XXXII

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Acordei com uma sensação conhecida, braços fortes abraçando a minha cintura. Mas dessa vez eu estava sem roupas e virada do avesso. Ontem eu conheci um lado do Castiel que nunca havia visto, talvez o único que eu ainda não conhecia. Minha nossa, ele era bom, fiquei assustada em como fiquei submissa a ele, mas de um jeito maravilhoso. De repente comecei a ficar com vergonha, não sabia como olhar para ele quando despertasse, mas tive que descobrir isso logo.

- Bom dia gata. - Ouvi sua voz rouca no pé do meu ouvido e senti um beijo ser depositado em meu ombro.

- Bom dia gatinho. - Respirei fundo e me virei para ele.

- Não sei como agir agora. - Ele sorriu e eu fiquei aliviada por não estar passando por isso sozinha.

- Como éramos antes. - Acariciei seu rosto. - Só que com algumas coisas a mais.

- Hum. - Ele me puxou mais pra perto. - Eu gostei dessas coisas a mais.

- Eu também. - Sorri e lhe dei um selinho.

- Parece que agora tudo está no lugar. - Ele se deitou de barriga pra cima e me puxou para deitar em seu peito.

- Como assim? - Comecei a fazer carinho em seu abdômen.

- Hoje seria só mais uma manhã normal pra nós, se não tivesse acontecido o que aconteceu ontem a noite. Nós sempre tivemos hábitos de casal, mesmo sem ser um.

- Pensando por esse lado, você tem razão.

- Ta me dando razão? - Ele riu. - Ta estranho isso aí.

- Idiota. - Lhe dei um tapinha.

- Você gostou de ontem? Eu fui muito grosso com você? - Seu tom de voz parecia inseguro, mas acima de tudo, preocupado.

- Você me virou do avesso. - Eu ri e ele também. - Foi ótimo. - Levantei minha cabeça e olhei em seus olhos, para que ele visse que eu estava sendo sincera.

- Fico mais seguro agora. - Ele me deu um selinho.

- Mulheres gostam de uma certa brutalidade na cama, é liberado. - Ele riu. - Fora das quatro paredes eu chuto a sua canela se for grosso comigo.

- Eu já fui alguma vez? - Ele me encarou com uma sobrancelha erguida, sabia a resposta.

- Não. - Sorri.

- Não vou começar a ser agora. - Ele soltou uma risada e eu não entendi. - É mais provável que eu fique ainda mais besta por você.

- Tem como? - Eu o provoquei.

- Mas olha só, que ridícula. - Ele me derrubou na cama e subiu em cima de mim.

- Não, cócegas não, por favor.

- Você vai pagar pelo que disse! - Ele começou a fazer cócegas na minha barriga e só parou quando eu já estava ficando roxa sem ar.

- Eu vou morrer. - Tentei recuperar meu fôlego.

- Não pode. - Ele me encarou. - Nossas vidas estão começando agora.

- Fofo. - Abri um sorriso e apertei sua bochecha.

- Ai. - Ele reclamou. - Não sou fofo, é que com você eu fico meio idiota.

- É fofo pra mim. - Abracei seu pescoço e o puxei pra mais perto.

- Acho que eu posso viver com isso. - Seus braços contornaram minha cintura.

Demoramos um bom tempo para levantar da cama naquela manhã. Ficamos deitados conversando sobre tudo, como sempre fazíamos, mas agora estávamos curtindo a presença do outro de uma maneira mais profunda. Sabíamos que algo muito bom estava acontecendo, que havíamos passado de fase, mas, por incrível que pareça, o medo que eu sentia antes havia ido embora. Agora eu me sentia segura e feliz. Quando saímos do quarto vi Diana jogada no sofá com a televisão ligada e uma cara nada boa.

- Ressaca? - Sentei ao seu lado.

- Nunca mais me deixe tomar mojitos. - Ela fez uma careta. - Estou tão enjoada que acho que meu estômago desistiu de mim e quer sair pela garganta.

- Vou fazer um café bem forte pra você, vai te ajudar com isso.

- Obrigada, você é um anjo.

- Onde estão os outros? - Castiel apareceu com uma tigela de cerais na mão.

- Dormindo. - Diana suspirou. - Vai mastigar pra lá.

- Credo. - Ele reclamou e voltou para cozinha.

- Vou fazer seu café, já volto. - Deixei Diana na sala e fui para a enorme cozinha da casa. - Cereal, sério?

- O quê? - Ele fez cara de ofendido. - Eu gosto.

- Café da manhã de criança. - Ele revirou os olhos.

- Chata.

- Eu vou fazer Waffles, mas não vou fazer pra você. - Comecei a pegar os ingredientes na cozinha.

- O quê? Por quê? - Ele me olhou indignado.

- Por quê você gosta de cereal. - Respondi despretensiosa.

- Eu gosto mais de comer a sua comida.

- Problema seu. - Eu ri com a cara que ele fez.

- Olha. - Ele pôs a tigela de cereal em cim da mesa e andou até mim. - Eu já soltei o cereal. - Ergueu as mãos para o alto. - Posso ganhar um Waffle?

- Ainda não sei. - Fingi que estava pensando.

- Então eu acho que vou pegar de volta todas as minhas camisas que você usa. - Ele deu um sorrisinho sem mostrar os dentes.

- Chantagista. - Dei um tapa em seu peito e me virei para o fogão.

- Eu jogo com as armas que eu tenho. - Ele deu um beijo no meu ombro.

- Você venceu essa. - Revirei os olhos. - Mas vai ter revanche.

- Pode ser na cama? - Ele mordeu minha orelha.

- Castiel! - Fiquei vermelha e ele riu.

- Minha nova atividade favorita é te deixar vermelha.

- Palhaço.

- Linda.

Terminei o café da manhã mesmo com Castiel me enchendo o saco e atrapalhando. Fiz um café especialmente forte para Diana, waffles com bacon e café normal pra todo mundo. Natan levantou correndo quando sentiu o cheiro dos Waffles e Joe só levantou horas depois. Passamos o dia inteiro na casa, fizemos almoço, conversamos, jogamos cartas. Parecia que ninguém estava muito disposto s explorar a cidade depois da bebedeira de ontem a noite.

Quando a hora do show se aproximava, todos fomos nos arrumar e seguimos para o local. Percebi que Castiel tinha muitas fãs em Paris e agradeci por quê no outro dia iríamos embora. Eu estava feliz por ter resolvido o que havia entre nós, no fundo sempre sinto uma pontada de medo, se der errado, eu tenho muito a perder. Mas, os olhares que ele lançava para mim lá do palco me diziam o contrário, cada vez que ele me olhava, sorria e piscava pra mim, tive medo que os paparazzi percebessem isso, mas ele parecia não se importar e eu não me importaria também.
Estávamos juntos e felizes, era o que importava.

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