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Foi aqui que me chamaram?🤔

Estavam a caminho da casa de César, Marília dirigia com Maraisa ao seu lado e Maiara no banco de trás, mantinham uma conversa leve, até o celular da loira tocar.
- Linda, vê pra mim que é. - pediu sem tirar os olhos da estrada, o trânsito estava um caos, a morena pegou o celular para olhar.
- Paulinha.
- Atende e coloca no viva-voz, por favor. - assim Maraisa fez, a voz de Paulinha soando por todo o carro.

Ligação on

- Marília, já está em Goiânia?
- Já sim Paulinha, algum problema?
- Não, eu só preciso confirmar a música que vai cantar no sábado, para a banda já ir ensaiando e tals.
- Faz um favor pra mim Paulinha, pede apenas para eles deixarem um piano pronto, eu mesma vou tocar e só vou precisar disso.
- Tem certeza?
- Sim, vou cantar um música inédita e só preciso do piano.
- Você manda. Ah, eu consegui tudo o que me pediu, está no apartamento em São Paulo, vai precisar de mais alguma coisa?
- Eu já disse que você é foda? Muito obrigada Paulinha, por enquanto eu não vou precisar de nada, mas qualquer coisa eu te aviso.
- Tudo bem, se cuida Mah.
- Você também, beijão.

Ligação off

Paulinha desligou, já estavam quase chegando a casa das gêmeas.
- Mai, você ainda vai com a gente até São Paulo né? - a loira perguntou.
- Eu não sei Lila, acho que vou ficar por aqui mesmo. - seu tom de voz era desanimado.
- Não vai não, você vai com a gente, seu lugar já está garantido ao meu lado e ao lado da sua irmã bem na frente, então não vou aceitar uma recusa sua. - a loira sorriu e piscou para Maiara através do retrovisor.
- Mas eu ainda nem sei o que eu vou usar Marília.
- Não adianta Mai, não aceito um não como resposta. - Maraisa apenas observava a interação das duas com um sorriso leve no rosto.
- Sem chance de me deixar aqui? - a ruiva perguntou em uma última tentativa.
- Nenhuma. - a loira sorriu e Maiara revirou os olhos.
- Você é muito chata Marilia. - Marília riu, sabendo que tinha ganhado aquela discussão.

Seguiram o restante do percurso em uma conversa leve, na portaria do condomínio, a entrada foi liberada sem maiores problemas, ao estacionar na porta da casa dos Pereira, Marília sentiu o clima mudar no carro, as irmãs estavam apreensivas.

- Vamos? - as duas assentiram e Marília saiu do carro, deu a volta ajudando a morena a descer e entrelaçar seus dedos, Maiara abriu a porta de casa no mesmo instante que Almira descia as escadas.
- Minha filha, que saudade. - a mais velha abraçou Maiara apertado e a ruiva retribuiu, estava com saudade de sua mãe.
- Vocês estão bem? Eu estava preocupada e com saudades já. - soltou Maiara para abracar a morena, seus olhos se arregalando ao notar a presença imponente de Marília logo atrás da filha.
- Nós estamos bem mãe, tá tudo certo. - Maraisa se soltou da mãe que ainda encarava Marília.
- Olá Almira. - a loira quebrou o gelo e estendeu sua mão na direção da mais velha.
- Marília! - ainda estava em choque. - Você mudou tanto, meu Deus. - a mulher puxou Marília para um abraço, mesmo surpresa, a loira retribuiu. - Eu lamento tanto filha, lamento não poder ter feito mais, ajudar mais, eu quis ir ver você, mas César me proibiu, eu fiquei tão preocupada. - Almira estava visivelmente emocionada.
- Está tudo bem Almira, já passou e eu estou aqui agora, eu estou bem, nós estamos bem. - Marília a apertou um pouco mais no abraço. A senhora a soltou analisando seu rosto.
- Me perdoe filha, eu realmente queria ter feito mais.
- Não tem o que perdoar Almira, eu entendo tudo e agradeço o que fez por nós na época. - puxou a morena para o seu lado.
- Você lembrou de tudo? - se dirigiu a filha.
- Ainda não mãe, mas acho que meu coração reconheceria Marília em qualquer lugar do mundo e sob qualquer circunstância. - a loira sorriu deixando um beijo na cabeça da mais baixa.
- Vamos, sentem um pouco, vou pedir para servirem um café para vocês.
- Mãe, nós só viemos pegar as nossas coisas, não vamos demorar muito. - a feição de Almira caiu.
- Vocês estão indo embora? Para onde? Porque? - sentou no sofá, a tristeza tomando conta de seu rosto.
- Não podemos continuar aqui mãe, não depois de tudo o que a Mai me contou, ainda me custa entender o porquê de nosso pai ter feito tudo isso, mas não podemos ficar sob o mesmo teto que ele, ainda tem essa história de casamento arranjado. - nessa hora Marília fechou a cara, ainda estava com esse papo entalado em sua garganta.
- Eu entendo, tentei fazer César mudar de idéia, mas ele disse que já é uma decisão tomada, eu lamento filha.
- Não lamente Almira, isso não vai acontecer e eu garanto. Maraisa não é um dos negócios do seu marido e ela não vai ser tratada como um. - a voz da loira estava baixa e controlada, a frieza em seu olhar, deixava claro para Almira que faria o que fosse preciso para fazer valer suas palavras.
- Mãe. - Maiara chamou a atenção da senhora. - Nós vamos ficar em um apartamento da Marília por enquanto, sempre que quiser, a senhora pode ir nos visitar, embora eu preferisse que a senhora viesse morar com a gente. - Maiara estava ao lado da mãe e segurava sua mão.
- Filha...
- Eu sei, eu sei, não precisa falar nada. - a ruiva suspirou. - Eu vou subir para arrumar as minhas coisas, você vem comigo metade?
- Vou sim, te ajudo com as suas e depois você me ajuda com as minhas, vai ser mais rápido. - virou para a loira que estava ao seu lado. - A gente já volta tá. - deixou um selinho rápido nos lábios da mais alta e subiu junto com a irmã.

O nosso amor venceuOnde histórias criam vida. Descubra agora