capítulo 10

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Pov Lua:

O Portuga não é uma pessoa mal, muito pelo contrário, ele só tem aquela postura para ser respeitado, ainda estou chocada por saber que tenho possíveis chances de poder terminar a faculdade, eu só precisava mostrar à ele que sou de confiança.

Fui para o quarto, troquei de roupa e desci para preparar o café, terminei tudo, tomei o meu café sozinha e subi para o quarto, pegando o livro que eu ainda não tinha terminado de ler.

Fiquei ali por um bom tempo, terminei de ler o livro, ainda traumatizada com o final. Olhei a minha volta, tinha mais outros livros, é capaz de eu levar uma pequena multa pela demora para devolver, e nem é minha culpa por isso.

Tomei um banho, estava muito calor, tem um lado bom e um lado ruim disso, presa em casa em um calorzão desse não é nada bom.

Desci indo para a cozinha, e estava reunidos lá a Karina, a Luísa, o Sorriso e o Portuga, cumprimentei a todos, tomei água e fui para a mesa da sala, deixando todos lá.

Portuga: Ae, não escutou o que eu te falei não parça?_encostou na porta da sala.

Lua: Desculpa, não escutei, pode repetir?_me virei olhando para ele.

Portuga: Quer saber, esquece._falou e saiu.

Lua: Doido!_murmurei baixinho, baixo que nem uma formiga seria capaz de escutar.

Portuga: Regra número sete, se murmurar mais uma vez leva bala._falou do nada e saiu, provavelmente indo para a boca.

Fiquei ali um bom tempo, sem fazer absolutamente nada, conversei um pouco com a Luísa, que teve que sair para a casa de uma amiga, e a Karina estava cansada e foi dormir, ou seja, fiquei sozinha nessa enorme casa.

Fui até o quarto e peguei os meus fones de ouvido, coloquei em uma música de funk, e comecei a dançar no quarto, eu fazia isso quando estava no tédio, geralmente era quando eu tinha um tempinho livre, o que era raro.

Dançava ali naturalmente, criava a minha própria coreografia e era isso, tava me soltando ali, sozinha no quarto. Me olhei no espelho dançando, bateu uma enorme saudade do meu cabelo castanho, quem sabe um dia eu não volte ele para a cor que era antes.

Lua: Vou desafiar você, você disse que sabe dançar, você disse que sabe mexer, vai ter que me provar, eu vou pagar pra ver..._cantarolei baixinho, não queria que a Kahh acordasse por minha culpa.

Lua: Já provou que é top e também tem estilo, quando empina e faz o quadradinho..._fiz a minha coreografia.

Acho que se eu vivesse de dança, provavelmente passaria fome, então vamos permanecer aqui, dançando no espelho e ser futuramente uma doutora, esse é o plano.

Pov Portuga:

Tava lá na boca com os meninos fazendo a contagem de lucros, encomendas de droga, e enfim, estávamos trabalhando.

LD: Aí Portuga, o dinheiro do cara lá está aqui, sujeito besta aquele cara, poderia deixar as coisas bem mais fáceis pagando tudo em dia._chegou colocando o dinheiro em cima da mesa.

LD, outro colega meu que confio de olhos fechados, eu deixo apenas a metade do olho um pouco aberto por precaução mesmo, mas o cara é zica.

Sorriso: Eu já passei o papo para o Portuga parar de vender esse cara, escuta? Não._falou enquanto mexia nas planilhas.

Portuga: Já falei com ele que comigo ele não arruma mais nada, arruma apenas uma bala no meio da cabeça, só não garanto que será apenas uma.

LD:  Você que sabe parça, só sei que eu vou almoçar na sua casa hoje._sentou no sofá de canto.

Portuga: Pronto, tem casa mais não? Minha casa não virou bordel pra puta não parça._falei rindo.

Sorriso: fala isso mas é a puta principal._brincou.

LD: essa aí? Senta pra mim todo dia._se referiu a mim.

Portuga: Ala, pode nem me ver que já abre as pernas e fica aí tirando onda._falei rindo.

LD: óbvio, inclusive mó vontade de abrir para você agora meu amor._fez uma voz fina.

Sorriso: Dois viados mesmos!_falou vermelho de tanto rir.

{...}

Os camaradas resolveu almoçar na minha casa, a tia Ana já estava preparando quando chegamos, desocupamos cedo na boca.

Tia Ana é a moça que trabalha aqui em casa, conheço ela desde que me entendo por gente, a mulher é cozinheira de mão cheia. Deixei os meninos no videogame lá na sala e fui tomar um banho, mais um dia de calor no Rio de Janeiro, sei nem por que a surpresa.

O meu quarto fica ao lado do quarto da mina lá, então resumidamente, se eu for para o meu quarto, passarei na frente do dela, e dessa vez o quarto estava com a porta aberta e acabei me envolvendo na vista.

A mina estava com um fone de ouvidos dançando, remexendo aquela raba, eu não posso negar que ela tem um ótimo gingado, ela estava tão entretida na dança que nem percebeu a minha presença. Fiquei ali olhando e depois fui para o meu quarto tomar um banho, nós pode ser feio mas não somos fedorentos.

Terminei o meu banho,e vesti e passei no quarto da mina, ela estava sentada na cama rindo para a tela do celular.

Portuga: Ae mina, se liga, se arruma, depois do almoço vou levar você para a boca, vai trabalhar pra mim, dependendo se sair boa no serviço eu vejo se deixo você terminar a faculdade, afinal você terá que ter um emprego para pagar a mensalidade, e não será eu que irei pagar._falei, pensando bem se eu vou pagar ela para trabalhar para mim, vai dá na mesma se eu estiver pagando a faculdade da mina.

A mesma falou alguma coisa, você ouviu? Por que eu não. Saí dali indo para a cozinha, fiquei conversando com a Tia Ana, enquanto as crianças estavam no videogame, sinceramente, são duas crianças.

Sorriso: Ae Tia Ana, mó fome agora, libera o rango aí pra nós!_falou sentando na cadeira do balcão.

Ana: Sossega o facho menino, vocês que saíram cedo demais do trabalho e ficam aqui me apressando!_falou experimentando a comida.

Portuga: A Karina está aonde tia?

Ana: Dormindo meu filho.

Olhei para os meninos que já haviam entendido o recado, corremos até o quarto da guria, e pegamos a minha caixa de som, coloquei a música no volume alto, bem próximo da cama dela, só tô fazendo isso porque ela faz o mesmo comigo.

Saí do quarto antes de soltar a música, o bluetooth do meu celular pegava na cozinha, cheguei perto da tia Ana e soltei a música. Me fiz de desentendido eu fui ajudar a tia Ana a lavar as vasilhas, enquanto os meninos estavam na piscina fazendo não sei o que.

A menina desceu as escadas no puro ódio, senti de longe. Acontece que a Karina é uma ótima pessoa, quando se trata de interromper o sono dela é a mesma coisa de atiçar o capeta.

Karina: QUE MERDA FOI ESSA PEDRO?_falou alterada.

Portuga: Ala, eu não tenho nada a ver com isso, tava aqui ajudando a tia a lavar as vasilhas._falei sínico enxugando as minhas mãos no pano de prato.

Karina: E desde quando você lava as vasilhas nessa casa?_falou um pouco irritada.

Portuga: não é que, tipo, foi assim, tava lá né, sentado, no sofá para ser mais óbvio, e daí eu pensei, que vontade de lavar as vasilhas, e vim lavar.

Karina: Você me paga seu dragão._resmungou indo para o quarto.

POR AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora