Capítulo 4

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Aviso de conteúdo sensível: linguagem sexual, insinuação de sexo não muito explícito.


Ana Schmidt


Deixar minha vulnerabilidade visível sempre foi um problema pra mim. No ramo em que trabalho, principalmente depois de alguns anos de experiência, percebi que ser um pouco mais rígida era necessário. Mas uma coisa curiosa em relação a missão que me foi designada é; eu não sentia necessidade de ser forte ali. Loki me deixava estranhamente confortável para agir como eu quisesse.

E é por esse motivo que eu considerei fazer o que ele pediu.

Engoli em seco, a respiração falhando de novo. Pensei em negar, sair de seu quarto e ir embora. Já estava muito comprometida para avaliar e supervisionar Loki, aquele trabalho não era pra mim. Pena que me dei conta disso tarde demais. Percebi isso no momento em que minhas pernas cederam e eu caí de joelhos a sua frente, mantendo o olhar fixo ao seu. Ele passou a mão na minha bochecha, só para sentir como estava quente, devido ao recém enrubescer da mesma. O polegar foi até minha boca, que estava entreaberta, na busca de mais ar. Ele contornou meus lábios e sorriu.

Sua mão foi para parte de trás de minha cabeça, só afirmando o que ele queria que eu fizesse. E eu faria, claro que faria.

Engoli mais uma vez em seco.

Estendi as mãos para tocar sua calça, levando o olhar para a peça de roupa também, ela não tinha zíper ou botões. Senti uma leve corrente elétrica quando meus dedos tocaram o tecido fino que ele vestia, era macio ao toque. Passei a língua nos lábios e ouvi um arfar de Loki acima de mim. Olhei para ele enquanto envolvia sua cintura com as mãos, buscando a barra da calça. Toquei sua pele por baixo da blusa brevemente, mas assim que senti o elástico que prendia a calça em seu corpo, o contornei com os dedos até chegar bem na frente, onde já dava pra ver um princípio de ereção presente, apesar da calça preta. Desci os dedos e acariciei levemente, olhando para ele em seguida. Estava com os olhos vermelhos e boca entreaberta, sua mão apertou minha nuca, trazendo ainda mais minha cabeça para ele. Sorri satisfeita. Pressionei ainda mais minha mão, agora contornando completamente sua extensão. Ouvi um gemido rouco e aquilo foi suficiente.

Eu daria tudo a ele, mas não hoje.

Quando disse que estava rendida, não menti. Ele tinha completo domínio sobre mim e estava usando isso para tirar vantagem. Respirei fundo, era uma escolha difícil, pois eu queria muito dar prazer a ele, mas ao mesmo tempo, não queria ser tão "submissa" como ele falou há pouco.

Eu podia ter tudo ali agora, jogar todos os meus anos de faculdade pro ar, todas as aulas e treinamento de combate para entrar na instituição, tudo que fiz para conseguir aquele emprego e a confiança de me deixarem cuidar dele sozinha. Tudo que fiz, os relatórios, o mestrado, o progresso em seu "tratamento" e até mesmo nossa "amizade"? Só para algumas horas de prazer? Por mais que eu achasse que essas horas seriam as melhores da minha vida?

Não, eu não podia deixar tudo acabar desse jeito.

Talvez, se não fossemos tão próximos, se eu não estivesse completamente envolvida no caso e em seu tratamento, a situação não ficaria tão feia para mim se descobrissem que eu estava por aí fazendo oral em prisioneiros avulsos, mesmo que esse fosse o prisioneiro mais sexy e atraente do mundo.

Minha reputação iria cair, eu seria tirada do setor de segurança máxima, talvez até fosse demitida e na melhor das hipóteses, eu seria mandada para o administrativo e alguém iria garantir que eu nunca mais visse um paciente na vida.

Two Passions, One LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora