Two Passions, One Love

Capítulo 78

Ana Schmidt

Muitas coisas me encantam em Loki, sua aparência divina, literalmente de um deus, a capacidade de me fazer rir em momentos que eu devia chorar, sua ingenuidade em alguns aspectos sobre os seres humanos, mas, sem dúvida, o que mais me deixa abismada é sua dedicação quando quer aprender algo.

Vi isso quando estávamos no Arizona, ele mesmo comprou um livro para entender sobre endometriose e quando foi necessário, estava com tudo afiado na ponta da língua.

Loki nunca foi alguém que pregasse a violência, ao menos não em seu estado normal, preferindo sempre a diplomacia e o diálogo. Então é compreensível que ele foque mais em seus talentos intelectuais dos que nos físicos. Isso fica nítido toda vez que se recusa a treinar comigo e com Bucky, apesar de eu achar que boa parte se dá somente pela preguiça.

Mas o fato é que Loki, quando coloca algo na cabeça, faz daquilo como se fosse um tcc da faculdade. Então, quando cheguei em casa e vi ele sentado com uma xícara de café, pesquisando coisas no meu computador, tive certeza que tinha mergulhado em mais um desses estudos.

Ao que parece, estudos sobre feriados americanos e os motivos de os termos.

— Uma das tradições do dia de ação de graças é dizer as razões pelas quais se é grato no ano. –Loki lia em algum site no notebook. – Uma oportunidade de refletir sobre o que passou e pedir prosperidade para o ano seguinte.

Apesar de não estar familiarizado com tecnologia, o príncipe sempre acabava se virando, aprendendo ao observar, ele já tinha me visto pesquisar as coisas na internet mil vezes e não me surpreendi quando ele mesmo fez isso.

— Está correto. –Falei a ele, me sentando ao seu lado. – Bucky não chegou?

— Ainda não. –Disse sem tirar os olhos da tela. – Por que vocês tem um dia para agradecer isso? Não deveriam ser gratos o ano todo?

Até pensei em responder, mas Loki não estava de fato esperando uma resposta. Continuou pesquisando por alguns minutos, até se dar conta de que eu havia mesmo chegado do trabalho.

— Olá, Ana, meu amor. –Ele falou, abaixando a tela do notebook. – Desculpe, não compreendo esse feriados.

Meu coração deu uma leve acelerada com o apelido.

— Vocês não tem isso em Asgard? –Perguntei, tentando disfarçar. – Um dia de festa, comida e bebida a vontade, com bastante música e dança?

Ele apertou os lábios, pensando, abriu um sorriso cafajeste e disse:

— Temos sim, meu aniversário é um desses dias.

— Claro que é. –Revirei os olhos e me levantei, mas Loki me puxou para sentar no seu colo.

— O que é isso? –Ele tocou no meu braço, por cima da camisa social.

Arregalei os olhos surpresa, porque não esperava que ele fosse perceber, mas é claro que ele percebeu. Loki não deixava escapar nenhum detalhe, mesmo que esse não estivesse visível.

Ele conhecia cada centímetro do meu corpo e pode ser até um de seus dons com a feitiçaria, mas nunca deixava escapar qualquer detalhe meu. Seja o corte de cabelo e até mesmo as sobrancelhas feitas, ele sempre reparava. O que era cômico, se parar pra pensar. Porque eu nunca precisaria me preocupar com isso, sendo Loki tão observador. 

Digo, muitas mulheres ficam tristes quando seus companheiros não reparam esses detalhes, não é?

Desabotoei a camiseta e tirei um braço, mostrando meu sutiã e também um pouco do colo, mesmo Loki tendo encarado por um tempo considerável meu pequeno decote, sua atenção estava no meu braço ainda anestesiado.