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Oi❤️😍

As três se encontravam na sala, Marília iria abrir o jogo com relação a César para as irmãs.
- Eu já contei uma coisa ou outra para a Mai, mas se você não se importar Mai, eu vou contar tudo de novo, já que naquele dia a Isa não estava.
- Tudo bem Lila, vai ser bom ouvir tudo de novo, vai ajudar a entender tudo melhor.
- Certo, é o seguinte, alguns anos atrás, eu contratei um detetive para procurar por vocês, consequentemente, nós colocamos alguém dentro da casa do pai de vocês, essa pessoa nos passava informações, foi como eu descobri algumas coisas, a pouco tempo atrás, Ricardo me contou sobre um novo informante, esse era mais próximo do César, e o que descobrimos é bem sério.
- Colocou um detetive atrás da gente? - a voz da morena mostrava o quão incrédula ela estava.
- Sim, e conseguimos, eu organizei toda a viagem e cancelei os shows que eu tinha naquele mês, mas infelizmente, alguém vazou o meu destino e isso deu tempo ao César para tirar vocês de lá, quando eu cheguei, eu procurei a gerência do prédio e eles me disseram que as moradoras daquele AP, tinham mudado de pais e colocado o mesmo a venda.
- Lembra que a gente precisou sair de Berna com urgência, metade? - a ruiva perguntou segurando a mão da irmã, estavam sentadas lado a lado em um sofá, enquanto a loira estava sentada de frente para as duas no outro.
- Depois que eu voltei, ele me procurou, fez o mesmo discurso de anos atrás, me ameaçou, enfim. Eu estava arrasada, mas continuei com os serviços do Ricardo e com o informante, eu soube que estariam de volta ao Brasil, soube de um dos motivos, da recepção. Só que junto com tudo isso, nós acabamos por descobrir muito mais coisa, César está sendo ameaçado, está falido e correndo riscos, não só ele, como vocês duas e Almira.
- Do que está falando Marília? O que está acontecendo?
- Seu pai está envolvido em alguns crimes. - não tinha outra forma de falar aquilo, seria direta e objetiva em todos os pontos daquela história.
- Do que está falando Marília? Que tipo de crime? - a morena estava nervosa, não acreditava que tinha como seu pai ser mais sujo do que pensava.
- Vocês não acharam estranho, essa volta repentina de vocês para o Brasil? Certo, César está doente, mas depois de tudo o que aconteceu, vocês acham que ele traria vocês por causa de uma doença? - as irmãs se olharam. - Aparentemente, eu não era a única pessoa atrás de vocês. O governador do Rio de Janeiro está ameaçando o seu pai e ele não é o único, um dos sócios do César está sendo investigado, antes que a polícia pudesse chegar no nome do pai de vocês, ele tirou o dele da reta, limpou qualquer vestígio que o denunciasse, qualquer coisa que pudesse colocar a construtora em risco, quando o tal sócio, pediu ajuda ao César e ele negou, o cara se revoltou, passou a perseguir a família de vocês. Alguns meses atrás, César recebeu fotos de vocês duas, quase todos os dias ele recebia fotos de vocês, o que eu ainda não entendi é, como esse cara tinha a localização de vocês, enfim, recebeu fotos de Almira no mercado, na feira, fotos do irmão de vocês, ele entrou em pânico, trouxe vocês duas de volta com a desculpa de que estava doente, colocou mais seguranças ao redor da propriedade, Almira não está saindo muito e quando sai é acompanhada.
- Minha mãe tá em perigo? É isso que você tá dizendo Marília? Que a minha mãe tá correndo riscos por causa daquele miserável? - Maiara estava nervosa, a raiva que sentia por César aumentando mais.
- O rapaz que está lá, o que me passa as informações, ele tem ordens diretas para cuidar da mãe de vocês, ele a acompanha em todos os lugares e está sempre de olho em tudo, inclusive no César, nós temos recebido uma ajuda especial também.
- Como assim? - Maraisa a olhou confusa.
- Eu não gosto do irmão de vocês, já estou deixando claro, mas por vocês e por Almira, eu também coloquei alguém na cola dele, pouco antes de vocês chegarem ao Brasil, tentaram pegar o irmão de vocês, por sorte, o homem que Ricardo colocou na cola dele o salvou, seu irmão ficou nos devendo então... - a loira deu de ombros.
- Tá dizendo que o nosso irmão tá ajudando você? - Maiara perguntou, não era possível que seu irmão tivesse do lado de Marília, do lado delas, se bem lembrava, ele as odiava.
- Obrigada! - Maraisa a olhou, seus olhos marejados. - Obrigada por estar cuidando da nossa mãe, por não ter desistido de nós e até por ter cuidado do Marco.
- Tem mais alguma coisa que precisamos saber?
- Tem sim Mai, além disso tudo que contei a vocês, Ricardo está investigando algo relacionado a contrabando, obras da construtora que foram superfaturadas, eu sinto muito. Na segunda, eu encontrei com o Ricardo e ele me apresentou a irmã dele, ela é delegada da polícia federal e também está investigando o pai de vocês. - a loira fez uma pausa, era informação demais para as duas. - Eu pedi ao Ricardo, que montasse um dossiê com todo o caso, provas, nomes, tudo está sendo documentado, eu suspeito que o rapaz que procurou o César, dizendo que conhecia a Isa, esteja ameaçando ele, infelizmente, César não me deu um sobrenome, apenas disse que o homem se chamava Dantas.
