Ana Schmidt
Passei o restante do caminho todo em silêncio, ele percebeu que tinha me irritado, então também se manteve calado. Chegamos na instituição eram 11h da noite. As pessoas desse local não param de trabalhar momento algum, inclusive, marcaram uma reunião para amanhã cedo, para que eu possa dar meu relatório sobre o comportamento de Loki, pois hoje completava dois meses do seu isolamento e eu, como boa psicóloga, tinha tudo anotado.
Abri a porta do seu quarto e dei passagem para ele entrar. Não o encarei diretamente.
— Boa noite. –Disse, já fazendo menção de fechar. Ele impediu segurando a porta, me fazendo levar a mão até a bolsa, onde minha pistola estava.
— Calma, Ana. –Deu um passo pra trás, levantando as mãos para cima.- Me desculpe pelo que disse no carro.
Cruzei os braços, bloqueando a saída.
— Não sabia que seus... sentimentos por mim eram tão profundos. –Disse, aparentava sinceridade. Mas ele era o deus da mentira.
— Sentimentos? –Eu soltei uma risada.- Eu não tenho sentimentos por você! –Falei um pouco alto demais, mas logo abaixei o tom, percebendo que outros poderiam ouvir.
Fechei a porta atrás de mim, caminhando até ele, deixando nossos corpos colados. Ignorei todos os calafrios e tremores que meu corpo indicava que teria caso eu me aproximasse tanto dele. Ergui a cabeça, olhando no fundo dos seus olhos. Loki se aproximou por instinto, deixando nossas bocas bem próximas. Se isso acontecesse em outro momento, com certeza eu desmancharia inteira. Mas não agora.
— A única coisa que eu tenho por você é... –Levei minha boca até seu ouvido e sussurrei.- Tesão. Só tesão.
Me afastei, vendo um Loki completamente confuso e surpreso. Ele não esperava que eu fosse agir daquela forma.
Saí do seu quarto, indo direto ao meu alojamento. Era um quarto pequeno, menor que o de Loki. Mas tinha uma tv e um banheiro. Não precisava de mais nada, já que sempre ficava no quarto daquele príncipe. Tomei um banho gelado, vesti um pijama fresco e peguei meu notebook, para dar uma última revisada no meu relatório sobre Loki.
Li o que eu tinha escrito durante o período em que passamos juntos.
"... paciente não apresenta características psicopatas, pelo contrário, ele se preocupa muito com a família, principalmente com seu irmão Thor. Apresenta pequenos sinais de ansiedade, devido a sempre estar com as mãos ocupadas. Gosta de conduzir a conversa. Não esboça reação ao mentir, fazendo isso da forma mais convincente possível, mas qualquer um que passe mais tempo com ele, vai saber diferenciar a verdade da mentira. Ele tenta vestir a máscara de indiferença sempre, mas seu rosto não esconde suas expressões"
Suspirei lendo o trecho. Eu deveria adicionar que ele é um idiota? Ou que ele é um complexo de detalhes que fazem meu corpo arrepiar toda vez que escuto sua voz?
Desliguei o notebook e fui dormir. Dessa vez não sonhei.
.
Levantei no horário, coloquei o uniforme, prendi o cabelo no mesmo rabo de cavalo de sempre e fui para o refeitório. Peguei um café e segui para a sala de reunião.
Essas reuniões geralmente envolviam alguns médicos da organização, Fury, Thor e Natasha. Mas quando entrei, vi o Steve Rogers sentado na mesa central. Engoli em seco e me sentei um pouco afastada.
— Bom dia, Capitão. –Falei sem olhá-lo, era muita testosterona para encarar, abrindo meu notebook.
— Bom dia, Ana. –Levantei uma sobrancelha.- Então você foi a azarada que ficou com Loki.
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Two Passions, One Love
FanfictionQuando Ana recebe a tarefa de ser a terapeuta particular do deus da mentira, pensa que essa seria a missão mais difícil da sua vida. Quando ela se vê completamente apaixonada por ele e disposta a abrir mão de sua carreira perfeita por quebrar todos...