capítulo 86

2.5K 118 0
                                    

Pov Lua:

Duas semanas se passaram até então, estou amando trabalhar no hospital, até porque você conhece pessoas que nunca imaginou conhecer, e por fim acaba tendo um certo apego, óbvio que não é tudo um mar de rosas, é preciso ter muito psicológico para enfrentar muitas coisas em um hospital.

O João também está trabalhando aqui, Doutor João Castro, é engraçado, às vezes eu acabo escutando algumas senhoras comentando sobre como o João é lindo, e é inevitável não rir da forma que elas falam.

Eu e o João estamos bem distantes, não é por falta de tempo, por cansaço ou prioridades, é porque ele está agindo estranho e está se distanciando de mim, no fundo eu sinto falta de antes, das nossas conversas, preocupações. Minha ansiedade atacou esses dias por claramente eu não saber o que está rolando, se ele está se afastando por algo que eu fiz ou falei.

Domingo eu passei muito mal com a crise de ansiedade, nem saí de casa, o Kaio até se prontificou para cuidar de mim, era perceptível a preocupação dele, ele todo prestativo fazendo as coisas. Eu falo crise, na verdade era um cansaço psicológico, que consegue ser extremamente pior que o cansaço físico e infelizmente não há nada que seja capaz de amenizar a tensão de uma mente turbulenta.

Passei a tarde toda do domingo deitada, não queria nada e nem ninguém, às vezes eu me sentia fraca e chorava por motivos sem nenhum sentido.

Hoje eu já estou bem melhor, infelizmente às vezes eu acabo tendo uma recaída como essa, é inevitável.

Portuga: Aí, tem um negócio martelando aqui na minha cabeça, me responde aí, como foi que eu te conquistei?_me olhou confuso.

Estávamos no alto do morro, onde o Portuga gostava de ficar, e onde ele me pediu em namoro e eu recusei.

Lua: Ah, eu percebi quando eu estava começando a falar às suas gírias, nossa eu pensei assim "Caraca, o trem tá tão feio que eu já estou falando às gírias dele"  mas conquistar mesmo eu não sei, eu sou uma pessoa apaixonada por detalhes e é sempre isso que me faz admirar ou perder o encanto pelas pessoas._olhei para ele.

Portuga: Seus amores antigos, como foram?_me olhou interessado e eu ri.

Lua: Foi só um, bom ele me tratava bem, porém me cobrava por não ter tempo para ele, na época eu tinha três empregos e a faculdade, eu precisava trabalhar para pagar a mensalidade, e às vezes não era o suficiente para comprar os materiais. Depois ele começou a me tratar de uma forma fria, e eu saí fora, já bastava o que eu passava em casa todos os dias._respirei fundo.

Portuga: Por isso aquele seu receio de entrar em um relacionamento?

Lua: Mais ou menos, eu sou muito desapegada, a vida me fez ser desapegada de tudo._sorri.

Portuga: Porra, nunca imaginei que tu já passou por mais coisas além do que passava em casa.

Lua: Qual foi a das perguntas?_olhei para ele.

Portuga: Porque eu pensei que tu só namorou comigo depois que viu as alianças em minha mão, se sentiu pressionada para não me decepcionar, tenho meus pensamentos pô._sorriu fraco.

Lua: E eu achando que eu era a neurótica, mas confirmando o seu pensamento, foi verdade mesmo, só estou namorando com você porque vi as alianças e fiquei com medo de te decepcionar!_menti e ele me olhou rindo.

Portuga: Tá brincando né? Boba!_passou a mão na cabeça rindo e eu olhei para ele séria.

Lua: Não, você me perguntou e eu estou te respondendo, eu não queria um relacionamento, só aceitei por quê fiquei com pena._ele me olhou sério.

Portuga: Namoral? Então você só está comigo por pena?_me olhou e eu assenti.

Portuga: Porra, tu não é obrigada a namorar comigo por dó não parça, não quer dizer que eu comprei um parecer alianças que tu é obrigada a aceitar cara. Tá ciente do que cê fez?_me olhou procurando respostas.

Lua: Sim, mas eu me senti pressionada cara!

Portuga: Foda-se, impressionada ou não, magoada ou não, você não tinha o direito de fazer isso comigo, porra, tô sendo firmeza contigo, nunca escondi nada de você, pra depois você chegar e soltar isso, talvez se eu não tivesse perguntado ou falado contigo sobre isso você ia prosseguir com essa mentira.

Lua: Sim, talvez, talvez também eu não seja a pessoa certa para você, olha Portuga, eu estou farta, toma ó!_tirei a aliança do meu dedo e entreguei para ele.

Lua: Tô cansada de alimentar um relacionamento que pra mim não tem sentido._menti.

A real é que eu amo esse traficante

Portuga: O pior tu já fez que foi mentir pra mim parça, confiei tanto que não esperava isso de você, esperava de qualquer outra, menos de você!_levantou colocando a mão no bolso, e eu levantei logo em seguida olhando cínica pra ele.

Lua: Vai ficar com raiva de mim por conta disso?

Portuga: Tu quer que eu fique como? Quer que eu te dê um sorriso e fale "pô tá de boa", não obrigado!

Lua: E você me ama?

Portuga: Não sei pô, eu não sei!_falou impaciente.

Lua: E se eu te falasse que eu estou brincando?_sorri e ele me olhou com tédio.

Portuga: Depois da merda feita não adianta voltar atrás, bora eu te deixo em casa!_pegou o capacete.

Lua: Me devolve a aliança por favor? A minha aliança!

Portuga: Não filhona, negócio foi caro!

Lua: Certo, então se alguém der em cima de mim eu vou falar o que, meu namorado não quis devolver a minha aliança, ou que não tem problema e ele não importa?

Portuga: Mané namorado o que pô?

Lua: Vai querer casar comigo então? Nossa eu apoio!_abracei ele pelo pescoço, mas o mesmo ia negar, porém não conseguiu.

Portuga: Para cara, faz isso não!_falou fraco.

Lua: Poxa cara, eu estava brincando contigo, óbvio que eu aceitei namorar contigo por livre espontânea vontade, para de bobagem!

Portuga: Ata, bobagem, nem Judas parça, nem Judas!

Lua: Vai devolver minha aliança mesmo não?

Portuga: Toma logo, papo reto, tá andando muito engraçadinha pro meu gosto, raspar teu cabelo fia!_falou respirando fundo e eu ri.

Lua: Você não é nem doido!_ri negando com a cabeça, e ele riu junto.

POR AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora