capítulo 56

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Pov Lua:

Ele tomou a iniciativa do beijo, por um instante eu ousei em pensar em não retribuir, mas desisti, melhor se arrepender do que passar vontade.

A gente sentou em umas pedras em frente o mar, um pouquinho afastado, ficamos em silêncio comendo nossos lanches enquanto escutávamos o barulho das ondas do mar batendo na areia.

Portuga: O que é o amor?_me olhou sério.

Era uma pergunta complicada, eu não sabia completamente o que era, eu também não entendia o porquê dele estar me perguntando isso, justamente agora.

Lua: Não sei, acho que o amor para mim não é aquilo que você escreve ou diz para alguém. Amor é tudo aquilo que você faz por aquela pessoa, amor é um gesto, uma ação, entende?_olhei para ele que parecia pensar.

Lua: Eu li em um livro que o amor é apenas uma palavra, até o dia que você conhece alguém que te dá a definição completa. O que é o amor para você?_,olhei para ele que me olhou como se procurasse uma resposta.

Portuga: Papo de realidade, não existe definição certa para isso, amor é papo de responsabilidade, a partir do momento que a pessoa se entrega de corpo e alma para ti, você tem a responsabilidade de cuidar e zelar por aquela pessoa e vice versa.

Parei e fiquei refletindo sobre aquilo, entregar de corpo e alma, como faz uma pessoa que possuí traumas de todas as formas possíveis se entregar de corpo e alma com medo e receio?

Portuga: A vida é uma caixa de supresa parça, você nunca sabe o que irá acontecer pela frente, meu pai costumava falar "viva intensamente, faça o que lhe der vontade, cometa crimes, mate pessoas e até mesmo ame elas".

Lua: Faz muito sentido, mas porquê esse assunto assim, do nada?_olhei para o mar.

Portuga: Sei lá, brisei aqui, bateu uma onda, pensamentos sem sentido palavras sem sentidos._sorriu.

Seu sorriso era sincero, não era forçado e nem nada, era perceptível a sinceridade dele, se for neurose minha, ele está conseguindo me enganar direitinho.

Lua: Eaí? A gente vai ficar aqui, ou vamos voltar para a festa?

Portuga: Depende, você quer ficar aqui ou voltar para a festa?

Lua: Vamos pra festa, Alceu Valença imperdível!_sorri animada.

O mesmo pegou em minha mão, por um momento eu pensei e soltar mas deixei, e por sinal, a mão dele era o dobro da minha.

Ficamos lá próximos do palco, quem passasse por ali falava que éramos um casal, falando em casal, os outros sumiram.

Foi divertido, a gente começou a beber depois que o show do Alceu acabou, começou harmonia do samba, e a gente dançava loucamente, o Portuga também estava dançando, desengonçado, mas dançava.

Eu rebolava, descia até o chão, meu rosto doía de tanto sorrir, eu nem me divertia assim à séculos.

Portuga: Os casais foram embora!_me mostrou a foto que eles postaram nos status.

Lua: Bando de otários, perderam._sorri.

Portuga: Ou não, talvez a gente não teria se beijado se eles estivessem por perto, e confessa vai, o beijo foi bom._sorriu sem mostrar os dentes.

Lua: Não sei, não lembro como foi!

Essa hora o efeito do álcool havia começado, na verdade eu estava lúcida, mas qualquer coisa a gente culpa o álcool, e segue a vida.

Portuga: Poxa, sério? Foi mais ou menos assim._apertou a minha cintura, e deu um leve aperto na minha nuca me fazendo arrepiar.

O beijo foi mais intenso do que as outras vezes, era diferente, era romântico, carinhoso, cada toque, a pegada, e para terminar o idiota sorriu durante o beijo, me desmanchando toda.

Portuga: E agora, lembrou?_sorriu safado.

Lua:. um pouquinho assim, mas depois eu lembro!_dei um selinho nele e me virei para continuar dançando.

Pov Portuga:

A gente ficou, não foi uma e nem duas, foram várias vezes, tava confortável com aquilo, e cada momento eu sentia a necessidade em dar um selinho nela, e ela parecia não se importar.

E a mulher dança pra caralho, a malemolência, quando descia até o chão me enlouquecia de um jeito, ela sorria como se fosse a última coisa que ela fizesse na vida, era satisfatório ver que ela estava feliz, se divertindo, essa era a intenção.

Bebemos algumas cervejas, viramos algumas tequilas, a mina é foda em todos os sentidos, não tem frescura, bebe, dança, grita, pula, se diverte.

Tiramos algumas fotos, quem me viu se visse meu estado agora não falaria que eu sou aquele cara dono do morro, que tem postura séria, não brinca em serviços, não fica de romance na frente dos outros.

O fato é, eu estava alucinado na mulher, não era paixão, não era amor, era diferente, um diferente indecifrável, eu não sabia o que era, porém, era bom, bacana, interessante pô.

Lua: Swingão de arrepiar
Se você quiser pode quebrar..._desceu até o chão.

Essa mulher está me fazendo ter pensamentos impuros, papo reto, se eu pegar essa mina de jeito eu não largo, calma, em outro sentido.

Estava tão bom que quando a gente deu conta o dia estava amanhecendo, ela estava cansada, e eu também. Ficamos andando de mãos dadas pela praia em silêncio, porque ela deu a ideia de irmos ver o sol nascer. Sentamos na areia e ficamos olhando para o mar.

Lua: Ei, obrigada!_olhava fixamente para o mar.

Portuga: por?_olhei para ela sem entender.

Lua: Obrigada pô, obrigada por ter me proporcionado essa noite maravilhosa, eu nunca havia me divertido tanto, como me diverti hoje!_sorriu.

Portuga: Pô morena, papo reto, também me diverti, abandonei o Portuga, o dono do morro, e fui viver o Pedro tá ligado, foi perfeito, sua companhia é maravilhosa._abracei ela de lado.

A gente viu o sol nascer ali, juntinhos. História de apaixonado, não era o nosso caso, era só um lancinho, coisinha de momento, eu espero que ela entenda, não quero machucar ela, mas também não quero me afastar.

O papo é que a Lua não merece um cara como eu, a gente nem combina, ela toda patricinha, não tenho a capacidade de dar uma vida digna que ela merece, longe do tráfico, longe do crime.

Fomos embora porque estávamos extremamente cansados, passamos em uma padaria, tomamos café e voltamos para casa.

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POR AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora