Pov Lua:
Duas semanas depois...
Minha vida está sendo uma completa correria, faculdade, hospital, casa, não tô tendo tempo de sair, já chego em casa cansada.
Durante essas duas semanas eu venho conversando com o Portuga, e quem tomou iniciativa da conversa foi ele, por incrível que pareça.
🎤 mensagem de voz (00:17) PORTUGA
ae parceira, tô passando aí as oito pra te buscar, se arruma aí e pá, tá ligada que eu não perguntei se você quer ir né? Pois é.Era engraçado, raramente ela digitava, eu gostava de escutar os áudios que ele mandava, era engraçada, e eu estava começando a pegar algumas gírias.
Ele cagou se eu estava cansada ou o que, sinal de ele surtar se chegar aqui e eu estiver desarrumada. Ele só veio aqui em casa uma vez, que foi para trazer o Anthony.
Cheguei mais cedo da faculdade, cheguei em casa e dormi, não imaginava que seria tão cansativo. Mas eu gosto, conheci uma mocinha no hospital, tão lindinha, com um possível diagnóstico de leucemia. Ela sorri, brinca, com completamente fora da realidade, tão carinhosa, estou torcendo para que dê tudo certo.
...
Acordei e olhei para o meu celular, faltavam apenas meia hora para o Portuga passar aqui, eu consigo me arrumar rápido, mas meia hora é pouquíssimo tempo, para quem precisa lavar e ajeitar o cabelo.
Antes de qualquer coisa eu avisei que iria atrasar um pouco, pelo menos se vier reclamar eu vou desistir de sair e ainda vou ter argumentos para discutir, porque eu avisei.
Eu não sou boa com looks, pra mim a primeira peça de roupa que aparecer na minha frente já está de bom tamanho, e eu não sabia para onde o Portuga iria me levar, vou fazer um esforço de montar algo elegante, porque se for pra comer um dogão na esquina, eu vou estar chique, esse é o sentido.
E essa foi a única coisa que eu achei elegante e confortável e também a única que eu achei disponível, a preguiça foi tanta que nem arrumei as roupas no closet.
Terminei e havia se passado vinte minutos fo horário marcado, e nada do Portuga chegar, pensando pelo lado bom, ele não ficou enchendo minha paciência me apressando para sair.
Mandei uma mensagem avisando que estava pronta e dois minutos depois ele falou que estava parado em frente ao prédio. Me olhei no espelho novamente, retoquei o meu perfume e o meu batom, eu detesto usar batom, resumindo, hoje eu estou saindo completamente da minha zona de conforto.
Encontrei o mesmo parado na frente do carro mexendo no celular, postura séria, bem arrumado, acabou com a minha esperança de comer um dogão. E eu imaginava que em qualquer situação os homens saíam com camisa de time, tenho pouquíssimas experiências com homens, eu não tinha tempo para sair com um, embora eu conversava com alguns.
Lua: Boa noite!_falei educadamente.
O mesmo virou me olhando e pude reparar todo o seu look, calça jeans preta, blusa polo preta, tênis branco e um boné preto. E era incrível por que não era só eu que estava reparando ele, ele também me observava sem desviar o olhar, até um belo sorriso surgir em seu rosto.
Portuga: Valeu a pena a espera, está gata!_deu um beijo no canto da minha boca e logo abriu a porta do carro para que eu pudesse entrar.
Agradeci o mesmo pelo ato e enfim minhas pernas estavam trêmulas, um frio na barriga. Eu nunca havia sentido isso na vida, isso era tão estranho, e pode apostar que medicina estuda de tudo mas não aprendemos sobre isso, ou quando o professor ensinou eu faltei.
Fomos o percurso todo em silêncio, um fato sério, porquê o perfume masculino tem que ser tão bom e impregnante? Não faz sentido, o perfume que o Portuga usava era diferente do que eu estava acostumada a ver ele usando, e esse era indecifrável, mas era perfeito e combinava harmonicamente com o ar gelado do carro.
Ele parou em um restaurante que julgando pela aparência, parecia restaurante de pessoas com condições elevadas, o mesmo desceu do carro e segurou a minha mão, que não sei se era por conta do ar condicionado do carro, mas a minha mão estava gelada ao contrário da dele que estava quentinha.
Portuga: Boa noite, eu tenho uma reserva no nome de Pedro Silva._falou com a moça na recepção.
Moça: Certo senhor Pedro, você reservou a mesa sete, aquela do lado da janela, fiquem à vontade._apontou para o local.
O Portuga agradeceu a moça e fomos até o local onde estava reservado. Era estranho ver o Portuga agindo de forma formal, cadê a parte vagabundo nato que ele tem, não havia conhecido esse lado dele.
Portuga: E então, como foi o seu dia?_ne olhou sorrindo.
Lua: Tem uma mocinha no hospital com possível suspeita de leucemia, ela é linda, me apeguei em poucos dias, meu dia foi só correria Portuga, e o seu?_olhei para ele.
Portuga: Pedro, sem vulgos, me chama de Pedro ou de amor da sua vida!_sorriu.
Lua: Acho que Pedro já é o suficiente. Não é arriscado você ficar exposto assim?
Portuga: Depende, eles conhecem o Portuga e não o Pedro, são pessoas diferente.
Lua: Sim, isso é perceptível, já vez essa generosidade com quantas?_lancei uma pergunta clichê vendo o mesmo fazer careta.
Portuga: Porquê vocês mulheres sempre que o homem faz alguma coisa ou apresenta alguma coisa diferente, vocês perguntam "já trouxe quantas aqui?" "já falou isso para quantas?", e respondendo a sua pergunta, essa é a primeira vez que eu trago uma mulher para um restaurante, meu pai costumava trazer a minha mãe aqui todas às vezes e esse lugar me trás ótimas lembranças.
Lua: Seu pai tem orgulho da pessoa que você se tornou.
Fizemos os nossos pedidos, pratos de entrada, prato principal, sobremesa e o Portuga pegou um vinho. Ficamos conversando, descobri um pouco da história dele, eu prefiro o Pedro do que o Portuga, são completamente diferentes.
Sei que essa brincadeira toda vai sair um preço altíssimo, o Portuga não me deixou ver o preço em nenhum momento, ele me deixou livre para escolher qualquer coisa, era óbvio que no final eu vou fazer questão de dividir a conta.
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POR AMOR
FanfictionSe eu errar que seja por muito, por amar demais, por me entregar demais, por ter tentado ser feliz demais. - Clarice Lispector 12/01/2022