Capítulo 6

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Ana Schmidt


Entrei no meu quarto desesperada. Loki seria solto e aquilo doía.

Tomei um banho gelado, a fim de tentar esquecer aquele maldito homem, o que não deu muito certo e quando me dei conta, algumas lágrimas teimosas escorreram. Mas não consegui organizar meus sentimentos para concluir o motivo das lágrimas. Seria tristeza? Pois, assim que Loki fosse liberto, com certeza sumiria da minha vida. Seria raiva? Porque eu sentia raiva de mim mesma, por sentir tristeza pela futura liberdade de Loki. Mas acho que frustração se encaixa melhor.

Depois que aceitei ajudar Steve, tudo parecia ainda pior. Contrariei a mim mesma aceitando entrar nesse plano do Capitão, pois com certeza seria ilegal. Mas não sei se seria mais ilegal que ir para cama com Loki.

Não voltei ao seu quarto durante todo o final de semana, mergulhei de cabeça em todos os arquivos sobre o Soldado Invernal que encontrei, afim de estar preparada para resolver seu problema. Garanti que o almoço do deus da trapaça fosse levado na hora certa, mas não permiti suas caminhadas diárias. Olhei Loki algumas vezes pela câmera e ele parecia entediado. Andava de um lado pro outro, lia constantemente e mudava de canais na televisão.

Na segunda feira, fui chamada para uma reunião com Fury, Steve e alguns outros da administração.

Me arrumei como sempre, no uniforme preto e com os cabelos presos. Fui até a cafeteria, peguei um chococcino e um expresso. Cheguei na sala de reunião e Steve já estava lá.

— Bom dia, Steve. –Cumprimentei, dessa vez me sentando ao seu lado, lhe entregando o café.

— Ana. –Cumprimentou.- Obrigado.

Acenei com a cabeça, olhando ao redor. Me aproximei mais dele e falei baixinho.

— Está dominado, sobre aquele assunto. –Sussurrei.

Ele sorriu e acenou com a cabeça, voltando a atenção para a porta da sala, que foi aberta por Fury. Ele entrou e se sentou à minha frente.

— Posso saber por que não estava no quarto do Loki ontem? –Ele perguntou de cara, sem nem me dar bom dia. Respirei fundo.

— Estava estudando. –Falei o máximo de verdade que pude.- Depois da nossa última reunião, resolvi estudar mais sobre ansiedade e o caso dele. Só que não posso fazer isso em sua presença, se não minha opinião seria prejudicada.

— Prejudicada como? –Indagou.

— Ele poderia comentar algo e prejudicar toda a pesquisa. –Observei quando duas agentes da administração entraram.- Eu fico quase 24h com ele, precisava descansar um pouco. E era domingo. –Soltei, por fim.

Fury assentiu com a cabeça.

— Vamos começar. –Se levantou.- Devido a saída dramática de Thor na última reunião, não consegui falar o que pretendia. Pude ler todos os seus relatórios e chegamos à conclusão que Loki está apto a voltar a viver em sociedade. Respondendo a muitas súplicas de seu irmão, nós vamos soltá-lo. –Grunhiu.- Não acredito que vamos fazer isso.

Fury massageou as têmporas.

Eu tentava regularizar a respiração, que tinha começado a falhar. Eles iriam soltá-lo? Simples assim? Jogá-lo na rua, para que pudesse viver sozinho? Ele não tem dinheiro, não tem casa, não tem nem documentos. Como iria alugar um apartamento? Como iria arranjar dinheiro para se alimentar?

Entrei em desespero.

— Com licença. –Ergui a mão.- E quando, exatamente, vocês pretendem fazer isso?

Two Passions, One LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora