capítulo 70

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Pov Lua:

Antes de sair do hospital eu fui visitar a menininha que estava com uma suspeita de câncer, eu converso e tudo com ela, mas eu não faço idéia de como ela se chama. Me despedi dela, pedi um Uber e saí do hospital. Olhei para um lado e para o outro, o Kaio estava vindo em minha direção.

Kaio: Aí tia, foi mal mermo, era pra gente se encontrar lá no corredor, mas eu não estava me sentindo bem ali, hospital é legal mais é cheio de gente preconceituoso, povinho tão tudo reparando a minha roupa._coçou a cabeça se explicando.

Lua: Relaxa, eu achei que você tinha ido embora!_sorri e ele deu um sorriso bem fraco.

Kaio: Mas aí, o que a senhora quer comigo?_me olhou sério, carinha de marrento.

Lua: Tava pensando em levar você para morar comigo, o que você acha?_fiz a proposta para o mesmo que me olhou surpreso.

Kaio: Caô tia, quem me garante que a senhora não vai me estrupar?

Lua: Caraca, olha pra minha cara e vê se eu tenho cara de quem pega criança pra estrupar!

Kaio: É, a senhora tem cara de lerda mermo, mas assim, senhora tá me falando isso porque? A senhora não acha isso perda de tempo não? Porque olha, sou moleque de rua, tenho meus problemas, e falo essas gírias, nada a ver com playboyzinho não pô, pensa bem!_me olhou como se estivesse me avisando.

Lua: Você vai me matar? Vai me roubar? Vai bater em mim?_falei e ele negou.

Lua: Então para de caô, vamos embora, o Uber já deve estar chegando.

Kaio: A senhora sabe ser marrenta né?_me olhou com humor e eu fechei a cara brincando.

Kaio: Calma dona, prometo que você não vai se arrepender da escolha!_fez um toque comigo.

O Uber chegou e durante o caminho eu fui conversando com o Kaio, ele me contava como era a vida dele nas ruas e  eu contava como era a minha. Paguei o Uber e fomos para a minha casa. Abri a porta e antes dele me falar eu adiantei.

Lua: Se falar que é bagulho de patricinha eu boto você pra fora de casa!

Kaio: Ixi, tá de neurose, longe da senhora esses bagulhos de patricinha, pô se liga!_fez uma cara engraçada.

Lua: Vamo comer, a gente vai comprar roupas pra você, fazer um corte estiloso no seu cabelo, vamos fazer compras!_falei animada.

Kaio: Mulher é foda mermo né? Parece a Jordana falando os negócios pra mim._falou me olhando colocar dois mistos na mesa.

Lua: E você e essa Jordana? Casal?

Kaio: Bem que eu queria mermo, a mina é firmeza, cativante, me ajudou quando eu precisei tá ligado? Curto ela demais, o negócio é que ela não fala sobre sentimentos e a amizade nossa é boa demais, e não tô afim de estragar.

E foi assim até o almoço, almoçamos e conversamos bastante, e foi assim que eu tive certeza que eu estava fazendo uma ótima escolha. Eu sou o sozinha, o Kaio é sozinho, ambos passamos pelo mesmo problema praticamente Enfim, arrumei um companheiro.

A tarde fomos em umas lojas e fizemos a farra de roupas, parecia que eu estava comprando roupas para o meu filho, era lindo ver todo o cuidado do Kaio comigo, sempre falando que não era tão necessário comprar um tanto de roupa.

O André iria passar em casa mais tarde para levar o Kaio no cabeleleiro para cortar o cabelo. O Kaio sabe de toda a minha vida, assim como eu sei da dele, percebi o mesmo mais alegre, não parecia aquele menino em pânico no hospital.

Kaio: Ae gata, olha só como o pai ficou!_passou desfilando na sala.

Lua: É da pro gasto!_brinquei com ele.

O Kaio é um adolescente muito bonito, não parece ser rebelde embora fala bastante gírias, de tanto eu reclamar do Portuga e do André, o Kaio é igual a eles. O Kaio bebe bebidas alcoólicas, não posso falar nada, nessa idade eu fazia a mesma coisa para tentar esquecer dos problemas de casa. O Kaio carrega a sua certidão de nascimento, o único documento que ele tem, o menino tem treze anos, mas parece ser bem mais velho, a puberdade de hoje em dia é diferente.

 O Kaio carrega a sua certidão de nascimento, o único documento que ele tem, o menino tem treze anos, mas parece ser bem mais velho, a puberdade de hoje em dia é diferente

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eu particularmente imaginei o Kaio assim, mas imaginem do jeito que vocês quiserem!!

O André passou aqui para pegar o Kaio e eu fiquei sozinha na casa preparando a janta. Algo que me deixou feliz foi saber que o Kaio mesmo sendo fechado, fala apenas o mínimo, ele desabafou comigo, contou a sua vida, ele confia em mim da mesma forma que ele me passa uma liberdade de confiar nele.

Óbvio que mesmo eu fazendo a proposta eu fiquei com medo de ser alguém do morro rival, é tudo muito arriscado, por isso que eu deixei o André levar ele para cortar o cabelo, porque aí ele tentava descobrir se era inimigo ou algo relacionado.

Mesmo com a confiança, eu ainda fico cismada, estou fazendo isso por proteção apenas, já estou arriscando só de colocar ele em minha casa.

POR AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora