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Maraísa estava escorada na cabeceira da cama quando Maiara entrou, olhava com curiosidade para o quarto, era muito bonito, mas definitivamente precisava de uma cor, era praticamente todo preto, as únicas coisas que ainda davam uma cor eram, a parede a sua direita, que era toda de pedra, com uma lareira e um compartimento onde se encontravam toras de madeira e a parede de vidro a sua esquerda, era uma vista linda, dava para o lago da propriedade, o piso era de madeira clara e não tinham muitos móveis, uma porta de frente pra cama que acreditou ser um banheiro e no lugar de uma TV, uma estante com livros e algumas fotos, era lindo. - interrompeu a sua observação, quando Maiara parou a sua frente e a abraçou.
— Você me deixou preocupada metade. - deixou um beijo no rosto da irmã que a encarou.
— De quem é esse quarto?
— Da Marília, você estava com ela quando desmaiou e ela trouxe você pra cá.  - as bochechas de Maraísa adquiriram um tom rosado, se imaginar nos braços de Marília era um pouco embaraçoso.
— Vou agradecê-la depois.
— O que aconteceu irmã? Porque você desmaiou?  - Maiara se arrumou na cama sentando de frente pra irmã.
— Eu e Marília estávamos falando sobre o que aconteceu na casa da Lauana, ela me pediu desculpas por agir como agiu, eu disse que não tinha problema nenhum e que a Lau tinha me explicado tudo, perguntei também se ela estava confortável com a minha presença aqui já que, aparentemente não era fácil pra ela olhar pra mim, ela se desculpou mais uma vez e disse que a minha presença não seria um problema então eu disse que a gente poderia começar de novo. - Maiara olha pra irmã com atenção.  — Eu estendi a mão e me apresentei, quando ela segurou a minha mão, o meu corpo inteiro se arrepiou Mai, e eu não entendi porque, ela me disse pra eu me sentir bem vinda e sorriu, derrepente começaram a surgir imagens na minha cabeça e eu senti uma dor muito forte e tudo escureceu. É o mesmo sorriso Mai, o mesmo que eu vejo todas as noites, o mesmo  sorriso que se mostra pra mim nos meus sonhos. - impressionante, o coração e a mente de Maraísa ainda sentiam e reconheciam Marília, tinha que esclarecer umas coisas com a irmã.
— Nós precisamos conversar metade, mas eu preciso que me prometa que não vai forçar nada, que não vai tentar lembrar, pelo menos não agora. - Maiara pedia segurando a mão da irmã. — Você promete?
—Prometo metade.
— Muito bem. Eu e Lauana namoramos há alguns anos atrás. Era tudo escondido por causa do nossa família, Lau não tinha muitas condições na época, vinha de uma família humilde e batalhadora, César jamais aceitaria isso, não só por ser pobre, mas também por ser uma mulher, nossa mãe descobriu primeiro, ela nos acobertava e eu sempre falava da Lau pra ela, fazia alguns meses que a gente namorava quando César descobriu, foi quando ele nos mandou pra fora do país, nós só tinhamos dezesseis anos na época, ele nos proibiu de ter qualquer contato com o Brasil, ameaçou a Lau e a família dela, ameaçou a mim, e a você também nas vezes que tentamos fugir. Fazia pouco tempo mas eu a amava tanto Maraísa, ainda a amo na verdade. Esse foi o primeiro motivo que eu tive pra odiar aquele homem, depois veio o seu acidente, ele estava lá no dia, foi culpa dele. - Maraísa estava  choque, não acreditava que seu pai fosse um homem cruel como Maiara estava dizendo.
— Não Mai, o nosso pai disse que tinha sido um homem bêbado que furou o sinal me atropelou e depois me deixou lá pra morrer.
— Mara, desde o seu acidente, quantas vezes a polícia apareceu na nossa casa?
— Nosso pai disse que ele já estava preso e tinha sido condenado.
— Meu amor, se esse homem já foi a julgamento, porque você não foi chamada pra depor, já que você foi a vítima?  - Maraísa tentava absorver todas as informações passadas por Maiara. — César estava lá quando aconteceu, ele falou coisas horríveis pra nós duas, mas principalmente pra você, coisas que lhe atingiram forte, você chorava muito e saiu correndo de casa, quando eu te encontrei, você já tinha sido atropelada, as pessoas que presenciaram tudo viram quando você atravessou de uma vez, sem olhar para os lados, o motorista não teve culpa Mara. Eu quase perdi você aquele dia, eu fui na ambulância com você, pouco antes de chegarmos ao hospital você sofreu uma parada cardíaca, quase não conseguiram te trazer de volta, você passou por vários exames e uma cirurgia, o restante você já sabe.

O nosso amor venceuOnde histórias criam vida. Descubra agora