- Mais calma? - continuavam do mesmo jeito, Marília apenas assentiu.
- Vamos entrar Mah, vem. - Lauana estendeu a mão pra ajudar a amiga a levantar e Maiara fez o mesmo com a irmã.
- Vão na frente, a gente já vai. - as amigas fizeram o que foi pedido e Marília se aproximou de Maraísa.Não falaram nada, não precisava, os olhares conectados já falavam por si só. A loira se aproximou mais um pouco e Maraísa baixou a cabeça envergonhada, sentiu quando Marília segurou sua mão. Voltou seus olhos para os da loira, o olhar intenso de Marília não desviou do seu. Sabia que precisavam conversar, mas não queria fazer isso agora.
- Você...
- Agora não Mah, você precisa de um banho, comer algo e descansar. - Marília se aproximou mais, poucos centímetros as separava. Um sorriso ladino no rosto da mais alta.
- Você me chamou de amor.
- Foi apenas pra calmar você, e funcionou né. - Maraísa estava nervosa, seu sorriso aumentou.
- Tem certeza? Porque eu gostei muito de ouvir você me chamando assim. - devagar, passou seu braço ao redor da cintura fina.
- Marília... - a voz da morena tava dengosa, escorou sua testa no queixo da mais alta que apensas sorria boba. - Eu não sei porque te chamei dessa forma, da primeira vez apenas saiu, mas da segunda pareceu tão certo. Na verdade tudo relacionado a você parece certo pra mim, porque? - os braços da loira passaram de vez ao redor de Maraísa a segurando, as mãos da morena, subiram pelos braços, uma descansou no ombro e a outra em seu peito, Maraísa sentia o coração da loira batendo forte contra a sua palma.
-Talvez seja o certo. Você gostou de falar e eu gostei demais de ouvir, pode me chamar assim pra sempre que eu não vou me importar. - Maraísa riu, o clima ficando leve aos poucos. Levantou seu rosto para olhar para a loira, um sorriso lindo e bricalhão estava em seus lábios.
- Eu nunca gostei que me segurassem assim, nunca me senti realmente segura com alguém, com você é natural, é íntimo, eu gosto disso. - a mão que estava no peito da loira subiu, seu dedo indicador contornando a sobrancelha de Marília para encontrar a pequena cicatriz no final, notou a pele branquinha arrepiada.
- Fico feliz em saber disso. - fechou os olhos aproveitando das carícias, o arrepio, o choque que sentiu, seu corpo reconhecia o toque da morena, mesmo a anos atrás ele sempre respondia a ela dessa forma.
- Vai sempre ser sincera comigo né? Não vai mentir pra mim. Promete?
- Eu prometo o que você quiser pequena.
- Não éramos apenas amiga né? - Marília restesou e a morena sentiu, teve sua confirmação, mas ainda queria ouvir da boca dela.
- Isa....
- Você prometeu que seria sincera.
- Malandra. O que você quer que eu diga pequena?
- A verdade. Que eu no tô ficando maluca em achar que somos mais que amizade, que você sente o mesmo que eu quando estamos perto. Eu já sei a resposta, mas eu quero ouvir da sua boca. - Marília havia desviado o olhar.
- Eu amo você! Era isso que você queria ouvir? Pois bem, nós nunca fomos amigas Isa, desde a primeira vez que eu te vi eu te amei, te amei como nunca imaginei amar alguém um dia, eu não te conheci aquele dia, te reconheci, foi um reencontro. Nós somos de outras vidas Maraísa, o nosso amor veio de outras vidas. - Marília falava devagar, viu as lágrimas se formando nos olhos da menor. - Eu quase enlouqueci quando você foi tirada de mim, eu esperei por você, esperei que voltasse, eu te procurei, quase te encontrei, todos esses anos eu vivi pelos sonhos que nós sonhamos juntas, os nossos planos, imaginar que conseguiríamos realizar tudo o que sonhamos juntas me manteve forte, me deu esperanças de te ter de volta. Eu quase desisti, não vou mentir, tiveram momentos que a dor foi mais forte que eu, e eu descontei tudo na bebida, nas besteiras que eu fazia, eu tentava me manter o tempo todo ocupada porque se eu parasse, se eu parasse, você me vinha a memória e eu não suportava. Eu chorei por anos a fio, até que decidi que chorar não ia resolver nada, você não iria voltar e o seu pai não deixaria de ser um miserável. - Maraísa a abraçava com força, não acreditava que aquilo tudo estava acontecendo, seu rosto afundado no ombro de Marília. - Eu quase estraguei a minha amizade com a Lau, eu não conseguia olhar pra ela, porque toda vez, eu via nela a mesma dor que eu carregava, ela foi mais forte que eu e se manteve ao meu lado.
- Sinto muito Marília, sinto muito. - suas mãos seguravam a blusa de Marília com força.
- Shiiii, não chora amor, você está aqui de novo, é o que importa. - uma de suas mãos estava embrenhada nos cabelos morenos e a outra a segurava contra si. Maraísa levantou o rosto para olhar a loira.
- Sem lembrar de nada. Sem lembrar de como nos conhecemos, de como começamos a nos envolver, do momento em que eu comecei a amar você. - seus olhos carregavam tanta dor.
- Não importa, eu continuo amando você, como nunca amei ninguém antes, você continua sendo a melhor parte de mim.
- Eu tô confusa, eu sinto algo muito forte, mas eu não sei o que é Marília, não consigo denomina-lo. - estava angustiada.
- Ei, olha pra mim. - levantou o rosto da morena pelo queixo. - Me deixa ficar do seu lado, me deixa te ajudar no que precisar. Eu estou aqui, podemos redescobrir o que você sente juntas. Eu prometo estar aqui, sempre.
- Promete? - como uma criança assustada, e como fazia a anos atrás, Maraísa levantou sua mão entre elas, o dedinho estendido para cima. - De dedinho? - Marília riu alto e entrelaçou o seu ao da morena.
- Sim meu amor, eu prometo. Agora, vamos entrar, aqui está ficando frio e você não está bem agasalhada, vamos. - fez menção em soltar a morena, mas ela se apertou mais no abraço.
- Aqui está bom, vamos ficar assim mais um pouquinho. Eu acho, acho que senti falta do seu abraço. - Marília sorriu e a abraçou mais forte sentindo seu perfume.
- Que saudade amor.
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O nosso amor venceu
FanfictionE quando eu sinto seu toque A minha pele se arrepia e toma um choque Minha boca, sua boca, sem sussurrar E uma lágrima escorrendo no meu olhar Dá pra ver, que eu amo você!