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Já era quase final de tarde quando as quatro se encontraram, Marília e Maraísa estavam no escritório quando Maiara bateu na porta acompanhada de Lauana.
— Olha só quem resolveu aparecer. Resolveram dar um tempinho pra cama foi? - implicou a loira.
— Não começa Marília. - Lauana entrou e sentou no sofá.
— Boa tarde pra você também Lauana. - Marília falou com ironia.
— Boa tarde metade. - Maraísa levantou para abraçar a irmã.
— Como dormiu amor? - perguntou a ruiva.
— Muito bem. Não vou perguntar como você dormiu porque só de te olhar eu já sei que dormiu muito bem.
— Eu e Lau temos algo pra contar. - disse empolgada.
— Não me digam que já vão casar? - a loira falou fingindo surpresa. — Sapatão é bicho emocionado viu.
— Cala a boca Mendonça. -  Lauana jogou uma das almofadas do sofá na loira, que a segurou e riu.
— Agora é sério, ouçam. Eu e Lau estamos namorando de novo. - o sorriso da ruiva poderia ser visto de costas.
— Sério metade? Caramba, eu tô muito feliz por vocês, parabéns. - abraçou a irmã com força e depois foi abraçar a cunhada.
— Cuida da minha irmã hein, estou de olho em você. - Lauana riu e abraçou a morena.
— Tô feliz por vocês. Ou, cuidem bem uma da outra, porque eu não quero ter que dar uns cascudos em ninguém. - a loira riu e abraçou Maiara, deixou um beijo na testa da ruiva. — Tô feliz por vocês nanica. Você e a minha irmã ali merecem ser felizes. - olharam para Lauana, que estava em uma conversa animada com Maraísa.
— E vocês, como estão? - perguntou para loira, o sorriso já denunciava a resposta.
— Ela me beijou. - Maiara arregalou os olhos incrédula.
— Tá falando sério? - a loira sorriu e assentiu. — Caramba Mah, eu que tô feliz por vocês. Ela lembrou de algo?
— Não, mas eu estou feliz que ela esteja se permitindo comigo.
— Aahh eu tô feliz por vocês, você vai voltar a ser de novo minha cunhada, nós quatro de novo. - a ruiva falava empolgada e abraçou Marília de novo, que retribuiu.
— Da pra você soltar a minha mulher? - Lauana se aproximou das duas junto com Maraísa.
— Larga de ciúmes, até parece que eu vou querer essa ruiva sem sal aqui. - Marília empurrou Maiara de leve em direção a Lauana.
— Você viu isso amor, ela me chamou de sem sal. - Lauana abraçou a ruiva dando um beijo em sua cabeça.
— Para de chamar a minha garota de sem sal, loira de farmácia. Você é um pé no saco Marília. - a loira apenas riu e abraçou a morena que se encostou nela. — Que tal aquela volta a cavalo, já tá quase na hora do sol se pôr.
— Eu adoraria.
— Não sei se quero ir não. - a morena se apertou mais contra Marília.
— Ah, vamos irmã, vai ser bom dar uma volta, tomar um ar fresco.
— Se você não quiser, não tem problema morena, a gente fica por aqui mesmo. Nós podemos ver um filme se você quiser. - Maraísa queria dar uma volta a cavalo, queria conhecer mais um pouco da fazenda, mas uma sensação ruim tomou conta de seu coração na hora, só de pensar em algo ruim acontecendo com alguma delas, seu corpo estremeceu e Marília sentiu. Olhou para a morena que a olhou de volta, ali soube que tinha algo errado. — Nós não vamos. - falou ainda encarando a morena.
— Está tudo bem irmã? - Maiara olhava a irmã preocupada.
— Não estou me sentindo bem, não quero ir. - seus olhos brilharam com algumas lágrimas e ela fungou.
— Tá tudo bem amor, nós não vamos a lugar algum. - a loira abraçou forte, sentindo a menor afundar o rosto em seu peito. — Fiquem por aqui, não sabemos como andam os arredores da fazenda, as coisas ainda estão meio tensas, não acredito que seja bom sairmos assim agora.

Ficaram mais algum tempo ali conversando, Maraísa não tinha largado de Marília, que acariciava suas costas e deixava beijos em seus cabelos a todo momento. Não gostou daquela sensação, era como se lá no fundo de sua mente, um pequeno botão vermelho tivesse sido acionado, e ele piscava constantemente a palavra perigo.
