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Acordei com batidas leves na porta, minha mãe queria saber se queríamos comer algo pois já fazia um tempo que estávamos dormindo e Isa precisa se alimentar bem, ela ao contrário de mim nem se moveu continua em um sono pesado, passei os dedos por suas costas nuas e a chamei baixinho.

- Linda, acorda cê precisa comer alguma coisa. - segurei sua mão e levei até os meus lábios deixando alguns beijos na palma e a ouvi suspirar. - Vamos pequena, larga de preguiça.

- Hum, não quero. - ela se aconchegou mais a mim.

- Faz tempo que você não come nada, não pode passar muito tempo sem se alimentar. - eu falava baixinho enquanto acariciava suas costas. - Acorda morena, vamos aproveitar esse finzinho de tarde e dar uma caminhada na praia, o que me diz? - ouvi um suspiro e ela se mover em meus braços, Maraisa apoiou a mão em meu abdômen e se ergueu um pouco para me olhar, seus olhinhos pequenos devido ao sono, sua bochecha um pouco vermelha por passar tanto tempo colada em meu peito, a boca carnuda formava um pequeno bico insatisfeito, linda. - Oi! - afastei algumas mexas do cabelo negro que caiam por seu rosto.

- Oi amor. - ela sorriu e encostou a testa em meu queixo. - Eu não estou com muita fome.

- Mas precisa comer, ao menos uma fruta, vem para de preguiça. - depois de muita insistência e reclamações por parte da morena, nos levantamos para descer, eu coloquei uma calça jeans preta e colada, uma camisa branca lisa e um moletom também branco por cima, como iríamos a praia, calcei apenas um chinelo de couro marrom, passei perfume, coloquei um óculos de grau e sentei na cama para esperar Maraisa.

- Vamos? - a morena parou a minha frente e sentou em uma de minhas pernas, seu braço abraçando o meu pescoço.

- Como estamos? - perguntei a abraçando, afundei meu rosto em seu pescoço. - Tá cheirosa.

- Estamos bem, com sono, mas bem. - senti seus lábios em minha testa. - E você como está? Foi um grande esforço subir comigo a escada, não pense que não lembro que você tinha que está se recuperando do ombro.

- Eu estou bem amor, não dói mais e eu nem preciso usar a tipóia. - aproveitava os seus carinhos em meus cabelos.

- Você tinha que ir em um fisioterapeuta, precisava olhar tudo direitinho. - ela estava preocupada, tirei meu rosto de onde estava e a encarei.

- Amor, a única coisa que eu preciso é estar aqui, com você, a nossa filha e a nossa família, eu estou bem, antes de vir eu fiz vários exames e todos estavam ok, a retirada da bala foi rápido e não foi tão profunda. - ela ainda me olhava em dúvida, sorri e passei meu nariz por sua bochecha, queixo e subi até encontrar o seu, a encarei por alguns segundos. - Estou bem, eu juro. - ela suspirou pesado e assentiu devagar, Maraisa colou nossos lábios em um beijo suave e delicado, não tinha língua e nem dominante, só um carinho simples e singelo, uma de suas mãos em meu rosto.

- Eu não sei o que faria se você não tivesse voltado. - Isa se afastou um pouco, nossos lábios se tocando a cada palavra, seus olhos fechados. - Ficar sem você é a pior coisa do mundo e eu já experimentei isso duas vezes, não teria forças para enfrentar uma terceira.

- Não vai ter terceira meu amor e mesmo que tenha, eu sempre vou encontrar o caminho de volta para você, para vocês. - acariciei sua barriga, a nossa conversa não passava de sussurros, Maraisa ainda tinha seu rosto colado ao meu.

- Tem algo que eu preciso entregar a você. - Maraisa levantou do meu colo e foi até o closet voltando minutos depois com um caixinha branca na mão. - Agora talvez já não faça mais sentido te entregar isso, mas eu tinha preparado para quando você voltasse da fazenda e depois do que aconteceu eu a guardei comigo, eu tinha esperanças de entregá-la a você. - ela me entregou a caixa, era branca com um lacinho dourado ao redor, assim que abri meu peito apertou forte e eu resfoleguei.

O nosso amor venceuOnde histórias criam vida. Descubra agora