- Essa delegada é a Jeiza? - perguntou a ruiva.
- É sim. Nós conversamos agora a pouco, ela não sabia que você era uma das filhas do César, ela e Ricardo também estão me ajudando com a questão da fazenda. - a loira suspirou e escorou as costas no sofá.
- Vocês descobriram mais alguma coisa sobre isso? - a morena a olhava preocupada, lembrou de como Marília havia chegado em casa no dia, estava transtornada.
- Sim, tem alguém sendo investigado. - a voz da loira embargou, ela fechou os olhos e jogou a cabeça para trás no sofá. Maraisa levantou de onde estava e sentou ao lado da mesma, sua mão pousando na perna da mais alta. - Quando eu vi que aquilo não se tratava de um roubo comum, eu jurava que o pai de vocês era o culpado, eu não vou mentir, eu queria muito que fosse ele, nós já nos odiamos, temos um ponto de discórdia, seria muito mais fácil. - a loira levou uma de suas mãos ao rosto, seus dedos se embrenhando no meio dos fios loiros e puxando de leve.
- Quem vocês estão investigando? - a morena perguntou, Marília abriu os olhos e encarou o teto, os castanhos estavam magoados.
- Meu irmão. - as irmãs se olharam, entendiam o a loira estava sentindo.
- Sinto muito Lila. - a ruiva sentou do outro lado de Marília, sua mão buscando a da loira. - Mas talvez seja só um engano, vai ver ele está até sendo incriminado, é o seu irmão Lila, ele não faria isso com você, não é? - olhou para a irmã, mas o olhar de Maraisa estava distante.
- Lembra que eu disse que tínhamos que conversar? - chamou a atenção da loira, Marília a olhou e assentiu. - Eu preciso te contar algo que aconteceu na época que namorávamos.
- Eu vou lá pro quarto, qualquer coisa é só chamar. - já ia levantando, quando Maraisa a parou.
- Não irmã, fica. - seus olhos praticamente imploravam. - Amor, você lembra quando a sua mãe adoeceu e eu fui para a sua casa depois da aula, para te ajudar com ela? - a loira assentiu. - Naquele dia, depois que almoçamos, você precisou sair às pressas para resolver algum problema, eu não lembro bem o que era, sua mãe estava medicada e dormindo no quarto dela e seu irmão ainda não tinha chegado da escola, eu fui até o seu quarto e deitei um pouco, mas eu acabei dormindo. - a morena respirou fundo, a cena explícita em sua mente. - Eu acordei com alguém me abraçando por trás, no início eu pensei que fosse você, eu ainda estava meio grogue de sono, não reconheci o toque, mas quando a névoa do sono sumiu e eu não reconheci o seu cheiro, eu tentei levantar, mas fui segurada com força. - Marília a olhava estática, não, não poderia ser. - Quando eu tentei gritar, uma mão foi colocada na minha boca, a outra passeava pelo meu corpo, pelas minhas pernas, meus seios, eu me debatia, tentava me soltar, mas eu não conseguia. - a morena chorava, Maiara ouvia tudo chocada e Marília, Marília estava imóvel, sua cabeça a mil por hora, não, aquilo não poderia estar acontecendo. - Eu me apavorei mais ainda quando senti algo duro roçando atrás de mim, eu ouvia uma respiração pesada no meu ouvido, quando eu senti a mão invadindo o meu vestido e quase me tocando, com um pouco mais de força, eu consegui fazer com que ele soltasse um pouco o aperto da minha boca, eu consegui morder a mão dele, quando eu virei...
- Para! - a loira levantou do sofá em um rompante, sua cabeça latejava, sentia a raiva consumindo seu corpo aos poucos, levou suas mãos a cabeça apertando com força.
- Eu sai correndo do quarto, entrei no da sua mãe assustada e chorando muito, por sorte ela ainda estava dormindo, eu fiquei lá até você chegar. - Marília lembrava, estranhou a morena estar com o rosto vermelho, os olhos assustados, quando perguntou se tinha acontecido algo, Maraisa disse apenas que teve um sonho horrível. - Depois desse dia, eu tinha pavor de ficar sozinha com o seu irmão, ele me olhava de uma forma estranha, me dizia coisas sem sentido.
- Por que você nunca me contou? Quantas vezes mais isso aconteceu, Maraisa? - Marília estava nervosa, andava de um lado para o outro, Maiara amparava a irmã, que chorava copiosamente.
- Aconteceu mais algumas vezes, ele sempre aproveitava que eu ficava sozinha para tentar me agarrar, falava que era apaixonado por mim, eu não te contei, porque eu tive medo. - a loira parou e a encarava. - Tive medo da sua reação, tive medo que você não acreditasse em mim e tive vergonha também, eu tive medo de você pensar que era minha culpa. - tudo aquilo só fazia a raiva da loira aumentar mais ainda, sentia seu sangue ferver, ao mesmo tempo em que se sentia burra.
- Eu notava os olhares, a mudança no comportamento, mas eu achava que era coisa da minha cabeça, eu nunca comentei ou perguntei nada porque não queria parecer uma louca ciumenta, mas via tudo, que idiota, como eu fui burra. - Marília voltou a andar de um lado para o outro, mas parou em um rompante, procurou por seu celular, ligou algumas vezes para seu irmão, mas o mesmo ignorou as chamadas.
- Maldito! - discou dessa vez o número de Gael, o administrador da fazenda de Goiânia.

O nosso amor venceuOnde histórias criam vida. Descubra agora