You are the reason

XXVIII

A conversa com Rosa terminou mais tarde do que eu esperava. Subi correndo para o quarto que eu estava com Castiel, quando entrei, ele já andava de um lado para o outro enquanto vestia suas roupas para o show.

- Achei que a madame não ia aparecer. - Disse ao me ver entrar.

- Perdi a hora com a Rosa, desculpa. - Eu não tinha tempo pra tomar banho, então comecei a procurar uma roupa legal na mala.

- Você tem meia hora. - Ele sentou pra colocar as botas.

- Por quê não me ligou pra avisar da hora? - Ralhei com ele.

- Eu estava dormindo até vinte minutos atrás. - Ele soltou uma risadinha.

- Diana vai nos engolir vivos.

- Não vai, por que ela gosta de você.

- Acha que da tempo de chegarmos na hora? - Perguntei enquanto tirava o short que estava vestindo para pôr uma calça. - Castiel! - Chamei a atenção dele, mas ele estava com os olhos fixos em mim.

- Oi. - Ele respondeu meio aéreo. - O quê?

- A hora. - Falei um pouco alto e ele levantou em um sobressalto.

Corremos de um lado para outro nos arrumando, mas eu não conseguia tirar o sorriso besta que se formou em meus lábios depois que percebi que Castiel ficou aéreo encarando o meu corpo. Esse ato foi uma demonstração inconsciente de que ele também me quer, talvez não tanto quanto eu o quero, mas já serve pra mim.

- Ta pronta?

- Sim, vamos. - Peguei minha bolsa e saímos. Todos já nos esperavam lá em baixo.

- Achei que não viriam nunca. - Diana nos olhou feio.

- Perdemos a hora, foi mal. - Castiel justificou quando entramos no carro.

- Hum, perderam a hora. - Natan nos encarou. - Como?

-Huuum. - Diana riu. - Também quero saber o que tava tão divertido que os fez perder a hora.

- Eu dormi. - Castiel revirou os olhos.

- Eu estava conversando com minha amiga. - Tentei me defender.

- Desculpas muito bem elaboradas, que nós vamos fingir que acreditamos por que queremos valorizar o trabalho de vocês. - Joe disse e todos sorriram. Pelo visto, há algo tão explicito entre Castiel e eu, que as pessoas não acreditam nem quando dizemos a verdade.

Seguimos para o local do show, mais uma vez a banda foi perfeita. Eu sabia que eram bons, mas não imaginava que já tinham tantos fãs, eu fiquei chocada com a quantidade de gente que gritava o nome deles. Foi a primeira vez que vi grupos de meninas com camisetas estampadas com fotos do Castiel, foi a primeira vez que fiquei com ciúmes de inúmeras pessoas ao mesmo tempo. Eu estava conversando com um rapaz que cuidava da iluminação do palco, ele estava dando em cima de mim, mas isso não me importava. Eu estava muito curiosa para saber como mexer naqueles milhões de botões.

- Oi amor. - Castiel apareceu e me abraçou por trás. - Eai, Oliver. - Ele deu um sorrisinho falso para o cara da iluminação.

- Oi. - Ele não retribuiu o sorriso do Castiel e saiu de perto de nós.

- Você tava dando em cima do cara da luz? - Castiel riu.

- Claro que não, eu só queria saber como mexer naqueles botõezinhos. - Eu amava coisas que eu não sabia mexer e que provavelmente eu iria quebrar.

- Você tem que parar de tentar ligar esse seu lado artístico inexistente. - Ele riu.

- Ei, eu tenho um lado artístico, é só que ele é o lado de dentro.