capítulo 23

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Pov Lua:

Lua: Gostou da ideia de ser pai?_mudei o assunto.

Portuga: É estranho, não estava nos meus planos ser pai, não é porquê eu não gosto de crianças e nem nada, é porque a vida que eu levo é complicada, um filho não é brinquedo, é muita responsabilidade, um dia eu acostumo com aquele carinha me chamando de papai._riu.

Lua: você será um ótimo pai, tenho certeza.

Portuga: Me conhece à tão pouco tempo e já está colocando certeza mas coisas, confiante você.

Lua: Você não é uma pessoa ruim Portuga, você só não gosta de se expressar, talvez seja isso que te faz pensar que você não é uma boa pessoa.

Portuga: Às vezes eu acho você boa demais, já parou pra pensar o quanto eu sou rígido com você?

Lua: Sim, eu chamo isso de bipolaridade, hoje você está aqui um amor de pessoa, e meia hora depois está me tratando mal, parece mulher com TPM._falei com humor.

Portuga: Não acredito que você acha que eu sou bipolar, não é isso cara, vou ser sincero com você agora, você acha que eu queria comprar você? Não é bem assim, fiz a compra sem pensar, até porque você poderia ser de uma facção rival, ou algo relacionado.

Lua: E o que te faz pensar que eu não sou de uma facção rival.

Portuga: Puxei sua fixa, tu é uma mina muito misteriosa, foi mó trabalho descobrir as coisas._riu.

Lua: Eu não acredito que você me stalkeou, sabia que isso é crime?_falei rindo.

Portuga: Tá falando isso logo comigo, logo o dono do crime. Continuando, sou o dono do morro, não gosto de ficar dando moral pra ninguém eu havia te comprado, você tinha que me respeitar, por isso eu era rígido com você.

Lua: Era?

Portuga: Era pô, tu é gente boa, educada, gostei de você, só não pisa no meu calo, porque senão o bagulho fica louco.

Lua: Parece ironia você falando.

Portuga: Tá, eu te prometo que vou ser mais compreensivo e vou te tratar bem flamenguista modinha._zoou.

Lua: Quê, cara eu não acredito que você me stalkeou até esse ponto, isso é idiotice, não sou flamenguista modinha!_me defendi.

Portuga: também sou flamenguista, mas eu não sou modinha.

Lua: Eu também não sou modinha, torço para o Flamengo desde que eu me entendo por gente, a primeira coisa que eu quero fazer depois que eu formar e além de comprar a minha casinha eu pretendo ir no estádio da Gávea.

O mesmo ficou calado por um tempo, tava um silêncio, mas não estava constrangedor.

Portuga: Quer beber?_perguntou de repente.

Lua: Pode ser.

Ele saiu dali me deixando sozinha, levantei e fui até a rede encostando o meu corpo no pilar ao lado, realmente, ela estava radiante, sempre fui muito fascinada pela Lua, pelo menos algo bom a minha mãe ou o meu pai fez, ter me nomeado como Lua, é uma honra carregar esse nome.

Me virei vendo o Portuga chegar com um prato com uma porçãozinha de frios e um cooler carregado de gelo e cerveja. Essa noite promete.

Sentamos nas poltronas da lateral que havia lá, vocês não tem noção, na linguagem do Portuga eu diria que esse lugar é foda pra caralho.

Peguei o violão enquanto ele me servia a cerveja, e comecei a tocar uma moda de viola, basicamente, só faltou um churrasquinho.

Portuga: Parece até que foi ontem, o primeiro beijo
Quando fecho os olhos, ainda te vejo
E sinto as batidas do seu coração
Ah, quanta coisa bonita num amor tão puro
Parece mentira que aquele futuro
Que a gente sonhou não passou de ilusão..._cantou enquanto eu tocava.

Lua: Veio nos trilhos do tempo o trem do destino
Que foi te levando por outros caminhos
Deixando-me aqui na Estação Solidão
E nessas idas e voltas da minha saudade
Perdi o endereço da felicidade...
Fiquei prisioneiro da recordação...

Portuga: É igual a Karina fala, um dia você é jovem e mó outro dia está em uma farra onde toca modão e você sabe todos._bebeu a cerveja e eu fiz o mesmo.

Lua: Sempre gostei muito de viola, uma vez a Manu me levou na fazenda da avó dela, fomos dormir de madrugada, estava uma resenha muito boa, modão de viola, churrasquinho, era um momento familiar e eu meia  que estava sobrando ali, foi a última vez que eu fui também._ri.

Portuga: Eu tenho uma fazenda, fica um pouco longe daqui, vou uma vez no mês, tem vezes que fico um tempão sem ir, é bem bacaninha lá, um dia eu levo você lá para conhecer.

Lua: Cara, você é o dono do morro, você pode ter tudo e mais um pouco._falei impressionada.

Portuga: Nem tudo Lua, nem tudo._riu colocando um pedacinho de queijo na boca.

Ficamos ali conversando, cantando, bebendo, quando vi o dia havia amanhecido, de onde estávamos dava para ver o sol nascendo perfeitamente.
Continuamos na mesma, bebendo, conversando, só que dessa vez demos um tempo para a música, estava apenas conversando.

Portuga: Teve uma época que eu estava muito rebelde, sério, minha mãe até achava que era por conta das drogas, bom, era também, na verdade eu nem tinha motivo para ficar rebelde, era mesmo as companhias que eu tinha, naquela época eu lembro que decorei a música do Proerd sem querer.

Lua: Sua mãe colocou você no Proerd cara? Foi gentil Portuga, você não pode nem reclamar.

Portuga: Foram tantas vezes no Proerd que até ia suspender as vendas de drogas aqui no morro.

Lua: Não duvido nem um pouquinho.

Portuga: Minha mãe já fez cada presepada comigo que misericórdia, e eu tenho certeza que ela fazia aquilo por hobby.

Lua: Já levei uma advertência na escola por bater em um menino que eu chamava ele de viado, mas eu só chamava ele assim por que ele me chamava de Inês Brasil, na época eu não conhecia ela, se eu soubesse quem era eu espancava ele mais ainda.

Portuga: Não sabia que você era assim, tão barra pesada.

Lua: Não cara, eu sei ser um doce de pessoa, só que tem horas que o açúcar acaba.

Portuga: Eu espero fielmente que esse açúcar não acabe comigo.

Conversamos durante um bom tempo, até o sono começar a surgir e cada um ir para o seu quarto, era estranho ver esse novo lado do Portuga, mas um estranho bom, eu só não imaginava que ele era uma pessoa muito boa.

Eu acho incrível o jeito que ele tem de montar um assunto apenas para não acabar a conversa, em nenhum momento me deixou desconfortável, a companhia dele era ótima.

A gente tem bastante coisas em comum, se fosse em outra situação eu diria que éramos almas gêmeas, mas a gente estar bem longe de sermos assim, mesmo tento algo em comum, somos totalmente opostos um do outro.

Fui dormir pensando no absurdo que ele fez em ter stalkeado todas as minhas redes sociais para descobrir mais de mim, isso é bom que agora eu vou deixar todas privadas.

POR AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora