O nosso amor venceu

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10 anos atrás
E quando eu sinto seu toque
A minha pele se arrepia e toma um choque
Minha boca, sua boca, sem sussurrar
E uma lágrima escorrendo no meu olhar
Dá pra ver que eu amo você

Acordo com o som do violão e uma voz baixinha cantando.
—Quando a gente casar vou querer acordar assim todos os dias, com você cantando pra mim.
Abro os olhos e encontro Marília sentada no chão, com o violão nas pernas e o seu caderninho de composições aberto a sua frente. Seus olhos buscam os meus e ela encosta na parede.
—Quer mesmo se casar comigo um dia?  -Ela pergunta olhando no fundo dos meus olhos, aqueles olhos castanhos enxergavam a minha alma. Levanto da cama, meu corpo coberto apenas pelo fino lençol de sua cama, coloco seu violão de lado e sento em suas pernas segurando seu rosto em minhas mãos, seus olhos sempre tão expressivos me adoravam, me devoravam e me amavam.
—Eu achei que tivesse deixado bem claro que te amo, Marília eu quero viver essa vida e todas as outras que virão com você, eu não me vejo amando outra pessoa, só você. -Em resposta ela sorriu pra mim, o sorriso mais lindo do mundo e roçou nossos narizes antes de me beijar, um beijo que apenas confirmava todas as nossas promessas.
—Obrigada por confiar em mim, obrigada por estar do meu lado e por apoiar meus sonhos, eu juro que não vou te decepcionar.
—Eu sei que não amor, você......
—MARAÍSAAA
Ouço meu nome ser chamado, seguido de batidas fortes na porta, não....
—É o seu pai?
—MARAÍSA, SE VOCÊ NÃO SAIR DAÍ AGORA, EU VOU DERRUBAR ESSA PORTA E TE ARRASTAR PELOS CABELOS...... -Ele continuava batendo forte na porta, eu já estava desesperada, meu pai odeia Marília, eu já tinha sido avisada que se fosse pega com ela mais uma vez sofreria sérias consequências.
—Amor...-Falo chorosa
—Ei, levanta e se veste, eu vou abrir a porta e tentar amenizar a situação.
Marília levanta e vai procurar uma blusa, já que ela estava só com uma calça de moletom, ela me abraça e beija a minha testa.
—Ei, não chora, vai ficar tudo bem tá, não esquece que eu te amo, nessa vida e nas outras. - Ela beija a minha testa e sai do quarto. Que droga, meu pai não deveria estar aqui, visto minhas roupas ouvindo os gritos do meu pai na sala.
—ONDE ESTÁ A MINHA FILHA? O QUE VOCÊ FEZ COM ELA?
—Acalme-se César, eu não fiz nada com a sua filha e você não pode invadir a minha casa assim.
—EU FAÇO O QUE EU BEM ENTENDER, COMO VOCÊ OUSA TRAZER A MINHA FILHA PRA ESSE MUQUIFO......
—PAI. O que está fazendo aqui? -Meu pai estava bem próximo a Marília, um de seus cães de guarda estava na porta.
—Eu disse a você Maraísa, eu te avisei que se eu soubesse que você estava outra vez com essa garota teriam sérias consequências. -Ele falou vindo em minha direção com tanto ódio no olhar.
—Essa garota se chama Marília e é minha namora.... - Antes mesmo de eu terminar, senti meu rosto queimar e caí sentada no sofá.
—EU NÃO CRIEI FILHA MINHA PRA SER SAPATÃO E AINDA POR CIMA ANDAR PRA CIMA E PRA BAIXO COM UMA QUALQUER. -Ele levantou a mão mais uma vez pra me bater, mas antes que eu pudesse sentir a bofetada, Marília se pôs entre nós e empurrou meu pai pra longe.
—Não vai bater nela César, não estamos fazendo nada errado, eu amo a sua filha assim como ela me ama, quero que saia da minha casa agora. - Marília estava na minha frente, com o dedo apontado na direção do meu pai, ela não tinha medo dele, o encarava de frente e sem vacilar
—Eu vou sair, mas vou levar essa aberração comigo - Ele tenta vir pra cima de novo, mas Marília o empurra
— Não vai colocar a mão nela, sai da minha casa antes que eu chame a polícia.
— Pai, por favor vai embora...
— VOCÊ VEM COMIGO MARAISA.....
— Eu não vou com você, eu vou ficar, vou ficar com a Marília.
— Se não vai por bem,vai por mal. - Nesse momento, ele faz um sinal pro segurança que estava na porta e ele entra, tirando Marília de perto de mim. — Leve a minha filha pro carro Marcos, essa palhaçada acaba hoje......
— NÃO. PAI O QUE VOCÊ VAI FAZER? ME SOLTA, NÃO, MARÍLIAAAA - A última coisa que eu vi antes da porta fechar foi aquele brucutu jogando Marília no chão.
—Eu avisei não foi? Eu disse pra você deixar a minha filha longe dessa sujeira toda, mas você não me ouviu, vamos ver se dessa vez você entende. - Dito isso Cesar saiu, deixando seu capanga pra fazer o trabalho sujo.