Pov Lua:
dia seguinte...
Acordei cedo, tomei um banho, reuni todos os meus materiais na bolsa, peguei um dinheiro para o Uber e para o café, nitidamente estavam todos dormindo, ainda era muito cedo, eu fiquei ansiosa e acordei cedo demais.
Fui andando até a barreira, o morro não estava tão movimentado, apenas o pessoal que trabalhavam agora, as donas de casa varrendo a calçada e só.
Fiquei uns quinze minutos na barreira conversando com os vapores até o Uber chegar.Passei o endereço certo e todo esse percurso durou cerca de meia hora, eram seis e vinte e sete da manhã, ainda tinha bastante tempo até abrirem o portão. Passei na padaria aqui ao lado para tomar um café, estava com o estômago vazio, comi muito pouco ontem, detesto ficar nervosa com alguma coisa porque eu perco a vontade de tudo.
Tomei o meu café e fiquei ali mechendo no celular e certificando se eu havia mandado todas as atividades que o professor me passou pelo e-mail.
...
Manu: Amiga, meu apartamento acabou de ficar pronto, me mudei ontem quando chegamos de viagem._falou empolgada.
Lua: Nossa, eu quero muito ver!_falei empolgada, eu ficava muito feliz em ver a Manu conquistando e realizando os sonhos dela.
Manu: Depois da faculdade podemos ir, será um prazer ter a sua visita em minha casa._fez uma cara engraçada.
Lua: Depois da faculdade não dá, o André vai passar aqui para me buscar, o nosso pai marcou um almoço em um restaurante próximo daqui, mas quando terminar eu posso dar uma passadinha lá.
Manu: Aé, às vezes eu esqueço da vida bagunçada que você tem.
Lua: Enquanto isso eu tento o máximo me adaptar com ela, é estranho falar que eu tenho um pai, passei vinte e dois acreditando que ele nem existia.
João: Vagabundas, porquê não né esperaram sair da sala?
Lua: Questões de fome e de preguiça, resolveu a sua nota com o professor?_olhei para ele.
João: Sim, e você está conseguindo fazer as aulas práticas?
Lua: Sim, e vamos ser sinceros, aulas práticas é mil vezes melhor do que livros e pesquisas!_falei e todos concordaram com a cabeça.
Tivemos mais três aulas de patologia, e amanhã já iniciaremos com o estágio em um hospital aqui perto, dividiram a turma em dois hospitais, eu e a Manu ficamos em um, e o João ficou no outro.
Fizemos isso no ano retrasado, e esse é o último estágio, é um regime de vinte e cinco horas semanais e recebemos cerca de mil duzentos e noventa reais por semana, meio período. Entramos seis e saímos às dez, olha que maravilha.
O André passou aqui na faculdade e fomos juntos para o restaurante que havíamos combinado.
Carlos: Como foi hoje na faculdade?_me olhou sorrindo.
Lua: Foi bom, amanhã eu começo o estágio no hospital São Lucas, vou receber mil duzentos e noventa por semana!_contei animada.
Sorriso: Se já está fazendo estágio, isso significa que você já é praticamente uma médica!_sorriu.
Lua: Quase isso, no final eu vou precisar fazer duas provas para abater nos horários perdidos de quando eu faltei aula, eu só receberei o diploma se eu conseguir passar nessa prova, tirando mais de cinquenta porcento para passar, caso contrário, eu terei que recomeçar a faculdade do início, gastando mais dinheiro e tempo.
Carlos: Você vai passar, certeza, estamos torcendo por você!_segurou a minha mão.
Eu amava aquele momento em família, nunca tive uma e cada detalhe me faz feliz, e saber que eles torcem e me amam é muito gratificante.
Sorriso: Hospital São Lucas não é aquele da Copacabana?_bebeu um pouco do vinho e eu concordei com a cabeça.
Carlos: Caralho, então nesse caso seria mais ou menos uns cinquenta minutos do morro até lá?
Lua: Sim, quase isso.
Sorriso: Pô Lua, fica cansativo pra você cara.
Lua: Sim, vou dormir alguns dias na casa da Manu para não ficar tão puxado, eu tenho um dinheiro guardado para comprar ou alugar uma casa pra mim, mas na Copacabana fica um pouco caro, e qualquer coisa eu compro um carro também.
Carlos: E foi por isso que eu e André propomos esse almoço._falou sério.
Se ele meter o louco falando que a minha amizade com a Manu não dá certo, pode esquecer e me deserdar.
Carlos: A gente tem um presente para você, aqui!_tirou uma chave do bolso me entregando.
Olhei para os dois sem acreditar no que estava acontecendo ali, uma explosão de sentimentos tomou conta do meu peito, eu não sabia se eu chorava ou sorria, ou fazia os dois juntos.
Sorriso: A Chave do seu apartamento morena, no Leblon por que nós é foda.
Meus olhos se encheram de lágrimas, era inacreditável, eu tenho um pai, um irmão e agora tenho uma casa, estou realizando mais um sonho meu.
Os dois me abraçaram, e tivemos aquele momento de carinho entre família, a emoção foi tanta que a minha voz falhava de felicidade.
Lua: Vocês me pegaram desprevenida!_sorri limpando às lágrimas.
Carlos: Certo, essa era a nossa intenção!_sorriu.
Lua: Gente mas o Leblon, o Leblon é muito caro, não precisava isso tudo.
Sorriso: Acha mesmo que dinheiro é problema para o Seu Carlos? Moreninha, o coroa é dono do Jacarezinho e da máfia russa, dinheiro é o de menos.
Carlos: Coroa é o seu toba. Inclusive, o pessoal estão na minha cola querendo a máfia, então no momento, todos acham que eu vendi para um velho russo, evitem falar da máfia._falou calmo.
Almoçamos juntos conversando sobre tudo, e a cada minuto eu agradecia pelo presente, eu jamais pensei que alguém poderia fazer isso por mim.
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POR AMOR
FanfictionSe eu errar que seja por muito, por amar demais, por me entregar demais, por ter tentado ser feliz demais. - Clarice Lispector 12/01/2022