capítulo 32

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Pov Portuga:

Aproximamos do André, que olhava atentamente para o povo tirando as vítimas do acidente.

Ld: Eaí? O quê rolou?

Sorriso: O carro perdeu o controle, e acabou passando para a contra mão, já hora estava vindo o outro carro e pá pum.

Portuga: Já tirou alguém daí?

Sorriso: O motorista do carro contramão se eu não me engano, saiu morto, estão esperando a perícia para pegar o corpo, do outro carro só tinha um passageiro, pelo o que eu escutei só quebrou o braço, e parece que tem mais uma vítima lá dentro ainda.

Ld: Esse negócio só atrasa a gente, não vão liberar a passagem por tão cedo, a mina não atende, só me deixa preocupado.

Sorriso: Cara...

O cara congelou, parecia ter visto assombração, peguei no ombro dele e ele estava focado nos carros que estavam praticamente destruídos.

Ld: O que foi parceiro?_me olhou sem entender.

Sorriso: Cara, aquela ali não é a Lua não cara?_perguntou com a voz embargada, o cara tá chorando parceiro?

Portuga: Lógico que não, deixa de neurose, a moça tá toda ensaguentada ali cara, não dá pra reconhecer o rosto.

Sorriso: É ela porra, é a Lua ali parceiro!_apontou desesperado, o efeito das drogas deixam as pessoas assim, alucinadas.

Ld: Porra mano, é ela mesmo! Olha a marca de nascença dela ali, é a Lua cara.

Portuga: Calma cara, liga pra ela de novo, eu tenho quase certeza que não é ela.

Eu estava tentando fugir da realidade, a mina que estava na maca se assemelha muita à Lua, eu não queria aceitar o fato.

Antes do Ld falar qualquer coisa, vimos os bombeiros tirar do carro um celular e uma bolsa, a bolsa marrom, idêntica a da Lua, e o celular...

O choque da realidade veio, eu tinha que manter a calma, os dois que estavam comigo já estavam em prantos. Liguei para um parceiro meu que morava aqui perto, marcando cinco minutos para chegar até o ponto marcado.

Portuga: Ei, vamos para o hospital, o Douglas está esperando a gente ali na frente com o carro.

Por conta do acidente o trânsito ficou congestionado, teríamos que andar um pouco até chegar onde o Douglas estava. Durante o caminho eu e nem ninguém falou nada, em pouco tempo esses caras ficaram próximos demais da Lua, com certeza estão preocupados, minha mente estava confusa, era um sentimento que eu não conseguia distinguir.

Qualquer coisa que acontecer com aquela mina vai me fazer sentir culpado por toda a minha vida, se essa mina não estivesse entrado naquele morro, certamente isso não teria acontecido.

É óbvio que o Papagaio colocou alguém para me vigiar, possivelmente me viram com a Lua e já imaginaram coisas. Ele iam pegar ela na tentativa de me fazer render, e tomarem o meu morro, esses otários pensaram em absolutamente tudo.

...

Chegamos no hospital, o movimento de ambulância ali, vários casos de emergências, tirei a conclusão que hospital é coisa de maluco, você vê cada coisa que não há psicológico que aguenta toda essa pressão.

Portuga: Como que faz para obter notícias?_eu estava tão eufórico que não tinha mente para pensar em nada que valesse a pena.

Douglas: Qual o nome da mina?

Sorriso: Lua, Lua Rodrigues Santana.

O cara foi até a recepção, enquanto conversava com a moça eu tentava raciocinar tudo o que estava acontecendo.

Sorriso: Cara, você já parou para pensar que tudo isso aconteceu por sua culpa?_me olhou com os olhos vermelhos.

Portuga: Ah óbvio, eu pedi para acidentarem ela, minha cara fazer isso._respondi irônico.

Sorriso: O problema é que você só pensa em você mesmo, você não pensou duas vezes antes de comprar a mina, fez ela fazer coisas que ela não queria, e por sua culpa ela está ali dentro._falou alterado.

Portuga: Ah claro, se eu não tivesse feito a compra hoje você nem conheceria ela, cala a boca André.

Sorriso: Esse é o seu problema, só pensa em você mesmo, se acontecer qualquer coisa com a minha Lua, a culpa será sua, foda-se o papagaio e os caralhos, se ela está ali é por que você colocou a vida dela em perigo levando ela pro morro como se fosse uma mercadoria.

Todos a nossa volta nos olhava sem entender, a vontade era de socar a cara de todos que eu vesse pela a minha frente, por mais doloroso que seja admitir, o Sorriso tem razão, tudo o que aconteceu foi culpa minha.

Douglas: Falaram que ela está em uma cirurgia agora, vai demorar um pouco para ter notícias, ela está fora de perigo até então._entregou um papel para o André, eu não fazia idéia do que era.

Ld: Vamos almoçar, a gente tem que pegar o carro lá na avenida também, provavelmente já liberaram passagem._falou baixo.

Portuga: Vão vocês, não estou com fome, fico aqui.

O Sorriso até tentou discutir ali para ficar, mas eu estava tão fora de mim que qualquer coisa que ele falasse ali alegando que a culpa era minha, eu socava a cara dele ali mesmo.

Eu juro que tudo que essa revoada passar eu vou cobrar o dobro do Papagaio, quero a cabeça daquele cara na minha parede. As consequências serão as piores.

Fiquei ali sentado, ignorando as ligações de todos, minha cabeça estava pra explodir, eu poderia facilmente evitar esse problema todos, mas é inevitável.

Com isso se passaram uma, duas, três, quatro horas e nada de médico e nem notícias. Nesse tempo eu fui em casa para comer alguma coisa, mas voltei logo em seguida, me sinto na obrigação de ficar aqui.

Via várias enfermeiras andando de um lado e outro, vários médicos com suas cadernetas na mão, e nenhum vinha em nossa direção, todos estavam agoniados.

Doutora: Familiares da paciente Lua Rodrigues Santana._falou e levantamos todos juntos.

Doutora: A Lua acabou de sair da sala de cirurgia, foi um sucesso, ela teve uma fratura na perna esquerda, e ela bateu muito forte com a cabeça, nada tão fatal, agora ela está sobre o efeito dos remédios, cerca de três dias para acordar, o caso dela não é grave, ela vai tomar alguns medicamentos e fazer alguns exames, visitas no máximo duas pessoas por vez, tenham uma boa tarde!_assentiu e saiu logo em seguida.

Suspirei aliviado, poderia ter sido muito pior e graças a Deus não foi. Os meninos se prontificaram a ir primeiro, não sei se estou preparado para vê-la ali, sabendo que é culpa minha.

Com esse susto todo eu aprendi a rezar, fiquei preocupado com a mina com medo do pior, e eu sei que não foi por que eu ia ser o culpado, nem o motivo eu sei, só pedi pra Deus que ele fizesse o melhor.

POR AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora