capítulo 52

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Pov Lua:

Amanhã é o feriadão de carnaval, e o Portuga decidiu que iria viajar para Angra, muito em cima da hora, até aí tudo bem, porque eu não tenho nada a ver com isso. Me chamaram e não me deixaram ter escolha, eu era obrigada a ir segunda a Karina.

E agora estou aqui preparando uma mala, a Karina como uma ótima amiga me presentou com coisas de praia, biquínis, saídas de praia, enfim, a mina me deu praticamente tudo que eu preciso para levar.

O Anthony chegou anteontem da casa da Valentina, a cada dia que passa aquele menino cresce mais, e ele está tão apegado a mim, dá vontade de morder uma gostosura daquela.

Escutei baterem na porta do quarto e gritei "entra" de onde eu estava.

Portuga: Leva o seu violão, certo?

Lua: E o seu? Você me disse que tinha um.

Portuga: Estou levando também, porém o negócio lá tá desafinado e eu nem lembro mais como que mexe, então vamo levar o teu por precaução._concordei com a cabeça.

Portuga depois daquele dia da vingança está vindo com uma conversa sobre psicólogo, sobre terapia, uma bobagem, e sempre que eu esqueço ele toca no assunto, tá faltando me internar em um manicômio.

Venho pensando seriamente em começar a conquistar as minhas coisas, quero conversar com o Portuga e com o meu pai direitinho para ver se eu consigo arrumar uma casa aqui no morro, mas a vontade mesmo é de comprar um apartamento, por questões de ser mais fácil para faculdade, ainda tenho que ter certeza se é o que eu realmente quero, acaba ficando complicado morar aqui, pois não me deixam ajudar nas contas, e acabo me achando folgada demais por estar aqui.

Terminei de arrumar a mala, eram só três dias, não era preciso tanta coisa, porque se dependesse de mim eu levava o meu guarda roupa inteiro.

Por mais que eu não quisesse ir, eu estou mega ansiosa, poxa, é a minha primeira viagem, não sei como que é, ouvi o pessoal falar muito de Angra dos Reis, eu espero que seja muito bom.

Vamos de carro, serão três carros, em um vai eu, Portuga, Luísa e o Anthony. No outro vai, o Ld, a Manu. E no último o meu pai, o Sorriso e a Karina.

Sim, o Ld chamou a Manu, pelo o que eu entendi ele chamou ela para o baile, mas não deu certo dela vir, então ele chamou ela para passar o carnaval com ele, e ela super aceitou.

Eu ia chamar o João para vir também, mas ele estava cuidando da avó dele e o Portuga não fez uma cara muito boa quando dei a ideia.

A cada dia eu me impressiono mais, o Portuga além de ter uma fazenda, tem uma casa na praia em Angra dos Reis, isso sim é um rico sábio, o bom é que o Anthony é herdeiro daquilo tudo, imagina nascer sendo herdeiro.

Cof cof, eu também posso falar, sou herdeira do Jacarezinho e da máfia russa, cof cof, filha do dono do morro meu amor, eu só não sei o que mais o meu pai tem, mas ele é podre de rico que eu sei.

Portuga: Mãe, prendeu a cadeirinha direito?_falou enquanto colocava as malas no porta malas do carro.

Luísa: Sim, está tudo certo!_fez jóinha com a mão.

Portuga: Vamos, quanto antes nós chegarmos lá, melhor vai ser.

Luísa: Lua, vai na frente, vou ficar aqui atrás com o anthony._falou assim que me viu abrindo a porta traseira do passageiro.

Pegamos estrada, eram mais ou menos duas horas daqui até lá. O Portuga ligou o som do carro, e não era funk, eu preciso me acostumar que existe um lado MPB, pop, acústico do Portuga, mas quando se trata de um dono do morro, o cara que mexe com tráfico de drogas, portes de armas, a gente só pensa nisso.

Portuga: Já foi em Angra alguma vez?_puxou assunto.

Lua: Eu não saia de casa, meus colegas até fizeram uma excursão no terceiro ano, só que eu não tinha condições de ir, e foi isso._respondi enquanto mexia no celular.

Portuga: apostou um beijo que a minha mãe está dormindo lá atrás!_olhou duvidoso para mim.

Lua: Entrarmos na BR agora, não se passou nem meia hora direito._ri, olhando para trás.

Tanto ela quanto o Anthony dormiam profundamente, gente como assim.

Lua: Puta que pariu!_ri.

Portuga: Acho que depois que você foi morar no morro você ficou muito mal influenciada, era toda princesinha, marrenta, e agora até palavrão fala, misericórdia!

Lua: Falando em palavrão, você não costuma falar palavrões quando está em família.

Portuga: Anda me observando senhora Lua?

Lua: Não, eu só reparei, quando você está com a família você fala pouquíssimas gírias e palavrões.

Portuga: Sou muito reservado pô, é igual o meu vulgo, poucos sabem que eu me chamo Pedro, questão de confidência.

Lua: Ah sim, entendi, e porque Portuga? Sei lá, podia ser um tanto de vulgo comum que eu vejo por aí.

Portuga: Porque quando eu era mais novo eu viajei com o meu pai para Portugal, e eu achava um ver o pessoal português, quando voltamos para o Brasil eu comecei a fingir que eu era português, e aí o pessoal da escola me chamava de Portuga, e acabou pegando. Toda vez era "o Portuga brigou com fulano" "o Portuga ficou com ciclano", não era o favorito das professoras, mas elas me respeitavam por eu ser filho do dono do morro, e meu pai e minha mãe iam nas reuniões e falavam que elas não precisam se preocupar, que se precisassem pudessem dar um puxão de orelha.

Lua: E de fato elas nunca davam, certo?_olhei para ele.

Portuga: Não, porque elas tinham medo parça.

Lua: Vamos lá, qual seria o meu vulgo?_olhei interessada.

Portuga: Já começa ruim por conta do seu nome, caraca, Lua, imagina estar numa discussão contigo, e falar teu nome, tira a concentração da discussão na hora, porque é um nome fofo sacas? Se fosse Luana ou Luanda, alguma coisa assim, e eu não sou bom de criar vulgos, mas eu diria LS, porque pegaria o Lua Santana.

Lua: LS, parece uma marca de roupa ou de maquiagem!_falei rindo.

O restante da viagem foi tranquila, não foi cansativa, paramos no posto para almoçarmos, ao todo foram mais ou menos três horas de viagem.

A casa era exatamente em frente á praia, e era linda, a vista, a casa, o local, é perfeito.

Alguns coqueiros ao redor, a casa bem aconchegante por fora, a vista era maravilhosa.

POR AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora