Capítulo 75

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Francesco.

Meu pai abre a porta da minha casa e entramos, na sala está toda a minha família e a família da Bianca, olho para os lados e não vejo a Bianca.

— Estava pensando que ia ter que ir atrás de vocês. — Minha mãe fala e todos olham para gente.

Andamos até eles e eu continuo olhando para os lados tentando encontrar a minha esposa. Sinto uma mão no meu ombro e quando viro vejo que é o Heitor.

— Eu não sei o que aconteceu, mas ela está lá fora e não parece muito bem. — Ele fala e eu fecho os olhos já sabendo o que é.

Agradeço e vou andando para fora de casa, quando eu ia sair pela porta da cozinha que dá nos fundos eu bato de frente com o Thomas.

— Seria bem mais simples se você tivesse a brilhante ideia de deixar ela fora daquela sala. — Ele fala.

— Thomas, ela queria entrar, eu não sou a porra do homem das cavernas para simplesmente obrigar ela a fazer uma coisa, eu deixei claro o que iria acontecer lá dentro, ela disse que ficaria até onde fosse possível para ela. E ela uma hora ou outra teria que ter noção do que eu sou. Por mais que eu não goste disso.

— Vocês mataram três pessoas na frente dela, espero que tenha noção de como esteja a cabeça dela. — Ele fala e passa por mim.

Saio e vou andando para os fundo, de longe vejo ela deitada na rede, vou andando em passos lentos, a verdade é que eu estou criando coragem de olhar para ela. Tá, eu não deveria ter deixado ela entrar, mas eu também não podia simplesmente a obrigar ela a ficar do lado de fora. Ela me viu matando duas pessoas, porra, como eu vou fazer ela esquecer essa merda? E eu deveria mesmo querer que ela esquecesse? Ela é minha mulher, eu com certeza irei matar mais pessoas, isso sou eu, essa é a minha vida. Eu não posso mais me esconder dela.

— Posso ficar aqui com você? — Pergunto e ela nem se vira para me olhar.

— Claro. — Ela fala e eu me deito ao seu lado.

Olho para o seu rosto, ela não parece chorar, ela parece calma, apenas pensativa. Ficamos em silêncio por um tempo.

— Eu não deveria ter deixado você entrar, Me desculpe por ter visto tudo aquilo.

— Não se desculpe, essa é a sua vida. — Ela fala ainda olhando para frente.

— Bianca, isso é muito para você? Você se arrependeu de ter se casado comigo?

— Francesco, eu não quero um mafioso dentro de casa, eu não sou acostumada com isso, e nunca vou ser, eu só quero um marido, um homem amoroso, carinhoso, compreensivo, parceiro. Eu quero um homem que seja um pai amoroso, cuidadoso, preocupado e dedicado. — Ela dá uma pausa e eu começo a me desesperar, não, ela não pode me deixar, logo agora que podemos viver bem. — Eu sei que você pode ser tudo isso, e fico feliz por saber que eu escolhi bem. Então é por isso que eu tenho que te perguntar...

— Pergunta o que você quiser, meu anjo.

— Você pode, por mim, viver esses dois mundos? Não quero chegar em casa e ver um mafioso, eu quero chegar e ver o meu marido. Você me promete que consegue fazer isso? Lá fora você pode ser o que quiser, mas aqui dentro, não.

Do meu peito sai um peso tão grande que eu suspiro pesado.

— Bianca, eu faço tudo por você, tudo. Claro que eu posso fazer isso por você.

— O que eu vi hoje não mudou a forma que eu te vejo, a única coisa que eu percebi é que para está nesse mundo você tem que agir corretamente ou...

Amor Arriscado.  [1° livro da saga Mafiosi Perfetti]Onde histórias criam vida. Descubra agora