— Vocês se importam de fazer a pipoca, daqui a pouco a gente chega pra ajudar.
— Claro que não, a gente vai indo, não demorem.  - Maiara deixou um beijo na irmã e um em Marília, Lauana apenas trocou um toque de mãos com a loira e saíram.
— O que aconteceu? Você estava até animada pra dar uma volta a cavalo. - perguntou para morena que estava calada até então.
— Eu estou com um pressentimento muito forte, senti algo ruim de uma hora para a outra. - Marília a apertou forte.
— Eu não vou deixar nada acontecer com você amor, nunca. - seus dedos entraram nós cabelos da morena onde fizeram um carinho.
— Não quero que corra riscos, me dói pensar em alguma coisa ruim acontecendo com você. - os olhos cheios de lágrimas a encararam.
— Nada vai acontecer com a gente, eu prometo pra você. Eu não consegui cumprir essa promessa antes, mas eu te juro que vou cumprir agora. Eu prometo lutar com todas as minhas forças para estar ao seu lado e para te ter ao meu lado sempre, eu senti o que é ficar sem você Maraísa, não vou sentir de novo, não agora que eu tô voltando a viver.
— Não quero te deixar, nunca. Mas tem uma coisa que nós precisamos conversar. - se afastou de Marília e sentou.
— Não gosto dessa frase.
— Ontem, eu e a Mai falamos com a nossa mãe, ela nos contou como andam as coisas por lá. César está furioso, ele odeia você, quis até vir aqui buscar a gente.
— Acredite, o ódio é recíproco.
— Não fala assim, não gosto, não quero e não consigo ver um sentimento ruim vindo de você.
— Não vai dar Maraísa, o seu pai tirou você de mim, ameaçou a minha família, ameaçou você. Só eu sei tudo o que passei todos esses anos, eu não vivi Maraísa, eu estava no piloto automático, o que me manteve firme todos esses anos, foi a esperança de trazer você de volta, então não me pede para não odiar seu pai, porque isso vai ser impossível. - estava com raiva só de pensar em tudo.
— Vem aqui. - chamou a loira e bateu na mesa a sua frente para que ela sentasse ali, mesmo relutante a loira foi e sentou. — Não disse que não quero que odeie ele, é um direito seu, mas em todos esses dias que eu pude conhecer um pouco de você, ódio é um dos poucos sentimentos que não combinam contigo, eu sei que esse assunto é um tópico sensível, mas eu quero que você saiba que não vai lutar sozinha, eu vou estar aqui e vou enfrentar tudo do seu lado, eu prometo. - levantou de onde estava e sentou na perna da loira, que a abraçou com força.
— Desculpa, não queria falar com você dessa forma. - a voz saiu abafada, seu rosto afundado no pescoço de Maraísa, essa que tinha seus dedos embrenhados nos cabelos loiros.
— Tá tudo bem amor. - deixou um selinho rápido nos lábios da loira. — Mas a pior parte ainda está por vir, dona Almira falou que andou um rapaz lá em casa, ela disse que ele queria fazer negócios com o César, mas que também o procurou por algo específico.
— O que mais ele queria?
— Ele disse que me conheceu antes de eu ir embora, que estudávamos no mesmo colégio, disse que soube da minha volta e queria me ver, que tinha interesse em me levar para jantar e quem sabe um relacionamento, minha mãe disse que meu pai o adorou e que praticamente me vendeu a ele.
— Como assim? Me explica isso melhor Maraísa. - a raiva tinha voltado, a loira tentou levantar, mas Maraísa não deixou.
— César disse a ele que eles firmariam um negócio, se ele conseguisse casar comigo.
— Eu vou matar o seu pai, e esse playboyzinho também se ele chegar perto de você. Assim que colocarmos os pés em Goiânia, eu vou conversar com o César.
— Não acho que seria uma boa ideia não.
— Maraísa, eu vou conversar com o seu pai, eu vou mostrar para ele que eu não sou mais a menina de anos atrás e que dessa vez ninguém vai tirar você de mim.
— Ninguém vai me tirar de você amor. - seus dedos entraram novamente nos fios loiros, trazendo o rosto de Marília para mais perto do seu.

O nosso amor venceuOnde histórias criam vida. Descubra agora