Pov Lua:
Carlos: Muito prazer, eu sou o seu pai!_falou com um brilho no olhar.
Me deu uma crise de risos na hora, não poderia ser. A droga que esse cara usou com certeza é das boas, a brisa bateu forte.
Lua: Acho que o senhor está enganado, não?_olhei sem entender.
Carlos: Não, eu tenho certeza absoluta! Você carrega consigo a marca da família Santana. A mesma marca que eu carrego._levantou a blusa mostrando a marca de nascença parecida com a minha, porém em às minhas era nas costas.
Lua: Não, não pode ser!_sentei no sofá indignada.
Carlos: Sim, você é minha filha e eu posso provar, caraca, passei a minha vida toda de procurando, eu achei que estava morta._me olhou ainda indignado.
Sorriso: Está tudo bem aqui? Pai? Lua?_nos olhou sem entender.
Carlos: Lua Rodrigues Santana, nasceu no dia vinte de agosto, lembro perfeitamente do dia como se fosse hoje, você se parece tanto com a sua mãe._sentou do meu lado deixando o sorriso ainda mais confuso.
Lua: Sandra?
Carlos: Não, não, a sua mãe era a Rosália, essa moça aqui, Sandra era uma ex minha, a sua mãe morreu no parto, infelizmente a gestação dela foi muito complicada, e sabíamos dos riscos na hora do parto e mesmo assim ela preferiu se arriscar. Naquela época eu fiquei malzão, e a Sandra veio atrás de mim, se aproximou e falou que estava afim de voltar, falou um monte de baboseira, eu estava fraco demais, e me deixei cair na conversa dela. Meses depois ela fugiu com você, eu juro que eu te procurei mas não conseguia, aquela desgraçada havia se escondido muito bem, um ano depois eu me relacionei com outra mulher, e veio o sorriso._me mostrou a foto da tal Rosália, realmente eu me parecia muito com ela.
Sorriso: Calma ae, deixa eu ver se eu entendi bem o que está rolando aqui, a Lua é minha irmã?_olhou para o pai dele e depois me olhou.
Carlos: Sim!
Lua: Isso faz muito sentido, a Sandra não falou a mesma coisa, a Sandra sempre falou que você nos abandonou, e ela sempre jogava isso na minha cara, que o você abandonou ela por minha culpa._meus olhos encheram de lágrimas.
Carlos: Lógico que não, eu passei anos e anos procurando vocês, a Sandra não tinha o direito de tomar você de mim, eu cheguei em casa e a única coisa que encontrei foi uma carta dela me mandando para os infernos e os caralhos, naquela época eu coloquei o jacarezinho em peso atrás de você, só que aí eu me dei por vencido e parei as buscas.
Lua: Cara, você não faz ideia do tanto que eu sofri nas mãos daquela mulher._abaixei a cabeça.
Carlos: Eu sinto muito por isso, se eu estivesse na hora eu juro que eu não deixaria ela levar você de mim, eu amava a sua mãe, e você era a única coisa que ela deixou para mim, foram vinte e dois anos eu achando que você estava morta.
Sorriso: E hoje a desgraçada da Sandra está atrás da Lua para matar ela!_falou e o olhar do Carlos mudou, para um olhar de ódio.
Carlos: O que?_falou alterado.
Lua: Não é bem assim...
Sorriso: É óbvio que é Lua, para com isso, pai, a menina do acidente é a Lua, a Sandra vendeu ela para o Portuga a troco de drogas, achando que o Portuga iria colocar a Lua em um puteiro ou algo assim, ela descobriu que a Lua estava vivendo bem, e se aliou ao Papagaio e colocou um carro para perseguir a Lua, ela descobriu e mandou mensagem, a gente tentou mais quando fomos atrás já era tarde demais, e agora a Sandra quer a Lua morta, e se não bastasse, está ela e o marido dela juntos nessa.
Carlos: Marcelo Nogueira, aquele cara foi meu colega de escola ele se dizia ser meu amigo!
Sorriso: Foi o mesmo que abusou da Lua com o consentimento da mãe dela!
O Sorriso já havia falado demais, a cada palavra que ele falava mais aumentava o olhar de ódio do Carlos.
Carlos: Eu te juro que eu vou fazer eles pagarem por tudo que te fizeram, ou eu não me chamo Carlos Santana._segurou na minha mão.
Lua: Eu queria me desculpar, às coisas aconteceram tão recentemente, e eu ainda estou muito confusa, é meio complicado te chamar de pai._sorri sem graça.
Carlos: Está tudo bem, até pra mim ainda é confuso, mas eu estou tão feliz de ter te reencontrado, eu esperei tanto por esse momento! Posso te dar um abraço?
Concordei com cabeça e o mesmo me abraçou, fechei os olhos sentindo aquele abraço aconchegante, senti que o Sorriso também abraçou a gente.
Ainda era difícil de acreditar que toda a minha vida eu vivi uma mentira, acreditando que a Sandra era minha mãe, quando na verdade ela me tomou do meu próprio pai, não dá para sentir pena daquela mulher.
Meu coração estava com um sentimento que eu não conseguia decifrar, eu nunca tive um amor famíliar, era diferente, um diferente bom.
Sorriso: Então agora você é oficialmente a minha irmã._me olhou com um belo sorriso.
Lua: É o que parece, vou ter que te aturar o dobro maninho!_falei debochada.
Sorriso: Se prepare maninha!
Carlos: Credo, o André vai ser um irmão chato, tenho até dó de você._riu.
Lua: Nem me fale!
Sorriso: Complô, foi isso mesmo produção?
Fiquei no sofá conversando com o Carlos, ele me esclareceu tudo e tudo começou a fazer sentido, realmente fazendo uma pequena comparação eu tenho alguns traços dele, mas me pareço mais com a minha mãe biológica, até o formato da sombrancelha é idêntico.
Lua: Desculpa, mas no início eu achei que o senhor estava sobre o efeito das drogas, falando coisa com coisa, a Sandra falou tanto mal do senhor que eu achei que não tinha nem chances de te encontrar._falei rindo.
Carlos: Se não fosse o boné que tivesse caído, e você abaixado para pegar, talvez a gente não tinha se encontrado e eu ia passar o resto da vida acreditando que você era só uma amiga do André.
Lua/Carlos: ironia do destino!_falamos juntos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
POR AMOR
FanfictionSe eu errar que seja por muito, por amar demais, por me entregar demais, por ter tentado ser feliz demais. - Clarice Lispector 12/01/2022