capítulo 80

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Pov Lua:

Saí da faculdade indo direto para o morro, falei com o Kaio que ia ser coisa rápida, já vai fazer duas horas que eu saí de casa. Milagre ele não ter me ligado preocupado pela demora.

Lua: Qual o problema da vez?_cheguei vendo o Portuga mexendo no celular.

Portuga: Toma ó, quarta-feira às cinco da tarde eu tô passando na rua casa pra te buscar, um pra você e outro pro Kaio._me entregou dois papéis pequenos.

Peguei sem entender aquilo ali, quando li foi como se estivesse dando um presente para uma criança, eu era a criança. Ingressos para o jogo do Flamengo contra o Vasco, a segunda fileira do estádio. Sabe quando você não tem as palavras certas para agradecer? Foi isso que rolou, eu fiquei em estado de choque.

Portuga: Ixi, paralisou aí gata?

Lua: Caraca, quando você me falou eu achei que era mentira, não acredito que você realmente fez isso!_falei feliz ainda sem acreditar.

Portuga: iiii ala, confia em mim não parceira? Tá moscando, era só questão de oportunidade para te levar lá pô!_me deu um beijo na bochecha.

Lua: Trate ficante como ficante, você me dando um ingresso para o jogo!_brinquei.

Portuga: Ficante por que tu quer, já mandei o papo mas tu num se liga.

Lua: É questão de ter certeza, você precisa ter certeza e eu também, não tive relacionamentos bons, não estou fazendo uma comparação, você sabe a minha opinião!_levantei para me despedir.

Portuga: Tô ligado morena, tá no papo!_levantou também me dando um selinho.

Me despedi dele e saí dali toda feliz, pelo menos eu não vou passar o meu aniversário triste, vou passar o meu aniversário no estádio vibrando com a torcida rubro negra.

Kaio: Aí parça, qual foi a felicidade?_me olhou sem entender e eu mostrei os papéis.

Kaio: Não acredito que tu foi na perfumaria e pegou as amostras!_se aproximou rindo e pegando o papel tendo a mesma reação que eu tive.

Kaio: Caralho menor, jogo do mengão assim ao vivo e a cores? Porra!_me olhou impressionado.

fiquei conversando com ele por um tempo bom, estava cansada, de uns dias pra cá eu venho andando muito cansada e com uma vontade imensa de dormir em todo canto.

...

Acordei estava de noitinha já, possivelmente madrugada. Eu havia perdido o sono, isso já não era mais comum de acontecer. Fui até a cozinha para beber água e vi o Kaio sentado na varanda olhando sem direção com um fone de ouvido. Olhei para o relógio na parede da cozinha, eram duas e quarenta e oito da manhã.

Bebi a minha água e caminhei até ele sentando ao seu lado admirando a vista, eu não tinha costume com aquilo, trazia uma calmaria para o coração. Uma das qualidades era que o Leblon ficava de frente para o mar, então você acorda vendo aquela vista maravilhosa todos os dias.

Fiquei calada, não tinha nada para falar, acho que a brisa já dizia por si só, o Kaio estava sereno, em sua feição não tinha tristeza, estava tranquilo, se fosse outra pessoa eu diria até que estava drogado, mas não era a situação.

Kaio: Insônia?_falou sem me olhar.

Lua: Insônia, e você?

Kaio: Também!

Falou e ficamos calados novamente, não sei se a minha insônia era ansiedade, ou algo assim, de qualquer forma não tinha explicação por eu estar assim, eu estou vivendo a minha melhor fase.

Lua: Vamos pro mar?_sorri olhando para o Kaio.

Kaio: Tá de caô? São três horas da madrugada parça, sossega._riu negando com a cabeça.

Lua: Tá, eu vou, fica aí!_levantei e fui para o meu quarto trocar o pijama, coloquei um short jeans e uma blusa regata, por cima um moletom.

Kaio: Tá indo mermo?_perguntou e eu assenti com a cabeça.

Kaio: Calma ae, vou botar uma calça e já volto, me espera que eu vou contigo.

Correu até o quarto e menos de minutos ele apareceu, fomos andando, eu estava afim de andar, só isso. Fomos andando pela orla, escutando o barulho das ondas, o vento leve, não sei porque, mas a praia tem um cheirinho fraco de protetor solar.

Kaio: Tá fazendo o que sua doida?_me olhou vendo eu tirar os chinelos sentindo a areia nos pés.

Lua: Vou sentar aqui!_fechei os olhos sentindo o vento.

O Kaio fez a mesma coisa, a Lua estava radiante, refletia no mar, dava uma imagem perfeita, um papel de parede impecável, porém ao vivo e a cores.

Kaio: O mar é tão..._pensou.

Lua: imenso!_completei e ele concordou.

Kaio: Imenso, isso, tão profundo cara, tem suas calmarias e suas turbulências, mas traz uma paz tão grande.

Lua: sempre gostei do mar, ele sempre acalmou minhas crises de ansiedade, sempre vinha aqui quando estava com insônia, eu vinha com o João, eu trazia o meu violão, ficávamos conversando, cantando, e assistíamos o sol nascer._fechei os olhos lembrando dos momentos.

Eu e o João nos afastamos tanto, às vezes bate uma saudade dos nossos momentos.

Kaio: E cadê teu violão?_me olhou.

Lua: Tá lá em casa!

Kaio: Jae, fica aí, tô indo lá pegar, marca cinco minutos, cuidado, qualquer coisa cê me liga, é rapidinho!_levantou e saiu sem me deixar responder.

POR AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora