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— Eu não quero ser grossa mas, o que tá fazendo aqui? - eu a olhava sem acreditar.
— Desculpa o incoveniente Marília, mas a Lauana insistiu pra virmos e...
— Quem mais tá aí?
— Além da Lau, está a dona Gi, a Mai e sua mãe, olha Marília, se for um problema pra você a gente aqui.. - a interrompi.
— Não, é claro que vocês não são um problema, deixa de bobagem, eu só não esperava, só isso. - falei sorrindo um pouco sem graça.

Ficamos em silêncio por um momento, ela me olhava como se quisesse falar algo, fiquei ao seu lado e apoiei as mãos na grade da varanda.
— Me desculpa pelo que aconteceu aquele dia, eu só... - me calei, o que eu iria falar pra ela?  Como explicar uma situação que nem eu entendi ainda.
— Está tudo bem Marília, Lauana me explicou o motivo de você ter reagido daquela forma, eu sinto muito, volto a repetir, se você não estiver a vontade com a minha presença, eu posso voltar hoje ainda pra Goiânia, não tem problema.
— Claro que não Maraísa, você pode ficar o tempo que quiser, só me pegou de guarda baixa, só isso, eu estou bem com a sua presença e eu até tava com uma saudadezinha da Maiara, bem pouca, mas não conta pra ela não, ela vai ficar se achando. -ela riu e o trouxa do meu coração se apaixonou mais um pouco.
— Vai ser o nosso segredo, eu juro.  Vamos começar de novo então. - eu olhei pra ela um pouco confusa, ela sorriu e me estendeu a mão. — Eu sou Maraísa. - peguei sua mão estendida e senti todo o meu corpo arrepiar com o toque, em milésimos de segundos toda a atmosfera a nossa volta mudou, acho que ela também sentiu e apertou um pouco mais a minha mão.
— Eu sou Marília, muito prazer, seja bem vinda a fazenda Mendonça. - e então e sorri, de verdade dessa vez. Vi sua feição mudar rapidamente e ela levou as mãos a cabeça, como se estivesse sentindo dor. — Maraísa, ei tá tudo bem?
— Tá doendo, eu preciso... - e antes que ela desce um passo, seu corpo amoleceu, quase não dando tempo de segura-la.
— Maraísa, acorda, por favor, ei. - a levantei em meus braços e entrei em casa chamando por minha mãe, ela e Lauana saíram do corredor que dava pra cozinha sorrindo, mas pararam assim que me viram com Maraísa desacordada. — Chamem a Maiara, rápido.
— Aí meu deus, o que aconteceu?  - passei por minha mãe e a levei pro meu quarto, quando a coloquei na cama Mai entrou desesperada.
— O que aconteceu? Metade acorda, por favor.
— Eu não sei, nós estávamos conversando e derrepente ela desmaiou.
— Vocês estavam conversando? O que você disse pra ela Marília? - Maiara estava a minha frente e me olhava com receio.
— Eu não falei nada, tá legal? Não precisa me olhar assim, eu não falei nada sobre nós. - falei e sai do quarto, meu coração doendo um pouco.
— Vocês se importam de cuidar dela um pouco, eu preciso falar com a Marília? - Maiara pergunta pra Ruth e Lauana que estavam observando a cena. — Acredito que ela vai demorar um pouquinho pra acordar, isso aqui é um remédio pra dor de cabeça. - fala entregando a cartela de medicamentos a Lauana. — Se ela acordar antes de eu voltar, faz ela beber e diz que eu volto logo. - Maiara já ia saindo quando Lau segura seu braço e a puxa de volta
— Vai com calma, por favor, ela não tá bem.
— Pode deixar, eu já volto. - Mai faz um afago no rosto de Lauana e deixa o quarto.
Procurou Marília na casa inteira e não encontrou, quando estava passando pela varanda a avistou de longe, estava sentada em um banco no pier do lago, a cabeça baixa, os braços apoiados nos joelhos e as mãos entrelaçadas na nuca, não seria uma conversa fácil, mas já estava na hora de encerrar o ciclo de mentiras que seu pai havia iniciado, sua irmã e Marília já tinham sofrido demais com tudo isso.

O nosso amor venceuOnde histórias criam vida. Descubra agora