POR AMOR

capítulo 37

Pov Portuga:

Se a Lua está com ódio, eu estou o dobro, é inacreditável ver a própria mãe fazer de tudo para assassinar a própria filha.

Eu já não gostava do Papagaio, nada mudou, só aumentou ainda mais a minha raiva por aquele cara, não só por fazer parte dessa merda toda, temos uma confusões passadas que eu prefiro não lembrar.

Sorriso: Ae mano, tava precisando conversar contigo._entrou na boca.

Portuga: Qual foi a merda que você fez dessa vez?_ falei com humor mas o mesmo me olhou sério.

Sorriso: É o seguinte, vou ser direto e reto, vai fazer seis meses que eu estou me relacionando com a tua irmã, e no começo era pra ser só uma ficada sem envolver sentimentos, só que aí a gente começou a ficar sério, e parça eu amo demais a sua irmã para ficar com ela no off tá ligado? Quero sair com ela de mãos dadas, postar fotos com legendas fofas, stories com músicas de casal, enfim tô querendo namorar oficialmente com a tua irmã, achei o certo de vir aqui conversar contigo como pessoas civilizadas, já faz um tempo que a Karina vem me pedindo para conversar com você, até paranóia a mina criou, porém ela tem muito medo de você privar ela de viver um romance e afins.

Portuga: O engraçado é que eu já sabia, eu estava só esperando vocês criarem vergonha na cara e vir me falar, eu já suspeitava e a Lua confirmou as minhas suspeitas, o negócio é o seguinte, eu confio em você, não magoe a minha irmã, faça ela feliz, é só isso que eu peço, no mais vocês se virem, são adultos._falei e o mesmo sorriu de lado.

Sorriso: Pô mano, valeu._me deu um aperto de mão.

Portuga: Como um bom amigo que eu sou, você sabe que tem que fazer o pedido de namoro bonito, com direto a texto, flores e esses caralhos todo aí, a Karina gosta de chamar a atenção, gosta de coisa escandalosa.

Sorriso: Porra, não tinha nem pensado nisso, não sei nem como faz um negócio desses, caralho, seria mais fácil eu chegar nela e falar tamo namorando, é isso. Resolveria metade dos meus problemas.

Portuga:  Chega na Karina e fala isso com ela pra você ver o que vira de um André na vida, tô te falando, a mina gosta de coisa escandalosa.

Sorriso: Vou ver o que eu faço, mas aí, já viu o negócio da invasão lá?

Portuga: Tô resolvendo, tô pensando em invadir na segunda-feira da semana que vem, só que eu quero ir com bastante cautela, o plano é pegar ele despercebido, não duvido nada que aquele cara colocou um x9 aqui no morro, temos que prestar muito atenção e ter bastante cuidado.

Sorriso: Tô ligado no papo, às duas horas da tarde é a troca de turno dos vapores, é um meio de distração de conseguirmos pegar eles.

Portuga: Pensei nisso, não será tão trabalhoso, o Papagaio não é tão forte, dependendo da situação usamos alguns vapores do Jacarezinho, mas não será necessário.

Sorriso: Tranquilo, meu pai tá lá resolvendo uns b.o, qualquer coisa é só falar com ele.

Portuga: Fechou, tem cobrança na rua dezoito, faz uns seis meses que o cara tá enrolando pra pagar, ele pediu para passar lá hoje, passa lá se ele não tiver o dinheiro pode matar, não vou ficar no prejuízo por conta de um drogado que não dá conta de pagar às dívidas.

Sorriso: Ótimo, tô indo lá._pegou o capacete e saiu.

Pov Lua:

Passei a tarde toda deitada, estava com o corpo doendo, não conseguia fazer muito esforço, por mais que eu quisesse, odeio ficar deitada sem poder fazer nada.

As dores são normais, a doutora falou que isso só iria acontecer dependendo do movimento que eu fizesse. Eu já não estava saindo de casa, agora mesmo é que eu não saio.

O que eu mais temia está acontecendo, o negócio é que eu sempre pedia para morrer, agora que eu estou vivendo a melhor fase da minha vida, vem gente querendo me matar, se fosse à um tempo atrás e aceitaria numa boa, mas agora, a situação é diferente.

Fiquei jogando no meu celular para passar o tempo, não estava afim de assistir televisão, algo que eu não contei, depois que eu recebi alta com a restrição de repouso absoluto, a Karina obrigou o Portuga a colocar uma televisão no meu quarto, e ele colocou com direto a Netflix, Amazon e vários outros.

O João e Manu sempre que vem me dão livros, agora só falta uma prateleira para colocar os livros, são tantos, chega dar gosto de ver eles.

O Portuga me traz girassóis às vezes, depois que ele descobriu que são as minhas flores preferidas ele não para de me mimar com elas, em questão da bipolaridade do mesmo, continua a mesma coisa de sempre, de repente ele muda o humor e me ignora no outra dia conversa comigo como se nada tivesse acontecido, até acostumei.

Eu tentava não lembrar a minha real situação, mas a cada segundo eu lembrava e isso era inevitável, em pensar que eu poderia ser perseguida por polícias, eu estou sendo perseguida pela mulher que me colocou no mundo.

Sentimento estranho lembrar de tudo isso, às vezes eu me cobrava por não conseguir dar orgulho para a Sandra, mas percebi que o problema não estava em mim, e sim nela, ela me odeia tanto sem eu ter feito nada com ela. Não tenho culpa que o meu pai nos abandonou, hoje eu já não culpo ele, vai saber como era relação deles dois.

Meu pai deve ter sumido com razão, nem eu conseguiria viver ao lado de uma mulher que nem a Sandra.

Eu não consigo sentir ódio, só sinto raiva, amanhã eu vou estar numa boa apenas indignada com a capacidade da mesma, eu falo isso porque toda vez é assim, eu não consigo ter ódio ou guardar rancor, para isso acontecer tem que ser algo marcante, estou tão confusa que já nem consigo decifrar meu real sentimento, não sei qual vai ser a minha reação ao vê-la, em olhar nos seus olhos e saber que aquela mulher é a que quer me matar.

Quando eu penso que saí de todos os problemas possíveis da minha vida, aparece mais para me fazer mudar de idéia.