Tava no escritório com o Ld, fazendo as anotações e os lucros, estava tranquilo, mente vazia, estava tudo nos conformes.
Ld: Social na casa nova da Manu, chamou você também, bora?_falou olhando no celular.
Portuga: Zona sul?_tirei a minha atenção da caderneta.
Ld: Provavelmente, ela ficou de marcar endereço, de diferente vai ter só o boyzinho amigo dela, o restante é nós mesmo, a Lua, o Sorriso, a Karina.
Portuga: Falando na Lua a mina sumiu, saiu cedo hoje que ninguém viu, já vai dar cinco horas e nada dela chegar.
Ld: Saudades Pedrão?_me olhou sorrindo.
Portuga: Isso se chama preocupação viado, se o pai dela me perguntar eu vou responder o que? A mina mora debaixo do meu teto pô, existe uma preocupação da minha parte._menti.
Ld: Sei, manda mensagem pra ela pô.
Portuga: Eu não._falei rápido.
Ld: então fica aí preocupado que eu tô vazando, passa lá em casa oito horas para nós ir na social lá._fez um toque comigo e saiu.
Terminei meu trabalho, fechei e fui para casa também, é cansativo essa vida de patrão, mas a satisfação chega quando você vê dinheiro na conta, por mais que seja um dinheiro sujo.
Cheguei em casa, coloquei a moto na garagem e entrei na casa vendo a Lua conversando com a minha mãe e a Karina, e pela feição de todas, a conversa parecia ser séria.
Lua: Ah você chegou, podemos conversar?_me olhou.
Portuga: Particular?
Lua: Não, quero conversar com todos vocês, juntos!
Caminhei até o sofá, sentei no mesmo e comecei a folhear uma revista que estava na mesinha de centro. Percebi a mesma respirar fundo, e fiquei ali esperando o início da conversa.
Lua: Eu vou me mudar!_falou rápido.
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Portuga: Você vai o que?_tentei assimilar o que estava acontecendo.
Karina: Como assim?_olhou para ela sem entender.
Lua: É isso pessoal, eu vou me mudar. Ganhei um apartamento de presente do meu pai, e amanhã eu começo estágio em um hospital próximo Copacabana, bancar um Uber daqui até lá seria puxado pra mim, ou então eu teria que passar uns dias na casa da Manu ou do João. E não só por isso, eu já estava com isso em mente, não posso continuar morando com vocês, não porquê seja ruim, muito pelo contrário, vocês me fazem bem, vocês cuidaram de mim, eu tenho só o que agradecer, mas é necessário eu ter a minha independência. E eu só tenho que agradecer vocês por tudo, a gente se conheceu de uma forma inesperada, de um momento complicado, mas aqui eu aprendi tantas coisa, conheci tantas coisas, inclusive pessoas maravilhosas.
Karina: Poxa, justo agora que eu acostumei e me apaguei com a sua presença aqui todos os dias!_abraçou a menina.
Luísa: Eu te entendo perfeitamente, e tenho muito orgulho de você, você é forte, passou por tantas coisas, a gente te ama e a casa estará de portas abertas para te receber.
Lua: Ô amiga, eu também me acostumei, mas você pode ficar uns dias lá em casa, lá é lindo, você vai amar, assim como eu, eu não digo que vou estar vindo aqui todos os dias porque vai ficar muito corrido pra mim, mas eu vou vim visitar vocês sempre e vocês também vão me visitar, lógico. Eu só queria esclarecer tudo, para vocês entenderem o meu lado.
Portuga: Certo!_voltei a minha atenção para a revista.
Eu estava grilado com tudo aquilo, mas vou impedir ninguém não, a Karina subiu junto com a Lua e eu fiquei olhando a revista enquanto recebia um olhar nada agradável da dona Luísa.
Luísa: Eaí, se orgulha do que fez?_me olhou séria.
Olhar de mãe é muito mortífero, fui golpeado em apenas um olhar.
Portuga: Ala, tenho culpa de nada não mãe, se ela quis assim eu simplesmente não posso fazer nada, a mina é adulta, tem a família dela, ela já não tem mais a obrigação de ficar aqui igual tinha quando chegou nessa casa.
Luísa: Você vai subir agora, e conversar com ela!_apontou com o dedo para a escada.
Arqueei a sobrancelha, olhando para a mesma que ainda persistia na sua postura de séria, nem doido que eu ia enfrentar a dona Luísa na situação de raiva que ela tava.
Luísa: Te conheço e sei muito bem que você está sim se importando dela ir embora, tanto que desde que ela iniciou a conversa você estava com a revista de cabeça para baixo, igual agora._levantou e saiu.
A Karina desceu as escadas indo para a cozinha e eu respirei fundo me levantando do sofá, subi as escadas, sem fazer a mínima ideia do que eu ia falar para ela, até porque eu não tenho nada para falar, e não há necessidade de falar alguma coisa para ela.
Bati na porta do quarto e escutei um "entra" abri a porta e ela estava arrumando uma mala enorme, com outras duas de lado para possivelmente colocar o restante das coisas dela.
Portuga: Quer ajuda aí?_sentei na cama dela, olhando a mesma arrumando tudo.
Lua: Não, relaxa, isso aqui é rápido, a demora vai ser arrumar tudo lá._sorriu educada.
Portuga: Ae parça, queria te pedir desculpas por ter sido babaca com você desde o início, tá ligado que o pessoal curtiu muito você aqui em casa, não só eles mas eu também, e eu não queria que você deixasse de frequentar o morro, vou precisar da minha secretária lá na boca pô.
Lua: Não vou deixar de frequentar aqui, inclusive venho para o baile de sábado. E nada de precisa se desculpar, aprendi muitas coisas aqui, e eu agradeço muito, você são muito importantes pra mim, mesmo você sendo um tremendo babaca o tempo todo comigo, eu te considero importante em minha vida.
Portuga: Você não Ave Maria mais tá cheia de graça. Mas aí, a nossa última discussão eu já não tive culpa nenhuma!
Lua: Ata, você queria que eu não ficasse com ninguém além de você, aí a gente ia ficar, e naquela de se envolver sem sentimentos eu ia acabar me apaixonando e no final iria me fuder, você não quer nada sério Portuga, eu reconheço, você tem todas aos seus pés, e sabemos que eu sou mais uma da sua lista.
Portuga: E o que te faz pensar esses negócios aí?_olhei sérião.
Lua: Você me faz pensar isso.
Portuga: Bagulho errado isso aí, às meninas que eu pego é tudo pente e rala, se tu raciocinar bem vai entender, falei coisas pra você que nem minha própria família sabe, eu confio em tu, sei de tudo que você passou, e não é minha vontade machucar teus sentimentos, sou um cara bacana, meu amigo até pediu para perguntar se você não quer ficar comigo de novo, um replay de tudo._falei discarado.
Lua: Fala com o seu amigo que um dia, talvez, quem sabe!_fechou a última mala.
