Pov Portuga:
Tava nervoso, odeio ficar ansioso. A mina chegou nem almoçou e foi trabalhar, reparei que nesses últimos três dias ela não anda se alimentando bem, tá bancando a maluca achando que saco vazio para em pé.
A Lívia ligou falando que era pra eu passar na casa da tia dela para pegar o menor se o exame der positivo. Agora fode, como que eu vou pegar esse menino sozinho, eu não tenho zero experiência com crianças.
Nunca esperei tanto por uma notificação no meu celular, já havia passado do horário marcado, mas não né notificaram que estava pronto o resultado do exame. Bebi minha cerveja, tava tenso demais, eu juro que depois que essa revoada passar eu vou viajar para esfriar a mente.
Fiquei jogando um joguinho enquanto não recebia a mensagem da clínica, a intenção do jogo era distrair, infelizmente eu esqueci que eu sou o Pedro, o cara complicado de mexer.
Fiquei naquela uns vinte minutos, entrei para dentro de casa e deixei meu celular no balcão e fui até a cozinha preparar alguma coisa para comer, pode parecer exagero, mas eu sou muito bom na cozinha, aprendi com o meu pai.
Nesse meio tempo meu celular apitou, mensagem no whats, o resultado do exame estava pronto, que maravilha, agora a ansiedade atacou e eu não vou poder terminar o meu lanche.
Tranquei a casa e saí dali indo para a boca, só tava a menina lá, o restante provavelmente estava resolvendo os problemas e eu aqui tentando resolver o meu.
Portuga: Cadê os boys?_falei fechando a porta do carro.
Lua: Acho que o Ld está treinando os novatos, e o Sorriso resolvendo o descarregamento de mais tarde._respondeu guardando os papéis na gaveta da mesa.
Portuga: Vamo ali comigo, vou precisar da sua ajuda._falei saindo da boca e encostando no carro, vendo a mesma vindo atrás de mim.
Lua: Tenho que esperar os meninos chegarem, estou tomando conta daqui enquanto estão fora.
Portuga: É rápido, no caminho eu te explico, tranca a porta ae, um deles tem a chave reserva. Sou teu patrão, deveria seguir ordens._a mesma respirou fundo e fez o que eu pedi.
Arranquei o carro, não expliquei nada, estava tenso demais com tudo o que estava acontecendo. Fomos parados em uma blitz na avenida próximo o laboratório, mais um atraso.
Polícia: Boa tarde amigão, vou precisar da sua carteira de habilitação e licenciamento do veículo._falou e assim fiz.
O mesmo checou se estava tudo em ordem, me falou alguma coisa relacionada ao clima, nem prestei assunto, eu só queria chegar na clínica, fazer o que eu tinha pra fazer e seguir normalmente.
Saí dali vendo a mina respirar aliviada, esqueci que ela assaltou o banco e essa blitz só está acontecendo por conta dela.
Portuga: Ficou com medo de barrarem?_falei rindo.
Lua: Fiquei com medo de descobrirem, ultimamente eu ando cismada com tudo, logo passa, eles não sabem que você é o dono do morro?_perguntou, por um lado eu iria ignorar, mas tô me segurando pra não tratar ela mal, porquê ela não merece.
Portuga: Digamos que um deles tem uma ótima conta bancária para fazer esse trabalho de não deixar a minha ficha suja._expliquei.
Deixei a Lua no carro enquanto eu saí para pegar o exame, agradeci o carinha lá e fui para o carro, eu estava tremendo igual vara verde.
Abri o exame no carro, e estava escrito naquelas palavras de médico "Considerando a coincidência em, pelo menos, um alelo entre o suposto Pai e o(a) Filho(a) Investigante, em todos os marcadores testados é uma probabilidade maior que 99,999999%, concluímos que PEDRO SILVA RODRIGUES é o pai biológico do FILHO DE LÍVIA CRISTINA RIBEIRO.
Respirei fundo lendo mais uma vez para ter certeza daquilo que vi. Liguei para a tia do menor e pedi para que passasse o endereço em que estavam.
A menina não falou nada até então, antes de passar no endereço marcado, passei em uma loja de bebê, não vou deixar faltar nada para o moleque.
Portuga: Vem, não sou muito bom com essas coisas._cocei a nuca e ri.
A mesma assentiu e caminhou do meu lado, entramos na loja e de cara vi um berço top, como diria a minha mãe, instinto de pai.
Comprei algumas coisinhas com a ajuda da Lua, não comprei o berço, ainda não, pretendo fazer o quartinho do menor primeiro pra depois terminar de comprar tudo.
Fui na casa da senhora, o menor tava todo arrumadinho, o olho dele era em um tom acinzentado puxado para o azul, cor dos olhos da Lívia.
Conversei com a tia dela enquanto a Lua estava com o menino no colo, conversava com ele com aquela voz irritante que usamos para falar com os bebês.
Garanti para a moça que o Anthony ficaria bem, tem ao máximo mostrar que sei cuidar bem de um bebê, sendo que na verdade eu nunca peguei um no colo.
Saímos dali, fiz o percurso da volta passando pela estrada da fazendinha, lá eu sabia que a hipótese de ter uma blitz era baixíssima.
Lua: quem é o nenê lindo da tia?_brincou com o garoto.
Portuga: O menor é a minha cara._ri.
Lua: Sim, ele é completamente uma cópia sua._concordou.
Portuga: Então você também me acha lindo?_ri provocativo.
Lua: Já vi melhores._retrucou.
Portuga: Olha só que vagabunda, eu sou bonitinho vai._brinquei.
Lua: Não sei não, porém, tudo indica que você acordou com a autoestima alta hoje, isso é bom para a saúde, continue assim._lançou uma piscadinha para mim.
Portuga: vai negar que eu sou um gostoso, maravilhoso, tesão e gostoso!_provoquei.
Lua: Não, você é no máximo bacaninha. O importante é ter saúde._provocou mais ainda.
Neguei rindo, ela persistente rapaz, ninguém fala que é a menina que chegou aqui no morro, aquela que abaixava a cabeça para qualquer coisa que falava, a que ficava caladinha no seu canto.
Não mudou muito coisa, ela só está mais a vontade eu acho. Chegamos na minha casa, minha mãe esperava ansiosamente junto com a Karina.
Abri a porta do carro para que a Lua pudesse sair, assim a mesma fez.
Lua: Toma, segura o seu filho._riu esticando para que eu pegasse o menor.
Portuga: Deixa disso, não sei fazer esse negócio aí não, vai que eu deixo o menor cair ou alguma coisa assim.
Lua: Aqui, segura ele aqui e apoia essa mão nas costas dele para que ele não caia._me explicou pegando na minha mão, apoiando a mesma no local certo.
Mão macia da porra, vontade de dormir segurando a mão dela de tão macia que é.
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POR AMOR
FanfictionSe eu errar que seja por muito, por amar demais, por me entregar demais, por ter tentado ser feliz demais. - Clarice Lispector 12/01/2022