capítulo 22

3.7K 156 1
                                    

"em silêncio, mas nunca em paz"

Pov Lua:

Fui para a faculdade hoje, meio cismada mas fui, ainda estou com medo de descobrirem alguma coisa durante a investigação. Resumidamente o meu dia foi,  faculdade, trabalho e casa.

Voltando para o que está acontecendo agora, o filho do Portuga é uma graça, tão fofinho, dá vontade de colocar em um potinho.

Sobre toda a história que aconteceu, bom, ainda não sei metade, provavelmente a Karina vai me contar depois. Algo que eu reparei, foi a forma que o Portuga trata o nenê, aparentemente com receio de alguma coisa. Ele segurou o bebê no colo, mas foi coisa rápida, se tiver sido uns dez minutos ainda foi muito.

Subi para o quarto, deixei eles lá no momento família, não queria atrapalhar e nem nada. Fiz os meus trabalhos de recuperação devido eu ter faltado alguns dias de aulas, sendo a maioria delas aulas práticas e estágio.

Nada muito difícil, requer muita atenção e aprendizado, eu não fiquei tão prejudicada, porquê mesmo sabendo que eu não poderia ir para à faculdade eu continuei lendo os livros e estudando.

Terminei minhas obrigações e fiquei sentada na cama olhando para o teto, naquele momento minha mente estava tão aérea, eu não estava pensando em nada, apenas estava ali olhando.

Às vezes é bom ter esse tempo sozinha, nem que seja por tão pouco tempo, minha vida virou de cabeça para baixo de uma hora pra outra, já não sei mais se essa mudança foi boa ou ruim, queria tanto saber o porquê do meu pai ter me deixado junto com a minha mãe, queria ao menos conhecer, saber quem é ele.

Acho que o único problema em ficar sozinha é esse, você pensa e imagina tantas coisas. É igual o João falava "mente vazia é oficina do diabo" realmente, se for parar para pensar muito a gente endoida e é capaz de fazer coisas no calor do momento.

Perdi a noção do tempo, quando vi já era meia noite, todos estavam dormindo, saí do quarto, evitei fazer o máximo de barulho possível. Fui até a cozinha e bebi um pouco de água, o sono estava longe de chegar, e aparentemente não vai chegar por tão cedo.

Tem alguns dias que eu fico nessa, não tenho sono e nem fome, não me incomoda, acho que já acostumei com o fato de passar por isso quase sempre.

Quando isso acontece eu costumo ocupar a minha mente tocando violão, mas aqui está tudo tão silencioso, qualquer movimento que fizer barulho, acorda todos, inclusive o nenê.

Meu celular não tinha nada de interessante, tava ficando agoniada de não ter nada para fazer. Peguei meu violão e saí do quarto em passos lentos.
Saí para fora de casa e olhei para cima, lembro que a Karina falou que a área era silenciosa, ela sempre ia para acalmar quando o Portuga estressava ela, ou quando tinha alguma decepção.

Eu só não sabia por onde ia para chegar até lá, lá foi o único lugar dessa casa que eu não fui, fora o escritório do Portuga, que apenas ele pode ir.

Dei uma volta ao redor da casa, até achar uma escadinha que provavelmente dava acesso direto para a área de cima, o risco de ganhar um esporro do Portuga é enorme, mas será coisa rápida.

Subi as escadas, estava com medo de cair dali, o lugar era arrumadinha e aconchegante, nunca havia vindo nessa parte da casa, de lá dava para ver às luzes do morro e bem de longe dava para ver às avenidas. Tinha uma rede no canto e uma mesa de madeira bem rústico, era um lugar totalmente confortável.

POR AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora