capítulo 20

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Pov Lua:

Saí da boca orgulhosa de mim, pela primeira vez eu não abaixei a cabeça e encarei, até porque eu não estava errada.

No caminho encontrei o Sorriso saindo sorridente da casa do Portuga, aí tem coisa. Logo em seguida apareceu a Karina toda risonha, já entendi tudo.

Lua: Aí gente que tudo, eu sabia que isso ia dar casal._brinquei com eles.

Sorriso: Aí que susto, misericórdia._colocou a mão no peito.

Karina: Por um momento minha alma saiu do corpo.

ri da cara deles, e depois eu falei da fofoca, mentira, não falei não, por mais que eu quisesse contar eu preferi deixar isso quieto.

Olhei as notícias de hoje, o pessoal ainda está na investigação sobre o roubo, mas continuam sem nenhuma pista até então.

Tava sozinha em casa, a Karina havia saído com o Sorriso, fiquei no quarto mexendo no celular, não tinha nada para ver no celular, mas eu ainda insistia naquilo ali.

Peguei algumas folhas brancas e abri o meu notebook, sentei diante a mesinha e comecei a desenhar, desenhar é um dos meus passatempos preferidos, é onde eu expresso todos os meus sentimentos em um simples pedaço de papel.

Fiquei naquela por um bom tempo, só percebi quando ouvi baterem na porta do quarto.

Lua: Só um instante._me Ajeitei indo abrir a porta.

Portuga: Preciso de um conselho seu._falou assim que eu abri.

já printaram isso aí, o Portuga dono da porra toda me pedindo conselho, quando eu falo que é bipolar ainda existe gente para discordar.

Lua: Eu?_perguntei indignada.

Portuga: Não parça, a chapeuzinho vermelho!_falou entrando no quarto.

Portuga: Preciso saber como que funciona o exame de Dna, precisa marcar pra fazer, como é?

Lua: Sendo exame de paternidade é necessário marcar para fazer, normalmente é bom fazer de manhã.

Portuga: como que faz pra marcar esse negócio, tem que ir lá?

Lua: Depende, qual clínica você está indo, geralmente algumas possuí whatsapp, você pode marcar por lá._sugeri.

Portuga: tendi, vou ver o que eu faço, queria te pedir desculpas pela Lívia, a mina é imatura, age como criança.

Lua: Tudo bem._falei isso apenas.

dia seguinte...

Pov Portuga:

Marquei o exame para hoje, tava nervozão com a ideia de ser pai, a Lívia chegou com o menor, parça, o menino é uma cópia minha, não dá nem para negar, tá perceptível ali, só vou fazer por fazer mesmo.

Era um bebê bonitinho, meu coração acelerou quando vi, branquinho, olhinho esperto, senti uma parada estranha.

Entrei na sala do laboratório, me explicaram como funcionava tudo, retiraram uma certa quantidade do meu sangue e fez o mesmo com o menorzinho.

Me neguei a ir embora, porém, contra a minha vontade eu voltei para o morro, me garantiram que às cinco da tarde o resultado estaria pronto.

Tirei um tempo pra mim hoje, minha mãe e a minha irmã ainda não sabiam do tal acontecido até então, ainda estou procurando palavras para conversar com elas, não é só chegar e falar "aí gente, fiz um filho a mais ou menos dois anos atrás, a mãe dele é uma louca e é isso" fácil não vai ser.

A Lívia realmente não gosta do menor, quem cuida dele é a tia dela, garotinho tão pequeno e já passando por vários bagulhos, sem entender absolutamente nada.

Luísa: Tá pensativo demais Pedro, o que aconteceu?_sentou do meu lado na mesa da área externa.

Portuga: Problemas e mais problemas, responsabilidades e mais responsabilidades._falei bebendo um gole da minha cerveja.

Karina: Me chamaram?_se juntou.

Pronto, todas aqui, agora é só mandar bala e falar o que tá pegando. Sentimento estranho, tô gostando disso não.

Portuga: Bom, vocês sabem que eu tive um relacionamento dois anos atrás com a Lívia, a mina errou feio comigo, ontem ela brotou aqui no morro, falando um pá de coisas, e bom, ela tem um filho meu. Fiz o exame hoje cedo, vi o menor, o moleque é a minha cara, o dna só vai comprovar, menor é o meu xerox. E eu vou criar ele, a Lívia não gosta do menino, quem cuida dele é a tia dela, porém, as despesas estão ficando altíssimas e a Lívia está indo embora.

Luísa: Misericórdia, ótima mãe você foi arrumar para o teu filho meu bem, fica tranquilo, você tem o nosso total apoio, criar um filho não é fácil, mas a gente está com você nessa meu filho, você agiu como um homem de respeito e responsável, você será um ótimo pai

Karina: Então eu tenho um sobrinho?_me olhou alegre e eu assenti.

Portuga: Senti uma parada estranha quando vi ele no bebê conforto, ele me olhou com os olhinhos espertos, sorrisinho banguela, uma coisa mó gay._admiti.

Luísa: Um dia você vai entender seus sentimentos._beijou as costas da minha mão.

Expliquei para elas como tudo aconteceu, desde ela tentando insultar a Lua, até o fim. Contei com orgulho a atitude da Lua, não é porque eu gosto dela, é porque eu gostei da forma que ela não abaixou a cabeça para a Lívia, a primeira vez que vi ela confiante, ela obdeceu a tal regra que não lembro o número. Eu falo isso porque se fosse uma das que mora aqui no morro, teria sido o maior barraco, e a Lua acabou com a mina sentada sem encostar um dedo nela.

Não queria ser pai cedo, na verdade, eu nunca pensei em ser pai, até porquê a vida que eu levo não é as melhores, só de pensar que a minha família corre perigo. Não seria capaz de deixar o menor desamparado, independente de qualquer coisa.

Sentimento estranho, não sei como explicar, é até engraçado pensar em um serzinho correndo de um lado pro outro, me chamando de papai.

Fiquei sozinho pensando em tudo, tô precipitando que eu sei, tô criando expectativas demais, sabendo da probabilidade de ser negativo, o menor é a minha cara, porém, se a mina for minha fã e só ficar com meninos que se pareçam comigo, apesar que aqui é original e exclusivo.

É nessa de parar para pensar que dá vontade de morrer, sinceramente, por isso que prefiro a minha vida corrida do jeito que é.

As meninas saíram da mesa me deixando lá sozinho com a minha cervejinha, eu gosto de ficar sozinho tomando a minha cerveja, não posso discordar que prefiro com uma companhia, mas antes sozinho do que mal acompanhado, e eu sou suspeito de falar, sempre andei mal acompanhado. Não é à toa que o meu pai sempre deixava claro que não existe amigos e sim colegas.

O Sorriso e o Ld estavam tomando conta hoje dos negócios hoje, confio neles de olhos fechados.

A mina foi para a faculdade hoje, saiu toda felizinha, mó bobeira. Dei carona pra ela, deixei ela próximo da faculdade, não conversamos nada, até porquê eu não estava com cabeça para trocar ideia com ninguém. Passei meu número para ela me ligar quando terminasse lá, tô esperando até agora, só estou retribuindo o que ela fez por mim, mesmo eu agindo feito idiota com ela.

Idiota mesmo é ela por me ajudar, mina besta, ou eu que sou orgulhoso e guardo rancor de todos. Mas eu no lugar dela não arredava uma paia para ajudar.

POR AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora