E aqui estamos nós, às duas e sete da manhã, dentro de um jatinho particular, estou até me sentindo rica nesse exato momento, não consegui nem dormir direito ansiosa com essa viagem, até porque foram poucas horas depois da decisão, eu até agradeço, acho que se fosse dias antes eu passaria algumas noites sem dormir, não que fosse novidade, nem sei quando eu dormi bem depois do ocorrido.
Jatinho particular pois meu pai é um dos maiores traficantes do mundo, mais conhecido, ir no aeroporto como pessoa normal é estar pedindo para ser preso ou até mesmo assassinado. Um dos motivos pelo qual eu não gosto do crime, sei que muitos entram para ajudar a família e tudo, mas depois que entra é complicado sair.
Kaio: Porra, negócio é top mermo, cervejinha de graça papai!_abriu uma long neck com o dente.
Carlos: Primeiro classe filhote, só qualidade, investi uma grana alta nesse negócio pra ter o meu luxo merecido!_assoprou a fumaça de um cigarro eletrônico pro ar.
Eis a minha questão, um traficante usar cigarro eletrônico? A evolução é tão assim, diferente.
...
Depois de algumas horas sentada, finalmente chegamos, se eu falar que eu consegui dormir um pouquinho vão até estranhar, foi inevitável, nesses últimos dias eu ando com um sono fora do normal, ao mesmo tempo que eu estou morrendo de sono eu não quero dormir, e fica essa bagunça o tempo todo.
Manhãzinha, frio, porém sem neve, a cidade era linda, o pessoal bem vestido, o barulho era somente dos carros, sem som automotivo e nem nada relacionado, as praças limpas sem pinchacões ou grafites, era tudo muito formal. A dúvida surge, como em uma cidade tão formal dessas pode existir uma máfia? Cara, isso aqui não tem nada a ver com tráficos, drogas, armas, aqui é tão perfeito.
Eu admirava tudo pelo vidro do carro, uma paz cresceu dentro de mim, aqui é lindo.
Paramos em um bairro chiquérrimo, casas lindas, todas de dois ou mais andares, já dá para saber que aqui é o bairro das pessoas com condições elevadas, as casas não tem muro, completamente diferente do Brasil. No Brasil a casa sem muro é sopa para os ladrões. As casas com as cores neutras, um gramado verdinho em casa casa que tinha no bairro, árvores próximas a calçada que deixavam o bairro ainda mais harmônico, em algumas casas na garagem só tinha carrão, acho que só hoje dentre os vinte minutos do aeroporto até aqui eu vi sete Porsche, alguns Áudios e até mesmo Mercedez.
Kaio: Caralho, meu parceiro falar pra tu, já senti o preconceito dos playboyzinhos só de olhar pra isso aqui!_olhou para o lugar admirado.
Carlos: Que nada, o povo daqui é contra preconceito, todos se aceitam, você pode ser um mendigo e eles ainda vão te tratar bem, esse lugar aqui é um paraíso pô, mesmo assim eu prefiro o Brasil, o sistema aqui é perfeito demais pra mim, consigo acompanhar nunca._sorriu.
Entramos em uma casa, eu estava tão encantada que era indecifrável, sabe aquelas casas chiquérrimas de novela, vamos colocar que idêntica. Cores neutras, sem muitos móveis, vários cômodos, uma cozinha maravilhosa e enorme, os quartos são aparentemente todos do mesmo tamanho, pelo o que eu vi são quatro banheiros, a varanda do andar de cima da a vista de uma parte da cidade, aqui é lindo.
...
Carlos: Vou pedirem para trazerem um dos carros que eu tenho aqui para vocês passearem!_pegou o celular no bolso.
Kaio: Bem interessante, tá afim de colocar eu no seu testamento não vô?_brincou e o meu pai fez careta.
Lua: Podemos sair mais tarde? Agora eu só quero dormir!_bocejei.
horas depois...
Eu e o Kaio encontramos um shopping no centro da cidade, com muito esforço, fomos apenas seguindo as placas e achamos aqui. Tem burguer king, MC Donald's, Subway, resumindo, tinha bastante lojas que possuía no Brasil.
Kaio: Bora em um restaurante chique, teu pai deixou o cartão dele pô, vai nem fazer falta na conta do coroa!_riu.
Lua: Eu estou começando a achar que você só quer usufruir do dinheiro do meu pai, que pilantra._sorri.
Kauã: Não é isso, assim, pode ser! Porém, olha pelo lado bom, você pode luxar o quanto quiser, ele mesmo falou!_me convenceu.
Consigo falar algumas palavras russas, eu assistia uma série quando eu tinha dezessete anos, era a única disponível gratuita que me interessava no site pirata que eu tinha na época, porém a única linguagem que tinha era russa e ainda legendada e com isso acabei aprendendo algumas coisas.
Entramos em um restaurante que só de olhar você já fica sem dinheiro. Pessoas com roupas sociais, bem vestidos, resumindo, pessoas ricas.
Pedimos um prato que tinha no cardápio, para a minha sorte no cardápio tinha a tradução em inglês e em português, por isso não fiquei tão perdida.
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