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Enfim férias, eu amo fazer shows, amo meus fãs, mas eu realmente estou precisando de um tempo. Nesse momento eu estava em meu avião voltando pra casa, Lauana também está aqui, ela estava me acompanhando nessa última semana de shows. Lauana estava jogada em um sofá, enquanto eu estava estava escorada no braço do outro dedilhando meu violão.

- O que vai fazer nessas férias?
- Não sei. Eu preciso ir visitar as fazendas, ver como andam as coisas, a administração, a produção, mas eu não não queria sair de Goiânia agora. - eu continuava dedilhando o violão.
- Você ainda acha que elas vão entrar em contato? Já faz uma semana que elas chegaram Mah, até agora nada, nem uma mensagem. - ela fala sentando no sofá e apoiando os braços nos joelhos.
- Eu não sei o que pensar Lauana, sinceramente, a minha cabeça diz que esse contato já era pra ter acontecido e se não aconteceu é pra deixar de mão, mas eu tô com tanta saudade que meu coração tá apertado. - falei me arrumando também no sofá.
- Porque não dá uma tempo de Goiânia? Aproveita que vai ter que visitar as fazendas e passa uns dias, vai ser bom pra você, pra tentar colocar as coisas em ordem.
- Vem comigo? Eu levo a minha mãe, vejo se os meninos também estão de férias, e a gente da um tempo do mundo real, o João vai comigo visitar as fazendas, por falar nisso, ele me ligou hoje cedo, disse que tem algo errado com a contabilidade de uma das fazendas, ele acha que estamos sendo roubados. - falei suspirando, isso era o que eu menos precisava agora.
- Caramba Marília, isso é bem sério. Eu não sei se vai dar pra eu ir com você Mah, minha mãe já falou nos meus ouvidos esses dias, reclamou de saudade.
- Leva a tia junto então, você sabe que não é problema.
- Eu vou ver com ela. Nem te contei, Naiara me ligou ontem, queria saber quando eu voltava, acho que é por causa daquele rolê que a gente marcou, lembra? - ela se deita no sofá e puxa a manta até sua sintura.
- Lembro sim, a gente ficou de fazer uma música, mas eu não tô com muita cabeça não.- volto a dedilhar o meu violão. - Estou pensando em fazer um dvd intimista, uma coisa mais simples.
- Sério? Vai ser incrível, como pretende fazer? - ela já tava toda entusiasmada, já faz um tempinho que eu não faço nada do tipo.
- Pensei em algo 100% autoral, eu tenho muitas músicas guardadas, músicas que eu nunca tive coragem de lançar nem de passar pra ninguém.
- Deixa eu adivinhar, todas compostas pra Maraísa.
- Umas compostas pra ela, outras com ela, umas pra nós, ela era a minha maior inspiração, depois que ela foi embora eu não vi motivos pra cantar alguma daquelas músicas, vender elas era algo fora de cogitação, e de certa forma eu também tive medo.
- Por que?
- Somos nós ali Lauana, cada palavra, cada frase, cada música daquela, somos nós, é o nosso amor, é intenso e forte demais pra expor assim, de qualquer jeito, lançar aquelas músicas, colocar elas no mercado é colocar a minha alma, o que eu sou, o que eu vivi.
- E porque agora? Porque tirar elas do do papel justo agora?
- Eu não sei Lau. - respiro fundo, droga. Volto a dedilhar o violão e lembro de uma música em especial, ela foi a última música que eu escrevi naquele caderninho de capa preta que continha uma parte do nosso amor em forma de canções.

Ai que saudade de um beija flor
Que me beijou depois voou
Pra longe demais
Pra longe de nós
Saudade de um beija-flor
Lembranças de um antigo amor
O dia amanheceu tão lindo
Eu durmo e acordo sorrindo....

- Que música linda Marília. É uma das que está guardada?
- É sim, essa foi a última que escrevi naquele caderno.
- É linda. Pensa bem nessa idéia, por mais que eu ache que vá ser incrível, não vale a pena abrir certas feridas. Agora, larga esse violão e descansa um pouco, a semana foi puxada, aproveita que nós ainda temos algumas horinhas de viagem e dorme um pouco, eu te acordo quando a gente estiver prestes a pousar.

Quando desembarcamos em Goiânia eram duas da manhã, Diogo, o motorista da minha mãe, já estava a nossa espera, deixamos Lau em casa e seguimos, eu só queria um bom banho e cama, e foi exatamente o que eu fiz, larguei a mala perto da porta do meu quarto, tomei uma chuveirada rápida e cama, eu tava exausta.

O nosso amor venceuOnde histórias criam vida. Descubra agora