Capítulo 41

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Aviso de conteúdo sensível: insuficiência, baixa autoestima e traumas do passado, nada muito explícito, mas que pode ativar gatilhos.


James Buchanan Barnes


Por incrível que pareça, almoçar na presença de Ana e Loki não foi algo difícil de suportar. Tinha me acostumado tanto com minha própria solidão que mal me dei conta de como sentia falta da companhia de outras pessoas.

Ana geralmente falava muito, ela e Loki tinham isso em comum, o que me deixava confortável para fazer apenas alguns comentários ou responder as perguntas que eram direcionadas a mim.

Me sentia bem, na medida do possível, nos momentos em que eles falavam e minha atenção se voltava completamente para a conversa entre os dois, me permitindo, assim, esquecer um pouco das coisas.

Praticava alguns exercícios para estimular a memória que Ana me ensinou, chegando até a anotar o que julgava necessário. Me lembrei de bastante coisa da minha adolescência e também alguns momentos com Steve.

Mas a parte da guerra era um borrão que eu preferia ignorar por enquanto, não queria explodir de novo e socar tudo como aconteceu no chalé.

Eu observava os dois calado, vendo como a sincronia deles batia completamente, não se interrompiam durante a conversa, tinham o "time" perfeito para levar o diálogo.

Ana era uma mulher que sabia conduzir uma conversa, de todas as pessoas que encontrei depois que saí do controle da HYDRA (que não foram muitas, admito), ela foi a que mais me apeguei e a que mais me deixava a vontade para falar dos meus traumas.

Apesar de achá-la um pouco intrometida demais, eu me sentia bem em sua presença. Talvez um pouco intimidado, mas bem.

A psicóloga era diferente das mulheres da minha época, isso era notável até mesmo em seu jeito de andar. Não que fosse esnobe ou de nariz em pé, mas ela exalava confiança. Tudo na medida certa, sem me deixar desconfortável ou constrangido.

Fora que era linda, isso ninguém podia negar.

— Vou lavar a louça e nós já saímos, ok? –Ouvi Ana perguntar assim que terminou de comer.

Pisquei os olhos, afastando os pensamentos e concordei com a cabeça.

— Sem chances, você não vai fazer isso com esses machucados na mão. –A voz de Loki se materializou, me chamando atenção.

Olhei para a mão de Ana, que foi recolhida timidamente e escondida embaixo da bancada.

— A queimadura ainda não sarou? –Perguntei.

Ela desviou o olhar e umedeceu os lábios antes de responder.

— É outro machucado, não quero falar sobre isso.

E não precisou dizer mais nada, pois aquele assunto estava encerrado para mim. Sei como é desconfortável falar sobre algo que lhe incomoda, então preferi não insistir.

Loki me olhou com inexpressividade e depois fez um gesto com as mãos. Toda a louça nas bancada e pia sumiram, revelando uma cozinha completamente limpa e organizada.

— Nunca vou me acostumar com isso. –Ana falou e eu concordei com a cabeça.

Ela subiu correndo para o quarto, provavelmente para se trocar e eu ia fazer o mesmo, quando Loki me chamou.

— Ela gosta de você.

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Two Passions, One LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora