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Oi😊

Quando Maraísa acordou aquela manhã, estava sozinha na cama, o quarto ainda estava escuro devido as persianas fechadas. No travesseiro ao seu lado, um bilhete, a caligrafia perfeita e um pouco puxada para o lado.

" Bom dia morena, desculpa deixar você sozinha, mas tive que ir resolver um problema, vai ser rápido. Volto pra tomar café com você."

Um sorriso bobo surgiu no seu rosto, estava gostando demais de todo aquele clima, da interação das duas, procurou por uma relógio, oito da manhã, não sabia que horas Marília tinha saído, mas talvez já estivesse de volta.

Se dirigiu ao seu quarto, tomou um banho relaxante, colocando depois um short jeans curto, uma blusa branca e um all star também branco, provavelmente passaria o resto da manhã no escritório.
Deu uma passada no quarto da irmã e estava vazio, não encontrou ninguém na sala, então se dirigiu a cozinha.
- Bom dia! - apenas Tereza e a outra moça que a ajudava na cozinha estavam por ali. - Tê, você sabe da minha irmã e da Lau?
- As duas ainda estão no quarto, Lauana veio mais cedo aqui e levou uma café caprichado para as duas. E você menina, o que vai comer?
- Eu acho que vou esperar a Marília Tê.
- Acho que ela vai demorar um pouquinho, Beto esteve aí bem cedo, disse que teve um problema com um dos cavalos. Eu acabei de tirar um bolo do forno, quer um pedaço?
- Com certeza. - Tereza colocou um pedaço do bolo e uma xícara com café a frente da morena. - Que delícia Tê! - disse assim que colocou o primeiro pedaço do bolo na boca. - Eu vou comer no escritório tá. - a morena passou boa parte da manhã ali, Marília ainda não tinha voltado e sua irmã e Lauana aderiram a uma lua de mel, não tinham saído do quarto.

Perto das uma da tarde ouviu o barulho da caminhonete de Marília, levantou de onde estava e saiu do escritório, estava ansiosa para ver a loira. Quando chegou a porta, deu de cara com uma cena um pouco inusitada que a levou a risadas.

Marília estava coberta de lama, das botas até o rosto, tinha lama pra tudo quanto é lado, os cabelos estavam presos em um coque, talvez por isso se salvaram.
- Isso, vai rindo da desgraça alheia. - a loira estava aos pés da escada.
- Desculpa, mas não tem como segurar. Estava rolando na lama junto com os bichos era? - Maraísa a olhava de cima, não tinha descido a escada.
- Alguns bichos atolaram com a chuva de ontem, precisei ajudar poxa, que tal um abraço? - a loira abriu os braços sorrindo.
- Nem pensar, pode ficar aí mesmo. Mas a Tereza me falou que você tinha ido ver um problema com os cavalos.
- Pois é, estrela deu a luz, é um garoto muito forte. - enquanto falava, subiu dois degraus.
- E como ela está?
- Muito bem, ela e Tupã estão babando o filhote. - mais um degrau.
- Quero vê-los depois. - se deu conta de onde a loira estava, quando ela já estava no último degrau e muito perto de si. - Ou, pode ir parando aí.
- Mas você não me deu um bom dia, estou aceitando um abraço e um beijo bem aqui ó. - apontou o dedo em direção a bochecha.
- Só depois que você fizer uma visita ao chuveiro. Você vai sujar a casa inteira de lama, olha isso, e além do mais, já está de tarde. - falou apontando para as botas da loira.
- Isso não são modos de tratar a pessoa que te salvou de madrugada, eu deveria roubar um abraço, isso sim. - um sorrisinho maldoso brincou nos lábios da loira, que viu a morena se afastar aos poucos.
- Marília, não, eu tô limpinha e estou trabalhando, para de graça.
- Qual é Isa, vem aqui, para de besteira. - Marília já estava próxima demais.
- Nem pensar porquinha. - falou risonha.
- Me chamou de porquinha? - a loira estava indignada. Maraísa riu alto. - Agora pegou pesado, vem aqui. - avançou pra pegar a morena, mas ela saiu correndo e gargalhando alto.
- Não, Marília para. - Maraísa correu para um lado e a loira que não é boba correu para o outro, dariam de cara uma com a outra na parte de trás da casa. Dito e feito, a morena quase trmbou com ela.
- Vem aqui Maraísa. - a loira falou rindo.
- Não, você quis dar uma de porquinha e tá aí cheia de lama. - continuava gargalhando. Marília estava encantada, sentia tanta falta daquela risada.
- Mas eu só quero um abraço poxa. - a olhou com os olhinhos pidões. - Não é justo, você passou a noite toda abraçada comigo por causa dos trovões e eu não falei nada, agora eu quero UM abraço e você não quer me dar, tô chateada viu morena.
- Vamos fazer um trato. - Marília a olhou interessada. - Você vai fechar os olhos e eu vou até aí te dar um beijinho, se você ficar de olhinho fechado eu posso te dar um abraço.
- Porque eu tenho que ficar de olhos fechados? - a loira perguntou confusa.
- Quer o abraço ou não? - perguntou com a sobrancelha arqueada.
- Tá, tá bom. Mas se você não cumprir, eu vou te jogar dentro do lago.
- Fecha logo os olhos. - a loira fez o que foi pedido, Maraísa se aproximou devagar, quando já estava perto se abaixou e pegou algo no chão, lavantou de novo e se afastou.
- ôh Maraísa, esse negócio tá demorando demais moço. - a morena riu.
- Abre os olhos. - antes mesmo de abrir sentiu um jato de água atingir seu peito e depois seu rosto. A loira se assustou, causando mais gargalhadas na menor.
- Não acredito. Você me paga Maraísa. - já estava encharcada a essa altura. - Malandra, agora cê não me escapa não. - Marília avançou e a morena recuou, mas a loira foi mais ágil e em poucos passos a alcançou.
- Nãoooo, Marília. - ela soltava alguns gritinhos e gargalhava, Marilha a abraçou pela cintura a tirando do chão, a morena gargalhava alto. - Me solta Maríliaaa.
- Não. Você me molhou inteira, estou te dando o troco. - Marília pegou a mangueira da mão da morena a molhando inetira, a colocou no chão de novo, mas não a soltou, a morena virou de frente para ela a abraçando pelo pescoço. Ainda ria alto, Marília apenas se deliciava com som da risada. - Vai me dar o meu beijo de bom dia agora?
- Não tá merecendo não?
- Ah não, não tô merecendo não é. - ligou a mangueira novamente e molhou os cabelos da morena.
- Tá bom, tá bom. Eu beijo. - se rendeu a água e Marília riu.
- Bem aqui ó. - apontou o dedo na bochecha mais uma vez.
- Bom dia! - ficou na ponta dos pés e deixou um beijo estalado na bochecha da mais alta, levou suas mãos as bochechas de Marília e virou o rosto da loira. - E boa tarde Marília. - deixou outro beijo, dessa vez na outra bochecha, a loira apenas fechou os olhos para apreciar o carinho.

Afastou o rosto devagar, seu olhar passeava pelo rosto da mais alta, Marília era linda. Seu dedo indicador contornou a sobrancelha de Marília passando pela cicatriz, a loira já tinha percebido que ela gostava de lhe fazer esse carinho, sorriu.
Maraísa encostou um pouco mais, seu nariz passou devagar pelo de Marília, sentiu a loira a apertar mais contra si. Seus dedos entraram pelo cabelo loiro, que a essa altura já tinha caído do coque.
- Abre os olhos. - pediu em um sussurro para a loira que prontamente a atendeu.

Os narizes ainda se encostando. Maraísa a olhava nos olhos, castanhos, profundos e intensos. Marília não fez nenhum movimento, deixou que a morena se sentisse segura para fazer o que quisesse.
- Seus olhos são tão intensos, eles me passam tantas coisas Marília.
- É, o que eles te passam?
- Confiança, certeza, segurança. - tinha afastado um pouco seu rosto, apenas o suficiente para a olhar nos olhos melhor. - Amor. Eles me passam tanto amor Marília. Eu gosto da forma como você me olha.
- E de que forma eu te olho?
- Como se eu fosse o seu mundo.
- Não sei outra forma de te olhar. -

Maraísa aproximou novamente o rosto do da loira, seu nariz passeava pelo de Marília. Encostou seus lábios devagar. O beijo foi lento, saudoso, seus corpos estavam matando a saudade, seus corações estreitando a conexão que já existia. Os lábios se moviam devagar, Marília deixava a morena guiar, não queria estragar o momento com sua afobação, sentia os dedos da morena afagar suavemente os seu cabelos, os seus passeavam pelas costas da menor.

Maraísa foi parando aos poucos, se sentia leve, feliz, estava bem. Deixou vários selinhos nos lábios da loira que sorria, encheu o rosto de Marília de beijos e por último puxou a cabeça da loira para baixo, Marília agachou um pouco pra receber um beijo na testa, abraçou a morena a tirando do chão.
Quando a colocou de volta, Maraísa a olhou sem jeito, sabia que a mente da mais baixa estava um turbilhão.
- Você está bem? - perguntou preocupada.
- Uhum.
- E essa carinha? - acariciou o rosto da mesma.
- Só estou um pouco sem jeito, não sei o que falar ou como agir. - ela brincava com a correntinha no pescoço de Marília. A loira sorriu.
- Se arrependeu?
- Claro que não. De certa forma estou frustrada, queria lembrar de nós.
- Já falamos sobre isso, vamos com calma, aos poucos pode dar certo. - seu dedo levantou o rosto da morena pelo queixo. - Confia em mim?
- Claro que sim. - Marília sorriu.
- É do que precisamos. E agora você também está toda suja de lama. - a morena tentava a todo custo se soltar do abraço de Marília que apenas ria da situação.

Do meio pro fim, Maraísa estava ajudando a loira a se lavar e tirar toda a lama das roupas, faziam tudo entre brincadeiras e risadas.

Ao longe, alguém observava toda a cena e tirava fotos, seu chefe adoraria ver aquilo. Enviou tudo e esperou a ordem do homem, sorriu quando a recebeu, é Mendonça vai curtindo, tua hora tá chegando.

O nosso amor venceuOnde histórias criam vida. Descubra agora