Capítulo 70

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Ana Schmidt



— Acho que posso abrir uma porta sozinha. -Falei, apertando o botão para ligar a fechadura eletrônica, só que, como esperado, ela não acendeu.

Claro que não acendeu.

Você ficou fora por quase um ano, acha mesmo que seu apartamento ainda teria energia elétrica?

— Ok, faça as honras.

Dei um passo para trás, abrindo espaço para Loki abrir a porta com sua... magia. Bucky segurou minha mão, me dando apoio. Não que eu precisasse, é claro, mas me segurei nele apenas para que o soldado se sentisse útil.

Bucky se fechou quase que por completo nas duas últimas semanas, em que ficamos na base secreta do diretor Fury, levando eu e Loki a preocupação extrema. Mas ele ainda era carinhoso e atencioso, só não estava sociável, desviando das perguntas, preferindo ficar em silêncio, enquanto Loki e eu conversamos. Quero dizer, ele sempre foi assim, só que agora estava quieto demais.

— Então, preciso avisar que faz quase um ano que não venho aqui. –Disse para ninguém em específico. – Deve estar uma bagunça e fedendo mofo.

Assim que Loki abriu a porta, constatamos que estava exatamente desse jeito, cheirando a mofo e todo bagunçado. Me soltei de Bucky e entrei logo atrás do príncipe. As roupas de Clare ainda estavam dobradas no sofá, junto com seus saltos. Meu antigo celular, relógio, notebook, tudo na mesa redonda, junto com muitos e muitos arquivos sobre o Soldado Invernal. Então corri para ela, ignorando algumas teias de aranha e juntei tudo, pois a última que Bucky precisava, era de mais coisas que o lembrasse da HYDRA.

— É bonito. –O soldado comentou, depois de fechar a porta. – Ele é seu?

— Sim, comprei faz uns três anos. –Respondi, ainda ajeitando a papelada.

Loki veio até a mesa e pegou os documentos da minha mão.

— Vai descansar. –Sussurrou.

— Estou bem.

— Você viajou por quatro horas num avião que balançava mais que tudo, precisa trocar o curativo e deitar. –Ele olhou por cima do ombro. – Vão os dois descansar, eu arrumo aqui.

Olhei para Bucky, que estava encostado na parede, completamente deslocado e desconfortável.

— James? –Chamei. – Me ajuda a trocar o curativo?

Ele veio até mim e estendeu o braço. Indiquei para irmos para o quarto, que estava de porta fechada, a cama estava bagunçada, o que me trouxe flashes de memória sobre a última vez que deitei nela. Com Loki.

— Vamos tirar esses lençóis. –Falei e comecei a puxar tudo.

— Ei, ei! –Bucky segurou minhas mãos. – Fica ai, deixa que eu faço.

Sem ter tempo de revidar, ele já estava tirando tudo. Aproveitei seu momento de distração e fui até o guarda roupas pegar alguma roupa de cama limpa, mas tudo cheirava a guardado e com certeza me faria espirrar. O que não seria nada bom para quem está com a barriga recém costurada.

Loki apareceu na porta do quarto, provavelmente lendo meus pensamentos e pegou do armário um jogo de cama completo, estendeu para mim e quando o peguei, estava cheirando a lavanda.

— Depois que você me acostumou assim, nunca mais vou querer usar uma máquina de lavar. –Falei rindo.

O príncipe me encarou com uma sobrancelha erguida.

Two Passions, One LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora