POR AMOR

capítulo 45

Pov Lua:

... antes que eu pudesse responder ele apenas me puxou para si, parecia que estava carente. me afastei como pude mas cada vez que eu tentava parecia que eu me aproximava o dobro...

Quando eu vi eu já estava beijando o Portuga, eu juro que eu tentei, o cara sem falar uma palavra sequer conseguiu arrancar um beijo de mim, eu não conseguia parar, nossas línguas se encontravam em perfeita sintonia. Eu falei que isso não iria acontecer novamente, mas isso aqui está sendo inevitável, o cara tem um puta beijo, se não fosse a falta de ar isso aqui não parava nunca.

Portuga: Porra, você não sabe o quanto eu precisava do seu beijo._falou baixo no meu ouvido me fazendo arrepiar, me senti vulnerável.

Lua: Você sabia que isso não devia ter acontecido.

Portuga: Para, você sabe que se aconteceu foi porque nós dois queríamos, e se depender de mim acontece de novo, toda vez que acontece você fala a mesma coisa, os dois estão solteiros e desimpedidos, tá correndo da situação por quê?

A gente estava discutindo no escuro, e o Portuga tinha mais argumentos que eu, e o que ele falava fazia sentido.
Antes que eu falasse qualquer coisa a luz voltou, e ele estava com as mãos na cintura me olhando esperando uma resposta.

Lua: Olha, a luz voltou, que legal. Agora vou colocar o meu celular para carregar!_mudei de assunto.

Portuga: Tanto faz, vou ligar para as meninas para vê onde elas estão._pegou o celular no bolso, me virei para ir para o quarto, porém algo ainda não estava certo ali.

Lua: Calma, você não tinha falado que o seu celular estava descarregado? Vai ligar para elas via bluetooth?_olhei para ele vendo sua feição sacana.

Portuga: A luz voltou, e você continua reclamando, só você mesmo Lua._balançou a cabeça rindo.

Lua: Eu não acredito que você se aproveitou da situação para me beijar, otário._falei e o mesmo mandou beijo no ar.

Peguei a minha arma no painel e antes de subi decidi brincar um pouco com o perigo, o Portuga estava em pé na cozinha mexendo no celular, passei por ele fingindo que ia beber água e em um passo rápido peguei o celular da mão dele e corri.

Portuga: Puta que pariu, devolve o meu celular._falou ofegante ainda correndo atrás de mim.

Lua: Uai, eu não sabia que você não tinha capacidade para vim buscar, que triste._debochei.

Portuga: Agora é sério, devolve aí, você corre demais aí fode com tudo._parou para recuperar o fôlego.

Lua: Ixi, qual foi? Sedentarismo isso aí parceiro._parei rindo da cara dele.

O mesmo voltou a correr atrás de mim, estávamos na área externa, parecíamos duas crianças brincando. Corri para dentro de casa e ele estava atrás de mim, subi as escadas quando estava próxima do meu quarto o Portuga grita.

Portuga: Aí cacete, parou com essa brincadeira aí._ele estava caído na escada, o homem torceu o pé, certeza.

Fiquei lá de cima olhando as caras e bocas que ele fazia, desci os degraus indo até ele.

Portuga: Nossa, tá doendo muito._se contorceu de dor.

Lua: Calma, deixa eu ver, não pode ter sido tão grave assim, provavelmente você só torceu o pé._abaxei para ficar na altura dele.

Portuga: Certeza que eu quebrei essa merda, isso tudo por sua culpa._engoli seco.

Escutar a palavra "sua culpa" me machuca de todas as formas, e dessa vez eu sabia que era a minha culpa.

Lua: Deixa eu te ajudar, vou fazer uma massagem com gel, depois colocamos uma compressa de gelo, amanhã isso aí já vai estar bem melhor, aqui o seu celular, vem!_falei fria.

Com muito esforço consegui tirar ele dali levando o mesmo para a sala, deixei ele lá e subi para pegar o gel.
Comecei a fazer a massagem no pé, e o mesmo murmurava de dor.

Lua: Pronto, vou pegar a compressa e já volto!

Fui até o banheiro lavar as minhas mãos, e quando voltei o Portuga já estava em pé perto da televisão.

Portuga: Ae, foi mal ter falado que isso foi sua culpa, eu que sou lesado demais e não prestei atenção nos degraus.

Lua: Tranquilo, já acostumei com esse peso de culpa, não faz muita diferença. Foi mal ter pegado o seu celular, vi que está melhor, vou nessa, estou cansada._menti.

Portuga: Ei, isso não foi sua culpa viu? Estou ótimo, você vai ser uma ótima médica, sem sombra de dúvidas.

Sorri falsa e saí dali, quando entrei no meu quarto eu me desabei no choro, eu estava fraca psicologicamente, escutar aquilo foi só um complemento para fuder com tudo.

Eu estava tão desesperada que esqueci a merda da porta aberta, e o restante vocês já sabem...

Portuga: Lu...calma ae, você está chorando?_apareceu na porta.

Lua: Por favor, só me deixa cara, me deixa chorar, me deixa em paz, me deixa._falei com a voz embargada por conta do choro.

Portuga: Ei, calma, eu não vou te deixar, por mais que você queira, tá chorando porque parça?_entrou no meu quarto e parou olhando para mim.

Detesto que me vejam chorando.

Lua:  Não é nada, relaxa!_limpei às lágrimas.

Portuga: Alguma coisa é, você não ia olhar para o nada e falar que está com vontade de chorar, quer mentir para a minha pessoa? Porra, se foi aquele negócio que eu falei agora pouco, eu falei da boca pra fora, momento de dor a gente acaba soltando coisas sem sentido._sentou na minha cama.

Lua: Relaxa, tantas coisas já me machucaram que aquilo não foi um terço do que passei.

Portuga: Eu falei sim que a culpa era sua, e foda-se você é a culpada mermo...

Olhei para ele segurando o choro e o mesmo me olhou como se procurasse resposta do que eu estava sentindo.

Portuga: Você é a culpada por colocar alegria aqui nessa casa, culpada por ser linda desse jeito, culpada por me deixar fascinado no seu beijo, puta que pariu que beijo, o negócio é que se eu te falar que você foi a única daqui do morro que eu beijei, vai até achar que é mentira ou exagero. Então você é sim a culpada, acho bom chorar por isso mesmo, faz o real sentido, quer que eu chore junto com você também? Porque se for preciso eu choro, faço um rio de lágrimas se for preciso.

Lua: Cara, você já parou para pensar que não tem nenhum sentido você está aqui do meu lado, na minha cama, tentando me consolar? Você me comprou cara, era para eu estar num puteiro, sentando para caras estranhos e fazendo você ganhar dinheiro.

Portuga: Sei lá, mulher não é mercadoria, acho que fiz bem em ter te comprado, talvez você não suportaria viver com a família vagabunda que você vivia!_sorriu.

Lua: É, eu havia feito a minha carta para os únicos amigos que eu tinha, deu tudo errado.

Portuga: Cara, para se achar menos que os outros quando na verdade você é foda!

Lua: Às coisas não são tão fáceis como parece Portuga.