar uma estrela, eu só sei como é namorar o Castiel, que eu conheço desde o ensino médio. Posso estar sendo até ansiosa demais em dizer que namoro ele, mas não consigo ver de outro jeito.
Ele não se importa com nada disso, nunca se importou com nada do que as pessoas faziam ou diziam sobre ele. Mas agora é sobre nós, também me envolve, minha vida e não só a dele. Como se meus pensamentos tivessem sido lidos pelo universo, nós fomos parados no meio da rua.
- Castiel! - Um menina gritou e correu até nós acompanhada de mais duas garotas.
- Você é o vocalista da Crowstorm, não é? - Outra menina perguntou.
- Sou eu sim. - Ele sorriu simpático. Tentei soltar a mão dele, para que as meninas não vissem, mas ele apertou meus dedos com mais força e não me soltou.
- Você pode tirar uma foto com a gente, por favor? - A garota que gritou o nome dele perguntou.
- Claro que sim. - Somente aí ele soltou minha mão.
- Você pode tirar a foto? - Ela me estendeu o celular.
- Claro. - Sorri e peguei o celular de suas mãos. Bati fotos das três junto com ele e depois delas separadas.
- Obrigada. - Ela disse quando entreguei o celular de volta.
- Ela é sua namorada? - A única menina que não havia dito nada ainda nos encarou. Eu já tinha notado ela nos observando, seus olhos focaram em nossas mãos dadas. Eu fiquei constrangida com a pergunta, por quê eu não sabia o que responder, se eu dissesse que não, Castiel poderia ficar magoado, se ele dissesse que não, eu ficaria arrasada.
- Nós ainda estamos resolvendo isso. - Ele segurou minha mãe novamente e me deu um sorriso.
- Vocês ficam bonitos juntos. - Uma delas falou e as outras concordaram.
- Vamos deixar vocês em paz. - Elas sorriram e se afastaram de nós.
- Então, nós ficamos bonitos juntos. - Eu sorri, tentando dispersar o meu constrangimento.
- As pessoas me dizem isso desde o ensino médio.
- E por quê eu nunca fiquei sabendo disso?
- Por quê você era completamente apaixonada pelo Nathaniel, eu não queria encher sua cabeça com coisas e atrapalhar. - Ele me lançou um olhar um pouco tristonho. Nesse momento eu percebi que o que ele sentia por mim era tão genuíno, que ele foi capaz de me esconder o que sentia só por que eu estava feliz com outra pessoa. Me perguntei se não teria sido diferente se ele tivesse decidido me contar tudo no ensino médio.
- Bem, agora eu sei. - Foi só o que me limitei a dizer, eu estava um pouco sem graça. Sempre me sentia culpada em pensar que ele esteve todo esse tempo ao meu lado e eu não percebi o que ele sentia e ainda ficava choramingando em seu ouvido sobre minhas decepções com outra pessoa. Como é que o Castiel ainda me suporta?
Caminhamos por mais um tempo, até que vimos várias barraquinhas que vendiam instrumentos musicais típicos. Castiel enlouqueceu, quando viu um Shamisen, instrumento de cordas do Japão.
- Eu vou comprar um. - Ele disse entusiasmado.
- Você sabe tocar?
- Tem cordas, então eu devo saber. - Ele deu de ombros e me puxou para mais perto, pra escolher o que ele iria comprar.
- Ta bom então. - Fiquei quieta esperando ele escolher, afinal, eu não entendo nada de instrumentos musicais. E não me dou bem com eles.
- Acha esse bonito? - Ele apontou para um dos instrumentos.
- Acho sim.
- Vou levar. - Ele entregou o dinheiro so dono da barraca.
Castiel andava com o enorme instrumento apoiado nas costas, ele estava feliz da vida com sua nova aquisição, mas eu tinha quase certeza de que ele não conseguiria tocar aquilo sem ver algumas aulas antes. Ele tinha certeza que sim.
- Olha, uma ponte sobre um lago. - Ele apontou para um lugar lindo que estava um pouco mais a frente.
- Será que tem carpas lá?
- Você já viu algum lago ornamental Japonês sem carpas? - Ele riu.
- Nunca vi. - Nós andamos até lá, estava vazio por quê já estávamos fora da feira. De lá podíamos ver as ruas da feirinha fervilhando, devo admitir que fiquei feliz por sair do meio de tanta gente.
- Fico feliz de achar um lugar vazio. - Ele se sentou na ponte e suspirou.
- Depois de passar o dia rodeado de pessoas, imaginei que sua bateria social ia acabar em algum momento. - Me sentei ao lado dele.
- Estou curioso pra descobrir como isso funciona. - Ele apoiou o shamisen no colo.
- Vamos ver se você é bom mesmo com as mãos. - Eu me arrependi no momento em que disse isso.
- Bom com as mãos? - Ele riu. - Acho que você pode me responder isso, gata. - Eu fiquei vermelha na hora.
- Tenho que pensar bem no que falo perto de você. - Dei uma risada.
- Fofa. - Ele segurou meu queixo e me deu um selinho.
- Vamos, toca logo isso. - Me animei.
- Vamos ver se eu consigo.
O som do shamisen era lindo, diferente da guitarra, era calmo e doce. Castiel dedilhava as três cordas emitindo um som que me faria dormir facilmente se estivéssemos em nosso quarto de hotel. Ele estava tão lindo, é perfeito em todos os seus detalhes, últimamente eu não tenho conseguido lidar com a beleza desse homem.
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You are the reason
FanfictionTenta não se acostumar, eu volto já, me espera. Segundo livro da série de amor doce. Por favor, leiam Back to me antes.