O nosso amor venceu

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- Então você é cantora? - a morena não podia negar que tinha certa curiosidade em relação a Marília.
- A rainha da sofrência a sua inteira disposição. - brinca a loira.
- Quando nós fomos falar com a Naiara, ela falou um pouco da sua carreira, infelizmente eu e a Mai não tínhamos contato com ninguém do Brasil além da nossa família.
- Então quer dizer que nunca ouviu uma música minha?
- Nenhuma.
- Tô chateada. Precisamos mudar isso, certo? - o tom da loira era brincalhão.
- Com certeza.
- Certo, eu vou colocar uma das minhas preferidas. - Marília liga o som baixinho.

Vou ser sincero com você
Acho que pra mim já deu
Faz um tempinho que não sou seu....

E assim seguiu, Maraísa ouvia a música maravilhada, Marília tinha uma voz forte, e pelo que pôde ouvir, seus fãs eram apaixonados pela moça, já que cantavam a música a plenos pulmões, por falar nisso, a música era linda, tinha uma letra forte e um sensibilidade enorme.

Já estavam chegando ao estábulo quando a morena se manifestou.
- Que música linda Marília. A composição é sua? - a morena estava um pouco emocionada, Marília transmitia muitos sentimentos quando cantava e isso era incrível.
- Não, essa não é minha, mas eu sou apaixonada por ela. Depois eu te mostro uma minha, tudo bem?
- Tudo ótimo.

Marília entrou com a caminhonte no estábulo, ainda chovia e não queria que Maraísa se molhasse, desceu e deu a volta, abriu a porta e ofereceu a mão pra ajudar a morena a descer.
- Obrigada. - Maraísa agradeceu sem jeito, Marília só sorriu de lado.
- Está preparada pra conhecer os meus filhos?
- Claro.
- Mas antes eu...
- Menina Mendonça, que surpresa boa. - quando viraram, um senhor de altura mediana, na faixa dos sessenta anos e muito sorridente, vinha na direção delas de braços abertos.
- Roberto! Que saudade de você. - quando Marília comprou a fazenda, resolveu manter parte da antiga equipe, o primeiro que conheceu foi Roberto, um senhor muito simpático e que mostrou as dependências da fazenda pra ela, com o tempo foram criando uma boa amizade, tinha feito a proposta a ele na época, pra ele ser o administrador da fazenda, visto que ele já vinha fazendo isso muito bem, mas na época, sua esposa se encontrava adoentada, e como os filhos do casal mudaram de cidade para trabalhar, só moravam os dois e ele tinha que cuidar da mesma.
- Já fazia um tempo que você não aparecia, por onde andava? Você cresceu? Parece que está maior e mais forte, olha isso. - falou brincando e dando tapinhas nos ombros da cantora.
- Agenda lotada, quase não parei esses últimos meses.- a loira falou sorridente.
- E essa linda moça deve ser a senhora Mendonça, certo? - Marília quase caiu para trás com a pergunta do amigo. - Ela é linda Marília. - Maraísa estava tão vermelha quanto um tomate e Marília não estava atrás.
- Ah, não Beto, essa é uma amiga que chegou tem alguns dias do exterior, ela e a irmã vieram passar uns dias por aqui. - a loira explicou se colocando ao lado da morena. - Maraísa, esse é o Roberto um grande amigo e que cuida dos meus bebês, e Beto, essa é a Maraísa.
- É um prazer conhecer você dona Maraísa, seja bem vinda a fazenda. - estendeu a mão em direção a morena com um sorriso simpático e prontamente o comprimentou de volta.
- Sem 'dona', só Maraísa, é um prazer conhecer o senhor seu Roberto.
- Se você é só Maraísa, então eu sou só Beto.
- Estamos combinados então. - Marília apenas sorria obrservando a interação dos dois.
- Beto, eu vim saber como eles passaram a noite. A chuva foi muito forte ontem, e pelo que vi, vai ser igual ou pior hoje.
- Por aqui foi tudo bem Marília, entrou um pouco de água por causa do vento, mas não teve estrago, o pior foram os trovões, mas deu tudo certo.
- Eu vou vê-los e vou levar essa bela moça pra conhecê-los, acredita que ela nunca chegou perto de um cavalo Beto? - Marília pergunta brincalhona e percebeu quando a menor ficou sem jeito.
- Trate de mudar isso Mendonça. - falou divertido. - Olha menina, toda pessoa no mundo deveria ter um cavalo, eles são incríveis e quando sentem que somos bons, criamos uma ligação maravilhosa, mesmo que alguns sejam extremamente marrentos. - falou sorrindo. - Bom, eu vou indo nessa, tenham um bom passeio, e menina Maraísa, depois eu vou querer saber o que achou dos meus garotos. - e com um sorriso simpático pra Maraísa e um aceno de cabeça pra Marília ele saiu.
- Vamos? - Marília deu espaço para a morena passar a sua frente.
- Aqui é enorme. - a morena olhava tudo impressionada, o lugar era enorme e muito elegante.
- Eles precisam de espaço, são animais de grande porte e que precisam de cuidados especiais, eu faço questão de mantê-los da melhor forma possível.
- Você gosta mesmo de cavalos né? - Maraísa a olhava com admiração.
- Eu amo cavalos, não tem como não amar. Eles são inteligentes, elegantes, cheios de personalidade e podem se tornar grandes amigos. - caminhavam lado a lado, Marília estava com as mão para trás e a morena se abraçava.
- Você está com frio?
- Um pouco.
- Me espera aqui, eu vou pegar o casaco que eu trouxe.
- Não Marília, não prec... - antes que a morena terminasse de falar, Marília já estava indo.