Pov Portuga:
Eu já estou até imaginando o sermão que vou levar quando chegar em casa, ela não apoia e nem concorda com a compra de mulheres, eu por um lado também acho errado, porém eu não posso perder um cliente, e digamos que a forma de pagamento foi muito boa.
A loira é gata, uma cara de marrenta, não parece ser patricinha, algo que me instigou foi a própria mãe vender a menina, cara eu não lugar dessa loira eu ficaria num ódio de todos.
Passei o papo, não fui covarde e nem nada, espero que eu continue assim, se ela não querer torrar a minha paciência antes.
Terminei de fazer a soma do descarregamento, pedi o Sorriso para fazer a tabela de lucros e prejuízos, e logo depois destruí um parte das armas que havia chegado para os vapores, e o restante deixei na salinha para que fossem usadas quando necessária.
Resolvi uns problemas com o baile que vai rolar amanhã, aparentemente tudo certo, tranquei a boca e montei na minha moto, indo para a minha casa.
Aqui no morro eu trato todos com humildade, odeio culpar inocentes, acho isso totalmente errado, é satisfatório ver as crianças brincando na rua na maior tranquilidade, infelizmente quando chegam em uma certa idade, muitos entram para a vida do crime, e outras querem seguir sua vida, estudando, se esforçando essas coisas ai.
Não é assim todos os dias, infelizmente o morro tem que lidar com invasões de inimigos e da bope, por isso sempre dou o toque de recolher a todos, obedecem que quer, mais essa é a forma de eu tentar proteger todos.
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Luísa: Porra Pedro, eu conversei com você sobre isso, entrou em um ouvido e saiu no outro foi?_eu já estava a mais ou menos cinco minutos escutando reclamações da minha mãe.
Portuga: Ok mãe, eu não vou devolver a garota, talvez ela sirva para alguma coisa, mais eu te prometo não fazer mais isso._falei cansado.
Luísa: Do que adianta prometer se não cumpre com a palavra, eu já não sei mais o que fazer com você Pedro, um ótimo filho, mais só me dá dor de cabeça._saiu indo para o quarto.
Sentei no sofá mechendo no celular e vi a minha irmã descendo as escadas com a loira, até esqueci o nome dela.
Karina: Bonito Pedro, fazendo mulher de mercadoria..._ia reclamar mas cortei ela na hora.
Portuga: Sem perreco Karina, já basta a mãe falando isso, agora você? Faça mil favores!_saí dali sem deixar ela responder, tomei um banho, e deitei na tentativa de dormir.
Pov Lua:
Eram duas horas da manhã, eu não consegui pregar o olho até agora, talvez seja por estar dormindo em lugar diferente.
A Karina e a Luísa são um amor de pessoa, sério, me acolheram muito bem, a Luísa toda hora pedia desculpas pela atitude do filho, eu apenas sorri e disse para que ela não se preocupasse.
Levantei indo até a cozinha para tomar um remédio no qual eu havia trago, o remédio era apenas para não me dar insônia, eu tenho sérios problemas de ansiedade, e acabei ficando um pouco dependente do remédio, bebo ele de vez e nunca, mesmo sabendo que é necessário tomá-lo todos os dias.
Estava terminando de beber água até dar de cara com um ser humano, acabei levando um baita susto, pele morena, peitoral amostra, várias tatuagens, nossa senhora.
Lua: Porra, quase morri!_coloquei a mão no meu coração tentando me recuperar do susto.
Portuga: i ala, cólfoi, anda devendo é?_falou indo até a fruteira pegando uma maçã.
Lua: Desculpa, se me permite eu tenho que voltar para o meu quarto, boa noite._ não rendi muito papo, uma coisa que eu quero desse cara é distância.
O mesmo não importou muito, deitei na cama e fiquei fitanto o teto por um bom tempo, acabei adormecendo ali mesmo.
...
Acordei e percebi que o dia estava amanhecendo, mais ainda era muito cedo, fiz minhas higienes e desci para a cozinha, ninguém havia acordado ainda, comecei a preparar o café da manhã, como eu fazia na minha antiga casa. Fiz panquecas, misto quente, vi uns pães de queijo em um prato, os mesmos já estavam um pouco duro, coloquei eles nos microondas para ficarem fofinhos como eram e por fim, fiz o café e um suco Tang que vi.
Talvez eu esteja proibida de mexer com os utensílios da cozinha, quando o homem acordar eu já até imagino a bronca, ou talvez não, infelizmente eu só fui pensar isso quando as coisas já estavam prontas.
Luísa: Bom dia menina!_riu meiga_ que cheirinho bom.
Lua: Bom dia Luh, eu perdi o sono e acabei decidindo fazer o café, provavelmente o Portuga irá brigar por eu ter mexido nos seus utensílios._comentei me sentando ao lado dela na mesa.
Luísa: Que isso, não preocupa com o meu filho, aquele lá é cabeça quente, mais logo logo você se acostuma.
A Manu desceu coçando os olhos, a mulher estava dormindo ainda.
Karina: Bom dia gatas._falou sonolenta.
Luísa: Bom dia filha, olha que legal, a Lua fez o café da manhã.
Karina: Menina prendada é outro nível, quero ser assim quando eu crescer._riu
Portuga: Então esperando sentada Kahh, e aceita que você não cresce mais, pô, você está em um metro e sessenta e um à três anos atrás, se cresceu foi pouca coisa._entrou na cozinha, ele estava todo arrumado.
Bermuda jeans, uma camiseta larga, na cintura a sua arma, uma corrente no seu pescoço, e o seu cheiro impregnava por toda a cozinha, além de traficante o mano é cheiroso.
Portuga: Bom dia!_falou indo em direção a geladeira que ficava atrás de mim praticamente.
Todas responderam, menos eu, eu estava decepcionada, eu havia conseguido um dia vago para sair com os meus amigos, e agora não posso, por que virei uma mercadoria e tenho que seguir as regras de um traficante de merda.
O mesmo me olhou frio, me fazendo sentir incomodada com o seu olhar sobre mim, pedi licença para todos e subi para o meu quarto.
até quando isso vai acontecer, queria apenas paz, é pedir muito?
Comecei a chorar quando olhei pela janela a orla da praia, ainda era bem de manhãzinha, o mar todo azul anil. Limpei as minha lágrimas e peguei o álbum de fotos que trazia comigo.
Tinha várias fotos lá, eu não era uma criança muito feliz, a minha mãe sempre deixou bem claro que o meu pai havia largado ela por minha culpa, e eu meio que carrego isso no coração até hoje.
Pensando que se talvez eu não tivesse vindo ao mundo, as coisas teriam sido melhores. Nunca vi o meu pai, às vezes eu tenho vontade de encontrar o mesmo, para conversar, apenas para tentar ressaltar, se eu era mesmo a culpada de tudo.
Eu odeio ser fraca diante essas situações, eu queria e tentava ser forte, era inevitável não lembrar de tudo.
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POR AMOR
FanfictionSe eu errar que seja por muito, por amar demais, por me entregar demais, por ter tentado ser feliz demais. - Clarice Lispector 12/01/2022