You are the reason

XXIX

As coisas ficaram um pouco estranhas depois que Diana atrapalhou nosso beijo. Durante o caminho, ela trocava olhares comigo, como se me pedisse desculpas, eu estava morrendo de pena da carinha de culpa dela, mas estava tudo bem, eu estava feliz por que tive a confirmação de que ele também sentia algo por mim. Castiel estava calado, não disse absolutamente nada depois que saímos do camarim, tive a impressão de que ele ficou bravo por Diana ter atrapalhado o nosso momento, talvez seja por que é algo que ele tem guardado por bastante tempo, pode ter medo de não criar coragem pra fazer de novo. Se bem que ele não vai precisar, na primeira oportunidade que eu tiver, vou pular no pescoço dele.

Nosso próximo destino era Paris e dessa vez nós não ficaríamos em nenhum hotel, os pais do Castiel tinham uma casa enorme lá, em um condomínio de luxo. Diana me puxou para sentar ao lado dela, eu sabia sobre o que ela queria falar e talvez eu também precisasse falar sobre isso. Na bandeja da cadeira dela haviam dois copos de chocolate quente e um potinho com cookies de limão, alguém queria mesmo se desculpar. Olhei para Castiel quando me sentei do lado dela, ele fez uma cara de confusão, fiz um sinal de que lhe explicaria depois e ele piscou pra mim.

- Então. - Ela sorriu. - Ai, me desculpa. - Diana fez uma cara sofrida, o que me fez rir.

- Pelo quê? - Brinquei.

- Ai, Ari. Por interromper o seu beijo com o Castiel. - Ela bateu na própria cabeça. - Eu sou uma estraga prazeres.

- Ta tudo bem. - Segurei a mão dela. - Relaxa.

- Não ta não. - Ela estava brava. - Eu não podia ter chegado em uma hora pior.

- Relaxa Diana, agora eu sei que ele também  sente algo por mim, vai ser mais fácil a partir de agora.

- Mas se eu não tivesse aparecido lá, já teria acontecido algo.

- Mas as coisas só acontecem quando tem que acontecer. - Sorri para ela.

- Ok. - Ela deu um risinho desanimado. - Espero que role de novo.

- Vai sim.

Nós ficamos conversando o trajeto inteiro, contei para ela que finalmente assumi para mim mesma que estou apaixonada por ele. Não sei ao certo o motivo que me fez omitir o fato de que eu o amo, talvez ele deva ser a primeira pessoa a ouvir isso de mim, pensar em sentimentos tão complexos me fez ficar nervosa, com Nathaniel já existia algo que eu esperava reconstruir, com Castiel eu precisei primeiro assumir que dentro de mim havia algo por ele e devo dizer, algo monumental. Tomamos o chocolate quente e comemos os biscoitos, eu não sabia de onde ela tinha tirado aquelas comidas, mas estavam uma delícia.

Quando chegamos em Paris o sol já estava se pondo, considerando o fato de que tivemos que fazer uma conexão, até que chegamos cedo. A cidade era linda, quando vista a noite, encobria os inúmeros ratos e o ferrugem das coisas antigas, mas não deixava de ser romântica. Todos estavam animados por que chegamos a tempo de curtir a noite de Paris. Eu tinha outros planos.

- Não acredito que seus pais tem uma casa em Paris e você nunca me trouxe. - Briguei com Castiel quando ele pegou minhas malas.

- Eles compararam na época que você tava namorando o Nathaniel e estava sem falar comigo. - Ele me olhou cínico.

- E depois? - Me referi a todo tempo que passou desde que terminei com Nathaniel.

- Você não era digna. - Ele jogou o cabelo para o lado, desdenhando de mim.

- Olha só, que velha safada! - Belisquei seu braço e saí andando na sua frente enquanto ele reclamava.

- Ei. - Ele segurou minha mão para que eu o esperasse. - Precisamos conversar.