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Leiam devagar e prestem a atenção nos detalhes....
Comentem aí e me digam o que estão achando.❤️😉

Marília....

Mais uma vez eu levanto assustada, esse nome persiste em aparecer nos meus sonhos assim como uma mulher que eu nunca vi na vida, se bem que eu não me lembro de muita coisa né, tá tudo muito confuso na minha cabeça, olho para o lado de fora do celeiro e ainda era madrugada, que droga, me jogo novamente no colchão, fitando o teto, quem poderia ser aquela morena?
Ela sempre me aparecia com um sorriso doce nos lábios e me estendia sua mão.

"Eu e o nosso filho estamos esperando por você Marília."

Essas eram as suas palavras antes de eu acordar em um susto praticamente todas as noites desde que cheguei aqui, faz exatamente três meses eu não lembro de muito mas seu Pedro, o dono do pequeno rancho me acolheu como se eu fosse uma filha, ele disse que me encontrou desmaiada no celeiro, estava machucada, minhas roupas eram velhas e surradas, eu estava suja e tinha sangue nas minhas roupas, acordei cinco dias depois sem lembrar de nada, nem de como cheguei lá.

Seu Pedro e dona Ana moravam em um pequeno rancho no meio do nada, os dois tinham tido um filho que praticamente os abandonou e o acesso mundo a fora era escasso, quase tudo o que comiamos vinha do que seu Pedro plantava, desde que cheguei venho ajudando com tudo, com o pouco gado que eles tinham, os bichos de pequeno porte, com as plantações, não sei como dois idosos sobreviviam em um lugar desses sozinhos, seu Pedro já tinha seus setenta e uns quebrados e dona Ana era apenas dois anos mais nova, como a casa era pequena eu preferi ficar em um pequeno celeiro que eles tinham, o mesmo tinha um mezanino, então eu arrumei uma "cama' para mim lá em cima, com as poucas roupas que o casal de idosos conseguiu me arranjar e que eram de seu filho.

Suspirei sabendo que seria deficil voltar a dormir, eu precisava descobrir quem eu era, de onde tinha vindo, passei a mão levemente por meu ombro, havia uma cicatriz pequena ali, não sabia como tinha adquirido, tinha também algumas tatuagens espalhadas por meu corpo, mas nada que me fizesse lembrar de algo, eu não sabia nem o meu nome, dona Ana que me chamava de filha.

Lembrei da morena novamente e senti pontadas em minhas temporas, era sempre assim, eu tentava forçar mais um pouco e minha cabeça parecia que ia explodir.

Não sei em que momento eu caí no sono novamente, mas fui acordada com os raios de sol entrando pelas frestas do celeiro e a voz de seu Pedro me chamando no andar de baixo.

- Oi seu Pedro, eu estou acordada. - coloquei a minha cabeça perto da escada para que ele pudesse me ver.

- Eu acordei você filha? Me desculpa, mas eu fiquei preocupado, já é oito da manhã e normalmente as cinco você já está de pé. - sua preocupação era genuína.

- Eu só não dormi muito bem mas já vou descer para ajudar o senhor com tudo, só um minuto.

- Vou pedir que Ana prepare algo para você comer. - ele disse e saiu.

Levantei peguei uma muda de roupas e desci para tomar um banho e escovar os dentes, entrei no pequeno espaço com um chuveiro que eu mesma tinha colocado ali no celeiro para tomar banho, pendurei as roupas no gancho e comecei a retirar as que eu usava, olhava meu rosto no espelhinho que dona Ana me deu, cabelos loiros e longos, olhos castanhos, boca rosada, aquilo me frustrava, porque eu não conseguia me lembrar de nada, eu tinha alguns flashes mas nada muito coerente, novamente passei a ponta dos dedos por meu ombro, a pequena cicatriz ali também não me dizia nada, os desenhos espalhados por meu corpo eram enigmáticos, tinha uma perto do tornozelo, eram alguns símbolos que não me remetiam a nada, uma no antebraço, uma no punho, um coração com algo que pareciam duas bonequinhas, não tinha certeza, levei a mão até o meu abdômen, ali haviam alguns pássaros desenhados que iam até a cintura, eu gostava daquela e por fim o quadril, haviam três flechas ali, aquela era a que mais me chamava a atenção, não sei, algo me dizia que elas tinham um significado mais que especial, senti uma pontada forte em minha cabeça, fechei os olhos e tive alguns flashes.

O nosso amor venceuOnde histórias criam vida. Descubra agora