Francesco
Escuto os gritos das meninas e olho para o meu braço e vejo o sangue manchando mais ainda a minha camisa de sangue mas dessa vez o sangue é meu, foi um tiro de raspão, olho para o cara na escada e vejo sua cabeça arrebentada, olho para o topo da escada e vejo o Thomas com uma mão na barriga e com a outra ele tem uma arma apontada para o filho da puta.
— Salvei sua vida, está me devendo uma. — Ele fala e eu abro um sorriso.
O desgraçado está vivo, graças a deus.
Ele começa a descer a escada e eu ajudo ele assim que ele chega no meio dela, terminamos de descer a escada e eu boto ele sentado no sofá ao lado da Bianca que agarra nós dois pelo pescoço.
— Princesinha, vai com calma. — Ele fala e ela não diz nada, ela começa a levantar a camisa dele para ver o local que ele estava com a mão.
— Graças a deus não foi um tiro. — Ela fala baixinho.
— Posso ser novo nisso mas a minha mira sempre foi boa. — Ele fala num tom de brincadeira. — Mas devo admitir que mando muito mal no karate.
— Não brinca com isso. — Bianca fala chorando.
Ela se levanta e vem na minha direção, ela começa a olhar o meu braço e suas lágrimas não para de cair.
— Eu estou bem. — Falo.
Ela começa a me bater e eu fico olhando olhando para ela sem entender.
— Você é um desgraçado filho da puta. — Ela fala chorando e me batendo.
Seguro os seus braço e abraço ela, ela começa a se debater mas logo para, ela me abraça e eu aperto ela ainda mais, se alguma coisa acontecesse com essa mulher eu estaria arruinado. Depois de um tempo ela sai do meu abraço e vai até o Lorenzo.
Me sento no sofá ao lado do Thomas.
— Quero detalhes dessa merda. — Thomas fala.
— Contarei tudo. — Falo.
Bianca puxa o Lorenzo e faz ele se sentar ao meu lado, ela começa a olhar todo o seu corpo assim como fez comigo e o irmão, sinto o alívio dela quando ver que ele está bem. Ela se afasta e começa a olhar todos nós.
— Vou ligar para a limpeza. — Ryan fala pegando o telefone e saindo da sala.
— Bianca, você está bem? — Aurora pergunta.
— Não, eu não estou bem, eu vi meu irmão matar um homem, esse mesmo irmão está todo arrebentado, o Lorenzo está com sangue até no cabelo e eu nem sei se esse sangue é só daquele homem ou dele também, eu vi um monte de gente morrendo, eu atirei em um cara e eu vi o meu amigo e o homem por quem eu estou completamente apaixonada bater em outro homem até a morte, eu não estou nada bem.
Ela se senta na mesa de centro e eu fico olhando fixamente para ela, ela disse, apaixonada?
— Apaixonada? Você está apaixonada por ele? — Thomas pergunta.
— Depois desse caos todos você me pergunta isso? — Bianca pergunta chocada. — Cara, eu vi a merda do meu "talvez" futuro marido levar um tiro, eu estou desesperada. — Ela começa a respirar com dificuldade. — Merda Thomas, é a porra da crise.
Thomas tenta se levantar com rapidez mas reclama de dor, me levanto junto com ele e ando até ela, Lorenzo a pega e a bota no sofá.
— Me desculpe, me desculpe por isso, foi tudo a minha culpa, eu sou tão cego de raiva por esse homem que não fiz o que eu sempre faço, eu não analisei nada, eu só fiz. — Lorenzo fala desesperado.
— Eu to bem, eu to bem. — Bianca fala e segura a mão do Lorenzo.
— Ela precisa de gelo. — Thomas fala calmo.
Olho para ele confuso, a irmã dela está passando mal e ele está com essa calma toda.
— Eu vou pegar. — Isa fala saindo.
— Qual é o seu problema? — Pergunto baixo para o Thomas.
— Se ela ver nosso desespero tudo piora, isso é psicológico, aja naturalmente. — Ele fala e posso ver que ele não está nada calmo.
Volto para o lado do Lorenzo e de Bianca e boto a mão no ombro dele chamando a sua atenção.
— Fica calmo se não piora. Falo baixo e ele confirma.
Logo Isa volta e o Thomas tira o tênis da Bianca e bota o gelo no pé dela.
— Todos nós vamos para o hospital. — Ela fala ainda segurando a mão do Lorenzo, ela está de olhos fechados.
Olho para o Thomas e ele diz para não contrariar, o Giovanni ia dizer algo mas eu nego com a cabeça.
— Sim, vamos. — Falo.
— Eu quero sair dessa casa agora. — Ela fala e confirmamos mais uma vez.
Olho ao redor e vejo o tanto de corpos na escada, na entrada da sala, vejo o sangue pelo chão e os vidros quebrados, está tudo uma bagunça gigante.
— Eles estão a caminho, vamos tirar as meninas daqui. — Ryan fala parando ao lado do Giovanni.
— Vamos para o hospital, preciso ter certeza que elas estão bem. — Lorenzo fala.
Levantamos a Bianca e peço o Giovanni para levar ela, ela nega mas ele a leva mesmo assim, Aurora e Isa estão bem, meu braço está começando a doer mas ainda está de boa, Thomas está andando com dificuldade, Ryan ajuda ele, Aurora e Isa ficam ao meu lado e começamos a sair de casa. Quando chegamos na porta vejo o cenário horrível que ficou o jardim na minha casa, vejo que chegaram carros com mais dos nossos homens.
Puxo o rosto da Isa e da Aurora e boto perto do meu pescoço, eu não quero que elas vejam isso, por mais que já tenham visto lá dentro, quando saímos no portão e estamos chegando perto dos carros um telefone começa a tocar e eu não sei de quem é.
— Oi tio. — Era o de Ryan. — Sim, sim, irei passar para ele. — Ele me da o telefone e eu atendo.
-Oi pai.
-Por favor me diz que vocês estão bem. - Ele fala meio desesperado.
-Sim pai, estamos todos bem.- Falo.
-Estamos voltando agora mesmo.
-Pai, não tem necessidade, realmente estamos bem.
- Vocês são as merdas dos meus filhos, não me diga o que fazer, eu vou sim.
-Tudo bem pai, só não acho que tenha necessidade, estamos realmente bem.
- Eu amo vocês, amo mais que tudo, por favor, fiquem todos juntos essa noite, estamos saindo daqui nesse momento.
- Iremos para o meu apartamento.
-Em algumas horas estarei ai, agora vão para um hospital.
- Tudo bem, pai, tchau. - Desligo depois dele dizer um tchau quase chorando.
Ver ou ouvir meu pai chorando é muito para mim.
Devolvo o telefone para o Ryan e entro no carro com as meninas, Giovanni foi no outro carro com o Thomas e a Bianca.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor Arriscado. [1° livro da saga Mafiosi Perfetti]
RomansaFrancesco Lastra é o mais velho de quatro irmãos, depois dele vem o Giovanni e Lorenzo, eles tem uma irmã, Aurora, mais ela não é filha biológica dos seus pais. Os quatro fazem parte do negócio da família, a máfia. Francesco como é o mais velho dos...