Marília acordou cedo, tinha que resolver algumas coisas aquele dia. Ainda aproveitou um pouco daquele aconchego antes de levantar da cama, Maraísa dormia em seu peito, um sono sossegado, fazia carinho no braço da morena e tinha seu nariz enterrado nos cabelos morenos. Buscou seu celular para olhar as horas, seis da manhã, precisava levantar, soltou a morena devagar e saiu com cuidado da cama, tomaria um banho rápido e procuraria os rapazes.
Tomou um banho rápido, colocou uma calça jeans preta e colada, bota marrom escura até os joelhos e uma camisa polo preta, prendeu os fios loiros e longos em um rabo de cavalo alto, passou um pouco do seu perfume preferido e antes de sair do quarto, deu uma última olhada em Maraisa, a morena estava abraçada ao seu travesseiro.
Iria caminhando até o estábulo, não era uma caminhada tão longa e já fazia alguns dias que não saía para correr, passou na cozinha pegou uma maçã e saiu.
Entrou no estábulo dando de cara com Beto.
- Hey, bom dia, eu soube o que aconteceu ontem. Como estão as coisas? - deu um breve abraço em Marília.
- Bom dia meu véi, as coisas estão um pouco pesadas, as meninas ficaram bem assustadas. - caminhavam devagar.
- E você não? - Marília o olhou, sua expressão enigmática.
- Fiquei apavorada. Foi horrível pensar em algo ruim acontecendo com alguma delas. Bruno é um miserável, não vou mentir, eu não esperava isso dele, mas é como dizem, não se pode confiar em todo mundo. Você tem visto o Júlio? Faz alguns dias que eu não o vejo. - tinha que ficar de olho nele, o que aconteceu ontem já vinha sendo planejado, não tinha como de um dia para o outro, Bruno arrumar capangas dispostos a invadir a fazenda Mendonça.
- Eu imagino como tenham ficado, mas agora está tudo bem e é isso que importa. Quanto ao Júlio, ele vem trabalhando direito junto com os outros, estou até estranhando, ele está calmo demais esses dias, vem acatando as ordens sem questionar.
- Olho nele, esse cara não merece confiança e nada me tira da cabeça que ele tá junto com o Bruno nessa. Sabe o que eu não entendo Beto, quem entrou na minha casa ontem, queria algo em específico, queria a Maraisa, entrou, pegou ela e saiu. De certa forma, confirma as minhas suspeitas, de que é o pai dela que está por trás disso tudo.
- Você tem certeza Marília? - não era bom se precipitar em casos assim.
- Não tem outra pessoa, ele me odeia, já me ameaçou várias vezes, ameaçou a minha família, ele não me quer com ela, nunca quis, aí ela volta para o Brasil, de onde saiu por causa da nossa relação, e onde ela se encontra agora? Comigo, na minha fazenda. Eu decidi adiantar a ida a Goiânia, estou indo amanhã ou depois, vou conversar com o César pessoalmente. - ainda caminhavam devagar.
- Você acha uma boa ideia filha? Veja bem Marília, se ele já fez tudo isso que você citou, e se realmente foi ele quem fez aquilo ontem, quem garante que ele não vai tentar nada contra você por lá? Afinal, ele vai estar na casa dele certo. - estava preocupado, gostava muito de Marília.
-Eu vou me cuidar, e ele não seria tão idiota de fazer algo comigo na frente da filha, não vai querer que ela se revolte contra ele outra vez. Eu preciso que você cuide de tudo por aqui Beto, eu confio em você, confio nos rapazes e tem algo que quero te pedir, na verdade são duas coisas, mas a outra eu só vou pedir quando voltar. - pararam perto da baia de Tupã.
- Pode pedir o que você quiser.
- Eu vou levar a maior parte do rebanho para Goiânia, vamos começar semana que vem, Luis e Matheus estão cuidando de tudo e eu quero te pedir para ajudar eles com o que precisarem.
- Claro que sim, não precisa nem pedir Marília.
- Tem mais, não quero que saibam que estão sendo transferidos, se perguntarem, apenas diga que foi uma grande venda. A outra parte é que eu preciso que prepare os cavalos, vou levar todos eles para Goiânia, vou falar com o Matheus ainda hoje, quero que ele veja como estão Estrela, o filhote e Tupã, eles serão os primeiros.
- Você vai vender a fazenda? - estava chateado, gostava de trabalhar ali, gostava de Marília.
- Ainda não, eu preciso resolver toda a história com o César, eu tenho que tomar todo o controle da situação para mim, me manter sempre a frente e de cabeça fria. Assim que eu estiver de volta, quero conversar com você e o Matheus.
- Entendo.
- Eu vou ao pasto, quero falar com os rapazes, saber como estão indo as coisas e quero levar esse rapaz para esticar as pernas. - sorriu para o homem que a retribuiu com um sorriso fraco.
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O nosso amor venceu
FanfictionE quando eu sinto seu toque A minha pele se arrepia e toma um choque Minha boca, sua boca, sem sussurrar E uma lágrima escorrendo no meu olhar Dá pra ver, que eu amo você!