48

1.4K 153 128
                                    

Oi❤️


Maraisa já estava de volta em casa à dois dias, a morena não saia do quarto para nada, Maiara, Ruth e Almira já não sabiam mais o que fazer, o pouco que a morena comia ela colocava para fora, não levantava muito da cama e as vezes que levantava passava alguns minutos na varanda de seu quarto observando o mar, sua voz não era ouvida por muito tempo e na maioria das vezes era apenas para negar algo ou falar que queria ir embora.

Maiara não queria sair de perto da irmã um só minuto, a ruiva também não se sentia muito bem, tinham uma conexão muito forte mas era como se agora ela estivesse dez vezes maior.

- Bom dia meu amor! - Maiara entrou quarto da irmã e estranhou não vê-la na cama, deixou a bandeja que levava na cama indo até o banheiro, o mesmo estava vazio então seguiu até a varanda, Maraisa estava escorada na mureta olhando o mar, sua mão acariciando a barriguinha de quatro meses, se aproximou a abraçando. - Bom dia!

- Bom dia metade! - Maraisa se deixou envolver pela irmã e suspirou quando sentiu a mesma a apertar no abraço.

- Trouxe seu café, vamos alimentar essa pequena. - sua mão fez um carinho na barriga da irmã.

- Estou sem fome Mai. - voz dengosa soou baixinha.

- Mas precisa comer, ao menos um pouquinho, ainda está sentindo muitos enjoos não é?

- Sim, hoje eu acordei extremamente enjoada, coloquei até o que eu não tinha no estômago para fora. - Maiara reparou melhor o rosto da irmã, estava abatido, tinha olheiras profundas, seus olhos haviam perdido todo o brilho que tinham e até seus lábios estavam um pouco pálidos, Maiara suspirou e puxou a morena para sentarem.

- Meu amor, eu sei que está difícil e eu não consigo imaginar a dor que você está sentindo, mas por favor Maraisa, você precisa se cuidar, você está fraca, parece até um pouco mais magra, não é só você irmã, essa bebezinha precisa de você e vai precisar por muito tempo. - os olhos da morena se encheram de lágrimas.

- Eu não sei o que fazer Mai, eu nunca me senti tão perdida como estou me sentindo agora. - lágrimas escorreram pelo rosto pequeno. - Quando fomos embora foi diferente, nós estávamos separadas pela distância e eu sabia que um dia nos veríamos de novo. - baixou a cabeça. - Mas agora é diferente, só de pensar que não vou ver mais aquele sorriso lindo, que não vou ter mais aqueles olhos castanhos me olhando com tanta intensidade e amor, como se eu fosse o centro do mundo, é como se nada mais fizesse sentido. - sua mão pousando em seu ventre, o rosto tomado por lágrimas. - O que eu vou dizer para ela Mai? - a ruiva colocou as mãos por cima das mãos da morena em seu ventre.

- Que a mãe dela era uma mulher incrível, cheia de força e princípios, que ganhou o Brasil e o mundo com suas músicas, com sua história, que foi, é e sempre será amada por um país inteiro, por pessoas de todas as idades, que foi a melhor amiga que alguém poderia ter, leal, fiel, cuidadosa, extremamente protetora, que conseguia contagiar a todos com sua alegria de criança e que colecionou amigos reais, que não pensariam duas vezes em se embrenhar no mato para procurá-la, exatamente como aconteceu. - a loira se referia a Henrique, Juliano, Lauana, Jorge, Luis, Matheus e Beto, que se juntaram em um pequeno grupo para procurar a loira assim que ela foi dada como desaparecida. - São essas coisas que você vai falar para ela, que a Marília foi uma filha maravilhosa, que daria o céu para Ruth se ela pedisse, que fez tudo o que fez para dar uma vida melhor para a mãe, você vai dizer para ela metade, que não poderia ter escolhido pessoa melhor para amar, que não teria pessoa melhor para ser a mãe dela e que onde quer que ela esteja, vai estar sempre guiando e cuidando de vocês duas. - e mais uma vez os soluços da morena se fizeram altos e fortes, precisava se reconstruir, tinha que ser forte por sua filha, mesmo que um pedaço seu estivesse faltando. - Vamos comer irmã, você não come nada desde ontem a noite.

O nosso amor venceuOnde histórias criam vida. Descubra agora