Capítulo 21

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Ana Schmidt


Em 2 dias, Steve chegou em nosso chalé com mais suprimentos. Estava numa espécie de caminhonete, com 2 colchões de solteiro na parte de trás. Nós descarregamos o carro, pegando também alguns mantimentos que ele havia trago. Nós arrumamos tudo, na medida do possível, no pequeno chalé de Bucky.

— Pensei que você precisasse de roupas. –Ele falou baixo, me entregando uma mochila.

— Invadindo apartamentos, Capitão? –Brinquei com ele.- Muito obrigada.

Steve apenas assentiu e voltou para a caminhonete, me chamando para acompanha-lo. Ficamos sozinhos, então ele começou a falar.

— A coisa está esquisita na SHIELD, Fury ainda está desconfiado a seu respeito. Na verdade, ele não acredita que você tenha sido sequestrada ou coisa do tipo, mas, ao mesmo tempo, também não acredita que tenha traído a SHIELD. –Falou, cruzando os braços e se encostando na caminhonete.

— Ele não está totalmente certo, nem totalmente errado. –Parei a sua frente.- Eu não fui sequestrada, mas tem alguém atrás de mim. Também não traí a SHIELD, mas sei de muitas coisas a respeito de Bucky, que não pus no relatório.

— Que relatório?

— Na sexta, depois que Loki foi solto, Fury me solicitou um resumo com os principais pontos sobre o caso do Soldado Invernal, eu já tinha feito um relatório razoável, que não entregasse muito mas que fosse suficiente para Fury acreditar. –Expliquei.- Não menti em nada, apenas fiz meu trabalho de psicóloga.

— Sabe que está colocando sua carreira em risco para ajudar Bucky, não é?

— Se, no final de tudo, o soldado sair dessa bem e curado, então valeu a pena. –Respondi.

Steve me olhou curioso.

— Uma caixinha de surpresas. –Ele falou por fim.- Também tenho outra coisa pra você.

Ele abriu a porta da caminhonete e tirou uma bolsa de notebook.

— Steve, não acho que seja seguro. –Falei.

— Está tudo bem, não podem te rastrear com ele. –Explicou.- Mas seja cuidadosa, nada de mensagens para os pais ou pesquisas muito específicas, nosso problema não é mais a SHIELD, é a HYDRA.

Capitão foi embora aquela tarde, prometendo voltar em breve, para trazer notícias. Eu fiz um pequeno jantar e assim que todos estavam alimentados, nós arrumamos as camas. Loki ficou no colchão próximo ao sofá em que eu dormiria e Clare mais afastada.

Peguei o notebook e o liguei, sentada entre algumas almofadas. Não sabia por onde começar, estava sem meus acessos da SHIELD, não podia entrar em nenhuma rede privada, a internet de chip que Steve me deu era lenta o que me limitava a fazer pequenas buscas. Eu não utilizava redes sociais há alguns anos e depois que entrei na SHIELD, abandonei elas de vez. Mas não contive a curiosidade de entrar em uma conta falsa. Abri o perfil da minha irmã, depois o da minha mãe e ousei pesquisar o nome de Clare, mas como esse é um nome comum, apareceu muitas. Então percebi que não sabia seu sobrenome e quase ri por isso.

Olhei para o outro lado da sala onde ela dormia enrolada em um edredom grosso. Depois voltei os olhos para Loki, levando um susto ao vê-lo me encarando com os olhos brilhantes.

— O que está fazendo? –Perguntei sussurrando.

— Estou olhando você. –Respondeu no mesmo tom.

Voltei a atenção para o notebook, vendo que sua bateria já estava acabando. Me levantei silenciosa e o coloquei no chão, próximo às minhas bolsas de roupa. Voltei para o sofá e me deitei, ficando com o rosto virado para Loki. Nós nos encaramos por um bom tempo, numa conversa silenciosa entre olhares. A inexpressividade do deus asgardiano não oscilou em nenhum momento, poderia dizer que teve paralisia facial, mas era só seu autocontrole para não mexer músculo algum.

Two Passions, One LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora